Defesa segura, time compacto, força da torcida... Segredos do invicto Boca Jornalistas argentinos analisam o adversário do Fluminense, que não sabe o que é perder há 36 partidas, sendo 33 pelo Campeonato Argentino

O que leva uma equipe a ficar sem perder por 36 jogos (20 vitórias e 16 empates), sendo 33 pelo Campeonato Argentino? A sete duelos de bater o próprio recorde de 40 partidas de invencibilidade no torneio local, alcançado na temporada 1998/1999, o Boca Juniors se prepara para o primeiro daquele que seu treinador Julio César Falcioni considera o principal confronto da fase de grupos da Libertadores. Diante do Fluminense, na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), a equipe xeneize voltará a pisar na Bombonera em um jogo válido pela principal competição sul-americana após quase três anos. E tentará transformar a boa fase em mais uma vitória para a série invicta - a última derrota foi no dia 10 de abril do ano passado, para o Lanús, por 2 a 0.

Boca Juniors bem postado em campo diante do San Lorenzo no El Nuevo Gasómetro, compacto em suas linhas no esquema 4-3-1-2 de Falcioni (Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)
Para tentar entender um pouco o que cerca esse atual time do Boca Juniors, o GLOBOESPORTE.COM acompanhou a partida do adversário tricolor contra o San Lorenzo, no El Nuevo Gasómetro, no último domingo, e conversou com jornalistas que acompanham o dia a dia da equipe. O segredo pode ser resumido em duas definições: defesa sólida e time compacto. Mesmo poupando cinco titulares, o Boca venceu por 2 a 0, gols de Sanchez Niño e Mouche, sem grandes sustos.
- O time do Boca não faz muitos gols, é verdade. Mas também não os sofre. A defesa é sólida e segura. Quando a equipe sai na frente, dificilmente acaba derrotada justamente por isso. O goleiro Orión é muito bom. E o time é compacto. Joga normalmente em um esquema 4-3-2-1, com a linha de defesa perto dos jogadores de meio e os atacantes da mesma forma - analisou o jornalista Alejandro Rodriguez, da Rádio Área Uno.
A explicação de Alejandro pode ser definida em números. O Boca não sofre gol na Bombonera pelo Campeonato Argentino há 451 minutos, ou pouco mais de cinco jogos. Orión, por sua vez, entrou para a história do clube diante do San Lorenzo ao ser o primeiro goleiro a não sofrer gols nas quatro rodadas iniciais do torneio nacional. Nas poucas vezes em que a zaga dá espaços, o camisa 1 mostra que, além da competência, a sorte também está ao seu lado. Foi assim aos 35 minutos do segundo tempo contra o San Lorenzo, quando o atacante uruguaio Carlos Bueno cabeceou para fora, livre na pequena área. Para completar, a campanha do título invicto do Apertura 2011 terminou com a incrível marca de apenas seis gols sofridos em 19 jogos, média de 0,31 por partida.
torcida boca juniors jato d'água (Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)Torcida do Boca Juniors não parou de cantar nem
mesmo debaixo do refrescante jato d'água
(Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)
Some isso à impressionante torcida que não para de cantar por um minuto sequer. Contra o San Lorenzo, os boquenses incentivaram do início ao fim. E sem perder a graça em momento algum. No meio da multidão, que com forte calor era banhada por jatos d'água esporadicamente, alguns "hinchas" - torcedores em espanhol - vestiam capuzes brancos com enormes "B"s gravados. Eram fantasias de "Fantasmas da B", uma provocação ao rival River Plate, que atualmente disputa a Segunda Divisão.
- Não sei se a equipe atual do Boca é melhor ou pior do que aquela que foi eliminada pelo Fluminense em 2008. Creio que são similares. Hoje, no entanto, o time é muito seguro na defesa. Nem sempre joga bem, mas não sofre gols e ganha - explicou Gabriel Fernandes, da Rádio Popular e da Revista Solo Boca, avaliando justamente a defesa como o ponto fraco do clube das Laranjeiras.
- A equipe brasileira me parece ter potencial no ataque. Mas, pelo que vi contra o Arsenal de Sarandí-ARG, deixa a desejar na defesa. Temos que ver como vai se sair na Bombonera.
O Boca Juniors deve enfrentar o Fluminense com a seguinte escalação: Orión, Roncaglia, Insaurralde, Schiavi (Caruzzo) e Clemente Rodríguez; Rivero, Somoza, Erviti e Riquelme; Mouche e Santiago Silva. 
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