A expectativa da torcida do Bahia era muito grande. Afinal, o time voltava a disputar um torneio internacional após 23 anos e vinha de dois bons resultados no Campeonato Brasileiro (vitória sobre o Palmeiras e empate com o Corinthians). Porém, após 90 minutos a esperança se transformou em decepção. Com controle do jogo durante a maior parte do jogo, o São Paulo saiu de campo com a vitória por 2 a 0 e com a mão na vaga na próxima fase da Copa Sul-Americana.
O mais velho e o mais novo do elenco do Tricolor Paulista brilharam em campo. Rogério Ceni, com seus 39 anos, marcou de falta em seu segundo jogo após o retorno aos gramados em 2012 (ficou seis meses longe devido a uma lesão no ombro). Ademilson, de 18, mostrou que tem faro de gol ao balançar as redes adversárias pela terceira vez em quatro partidas.
Com o ótimo resultado conquistado na casa do adversário, o São Paulo agora pode até perder por um gol de diferença no duelo de volta, que será disputado no Morumbi, no dia 21 (uma terça-feira). Para o Bahia, são duas alternativas para conseguir a classificação nos 90 minutos: triunfo por três gols de vantagem ou por dois gols, desde que marque de 3 a 1 para cima (4 a 2, 5 a 3...). Quem seguir adiante na competição passará à fase internacional e terá como adversário o vencedor dos duelos entre Monagas (VEN) e LDU Loja (ECU), e Deportivo Iquique (CHI) e Nacional (URU).
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Os dois times voltarão a campo no domingo, pelo Campeonato Brasileiro. O Bahia, que vem de empate por 0 a 0 com o Corinthians, irá a Porto Alegre para enfrentrar o Grêmio. Já o São Paulo, que goleou o Flamengo por 4 a 1 na rodada passada, voltará a atuar no Morumbi, desta vez contra o Sport.
Ceni volta a marcar após quase um ano e coloca o São Paulo na frente
Preocupado com a sequência de jogos, o técnico Caio Júnior, que comandava pela segunda vez o Bahia em Salvador, resolveu poupar o volante Fabinho e deixar o lateral Ávine no banco. Dos considerados titulares, o time tinha outras três baixas: Mancini, Kleberson e Gabriel, todos machucados. O treinador colocou Diones no meio-campo, Gerley no setor defensivo e apostou na dupla de ataque formada por Júnior e Souza.
Do lado são-paulino, Ney Franco escalou o que tinha de melhor. Denilson, machucado, foi substituído por Rodrigo Caio, e Douglas reassumiu sua vaga na lateral depois de ter cumprido suspensão na goleada sobre o Flamengo, no domingo.
Todo esquema de jogo montado por Caio Júnior foi por água abaixo logo aos seis minutos, quando Rogério Ceni, em seu segundo jogo após se recuperar de grave lesão no ombro direito, bateu falta da entrada da área com precisão, na gaveta, no ângulo esquerdo de Marcelo Lomba. Foi o gol de número de 104 do camisa 1, que havia balançado as redes pela última vez no dia 31 de agosto do ano passado, na derrota por 2 a 1 para o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. E foi o primeiro tento sofrido pelo Bahia sob comando de Caio Júnior.
O time da casa sentiu o golpe. A equipe começou a errar passes em demasia e encontrou um adversário que valorizava muito a posse de bola. A torcida, que dentro de Pituaçu não vê o time vencer desde o triunfo sobre o Sport, no dia 17 de junho, passou a pressionar demais os jogadores. Jadson, aos 20, deu trabalho a Marcelo Lomba em chute da entrada da área.
A situação do jogo mudou a partir dos 30, quando o Bahia controlou os nervos e começou a levar perigo. Foram duas chances. Na primeira, após falha de Ceni em saída do gol, Souza exigiu boa defesa do goleiro tricolor. Na segunda, na única jogada construída em 45 minutos, Fahel acertou a trave direita do São Paulo, que na parte final da primeira etapa, recuou demais e mal conseguiu passar do meio-campo. Antes do intervalo, Ney Franco mexeu duas vezes na equipe: Willian José entrou na vaga de Luis Fabiano, que saiu machucado, e João Schmidt ficou com o lugar de Rodrigo Caio, que já tinha cartão amarelo - o treinador preferiu não correr o risco de perder um jogador por expulsão.
Ademilson marca, esfria reação do Bahia e garante vitória
O Bahia voltou com uma alteração: Ávine na vaga de Gerley. No primeiro lance, Souza exigiu boa defesa de Rogério Ceni em chute de pé esquerdo. Aos oito, o treinador fez nova alteração para dar mais velocidade ao ataque, com Lulinha no lugar de Júnior, que saiu muito vaiado pela torcida. O São Paulo, que havia terminado o primeiro tempo de maneira bastante recuada, voltou mais aceso, buscando aproveitar os espaços para contra-atacar. Aos 12, Lomba fez bela defesa em chute cruzado de Cortez. Logo depois, começou a chover muito forte em Pituaçu.
O tempo passava, e o São Paulo controlava bem a partida. O meio-campo procurava valorizar a posse de bola o máximo possível, enquanto o Bahia dependia de lampejos individuais. Aos 19, Caio Júnior partiu para sua última cartada: Ciro na vaga de Zé Roberto.
Quatro minutos depois, o time da casa sofreu seu segundo e derradeiro golpe na partida: Cortez fez grande jogada, passou por Danny Morais, invadiu a área e acertou a trave de Lomba. Na volta, Ademilson só empurrou para o gol vazio: 2 a 0 e vitória decretada em Salvador.
O Bahia se entregou de vez, enquanto o São Paulo poderia até ter aumentado sua vantagem. Willian José, aos 43, só não marcou o terceiro porque Titi travou na hora do arremate. Depois, foi só esperar o tempo passar e comemorar.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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