Paulo Schmitt, procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), analisa uma possível punição ao técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, que, apesar de suspenso, foi ao vestiário da equipe durante o intervalo da partida contra o Botafogo, quarta-feira, no Engenhão.
Felipão havia sido suspenso pelo STJD por dois jogos, por causa de críticas ao árbitro do jogo contra o Atlético-MG, Sandro Meira Ricci, no mês passado. Ele não poderia se sentar no banco de reservas para comandar o Verdão nos jogos contra o Corinthians (domingo) e o Botafogo (quarta-feira). Nas duas partidas, porém, Felipão foi até o vestiário.
- Estamos avaliando essa situação desde o jogo anterior. Ele já tinha ido ao vestiário (contra o Corinthians). Tem uma diferença no código entre as punições por jogos e por dias, e estamos avaliando. Ainda não tenho isso muito claro – disse Schmitt, admitindo que há uma brecha no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
O artigo 172 do CBJD prevê proibição se a punição for em prazo e não cita qualquer impedimento quando o gancho ocorre por jogos - caso de Felipão. Neste caso, a omissão parece beneficiar o treinador e ratificar a interpretação adotada pelo Palmeiras.
- Se os punidos ficassem em casa, não teria polêmica. Mas como o código mudou e beneficiou os técnicos com a punição por partidas, agora temos de analisar – disse Schmitt.
- Vou analisar baseado em onde o atleta ou treinador deve estar quando está suspenso por partida – emendou o procurador do STJD.
Palmeiras se diz seguro
O gerente administrativo do Palmeiras, Sérgio do Prado, garante que o treinador não cometeu nenhuma infração e que o clube está bem resguardado com relação essa questão. Ele lembra que jogadores suspensos por expulsão ou acúmulo de três cartões amarelos também costumam frequentar o vestiário, sem restrição.
- Felipão foi ao vestiário, sim. Se não pudesse ir, não estaria lá. Temos 100% de segurança em relação a esse caso – disse Sérgio do Prado, que citou a brecha do texto do CBJD.
- Se a punição fosse por dias, haveria uma série de outras restrições, mas não é o caso. E um clube do tamanho do Palmeiras jamais deixaria ocorrer um erro dessa natureza.
Felipão é acusado de agredir fotógrafo com um tapa (Foto: Fernando Soutello / Divulgação AGIF)
Queixa de fotógrafoPaulo Schmitt afirmou também que vai averiguar a queixa do fotógrafo Fernando Soutello, da agência Agif, contra Felipão. O jornalista afirma ter sido agredido pelo treinador, enquanto registrava sua ida ao vestiário do Engenhão.
Soutello registrou ocorrência no Jecrim (Juizado Especial Criminal) do Engenhão, orientado pelo promotor de plantão no estádio.
Em comunicado à imprensa, Felipão nega a agressão. Ele afirma que em nenhum momento bateu, empurrou ou pôs a mão na câmera fotográfica de Fernando Soutelo, e que sequer tocou no profissional. Na nota, o técnico relata que, ao sair do vestiário designado ao Palmeiras, e se dirigir ao elevador, foi acompanhado por Soutelo.
- Quando o técnico Luiz Felipe Scolari e o segurança que o acompanhava entraram no elevador, o referido fotógrafo pôs a mão na porta para impedir o fechamento da mesma e colocou a câmera entre as portas; Neste momento, o técnico Luiz Felipe Scolari pôs a mão na frente da lente para que o fotógrafo parasse de tirar as fotos; Não houve mais nada do que isso – diz o texto assinado pelo assessor de imprensa do treinador palmeirense.
Globoesporte.com
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