Graças a Bruno Mineiro, a Portuguesa deu mais um passo para afastar de
vez o risco do rebaixamento no Brasileirão. Novo artilheiro isolado da
competição, com 14 gols, o atacante marcou três na vitória sobre o Sport, de
virada, por 5 a 1, na noite desta quinta-feira, no Canindé. Moisés e
Rodriguinho marcaram o quarto e o quinto, já no fim. Agora na décima posição, a
Lusa chega a 36 pontos e abre temporariamente nove de vantagem para o Z-4 - se
o Palmeiras vencer o São Paulo no sábado, a diferença cai para sete. O Leão da
Ilha do Retiro permaneceu somando 27 na classificação, em 17º lugar, por pelo
menos mais uma rodada na zona do rebaixamento, já que o Coritiba venceu a Ponte
Preta por 1 a 0 e chegou aos 32 pontos.
Autor do gol que deu o acesso ao Sport no ano passado, contra o Vila
Nova, no Serra Dourada, Bruno Mineiro mostrou mais uma vez que caiu como uma
luva no time da Lusa. Azar do seu ex-clube... Oportunista, mostrou a frieza dos
grandes goleadores e, dono da grande área, não perdoou. Com 14 gols, superou
Fred, do Fluminense, por um e assumiu a artilharia da competição. Ironicamente, os dois são amigos de longa data,
desde os tempos em que atuavam no América-MG.
Diante do público pagante de 2.054 pessoas, com renda de R$ 49.090,00, a
Lusa manteve a escrita de nunca ter perdido para o Sport no Canindé - em 11
jogos, ganhou sete e empatou quatro. O desempenho do Leão da Ilha fora de casa
no Brasileirão segue pífio: somente uma vitória, um dos piores da competição.
Só nos últimos dois jogos foram oito gols sofridos e apenas um marcado. A
pressão em cima do técnico Waldemar Lemos é enorme. Jogadores experientes como
Cicinho e Hugo não têm sido suficientes para tirar o time pernambucano do
buraco.
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O próximo jogo da Portuguesa será na quarta-feira, às 19h30m (de
Brasília), contra o Cruzeiro, no estádio Melão, em Varginha - punido pelo STJD,
o clube mineiro não poderá jogar em Belo Horizonte. No dia seguinte, às 21h, o
Sport recebe o Grêmio, na Ilha do Retiro.
Hugo, do Sport, e Boquita, da Lusa disputam jogada no Canindé (Foto:
Marcos Bezerra / Futura Press)
Bom
primeiro tempo, mas placar ruim para os dois...
Sem o “cão de guarda” Ferdinando, suspenso, a Portuguesa perde grande
parte de seu poder de marcação. Contratado justamente para ser o reserva na
posição, o volante Zé Antônio começou no banco, por opção de Geninho – Michael,
meia, entrou para deixar o time ainda mais ofensivo, e Boquita jogou mais
recuado. A formação teve efeito imediato, e a Lusa começou a partida atacando e
sufocando o Sport no campo de defesa.
Só nos primeiros dez minutos de jogo, foram três ótimas chances de abrir
o placar. De cabeça, Rogério quase marcou após cobrança de escanteio e obrigou
o goleiro Magrão a fazer linda defesa, antes de a bola tocar na trave. Hugo
também quase fez contra, e Léo Silva deu um susto em belo chute de fora da
área, que explodiu no travessão. No entanto, de nada adiantou a pressão se o
mesmo problema do time contra o Atlético-MG não foi resolvido: a Lusa criou,
mas não colocou a bola para dentro.
Com uma postura defensiva e esperando uma boa oportunidade para marcar,
o Sport ensinou como se faz. Após perder grande chance, Hugo animou-se e
compensou na jogada seguinte. Aos 15 minutos, Cicinho acertou cruzamento
perfeito para o meia, que subiu livre para cabecear e mandou longe do alcance
do goleiro Dida. O gol diminuiu o ímpeto da Portuguesa, mas não impediu que a
equipe conseguisse o empate.
Ananias mudou de lado no campo, grudou em Luis Ricardo na direita e
confundiu a boa marcação do Sport. Aos 24, Michael trabalhou a bola com o
camisa 7 próximo à linha lateral, que cruzou na área para Bruno Mineiro. O
atacante antecipou-se à marcação e bateu firme, para empatar o jogo. Bom
primeiro tempo no Canindé, mas de placar ruim para as duas equipes.
Bruno Mineiro comemora um de seus três
gols pela Lusa no jogo (Foto: Leo Barrilari / Ag. Estado)
Goleada no
segundo tempo
A opção de Geninho por Michael, no entanto, não agradou ao treinador. No
intervalo, o camisa 11 deixou o campo para promover a estreia de Zé Antonio com
a camisa da Portuguesa. Se a tentativa de dar mais liberdade a Moisés e Léo
Silva daria resultado, mal deu tempo de saber. Logo aos dois minutos, com
oportunismo, o artilheiro Bruno Mineiro fez mais um e virou para a Lusa. Em
cobrança de falta na área do Sport, Gustavo chutou e a bola bateu na trave. A
zaga se atrapalhou, o goleiro Magrão ficou esperando, e o artilheiro da noite
não perdoou: mais uma vez, antecipou-se e marcou o segundo.
Com calma e mais segura no meio de campo, a Lusa realmente melhorou na
segunda etapa. O Sport se lançou à frente, mas passou a deixar perigosos
espaços nos contra-ataques. A missão da Lusa era aproveitar e marcar mais um.
O técnico Waldemar Lemos não teve opção: tirou o veloz Felipe Azevedo e
colocou o centroavante Gilberto para buscar o empate. Rondando perigosamente a
área da Lusa, o Sport aproveitava pouco a afobação da Lusa na zaga, com
Valdomiro e Gustavo. Aos 19, Gilsinho arriscou de fora da área e assustou o
goleiro Dida.
Mas assustadora mesmo é facilidade com que Bruno Mineiro tem marcado
gols na competição. Aos 21, Moisés aproveitou um rebote próximo à grande área e
lançou o atacante. O camisa 9 teve calma para dominar e estufar pela terceira
vez a rede de Magrão, chegando aos 14 gols no Brasileirão e deixando a Lusa
mais tranquila.
O gol mais bonito da noite, porém, não foi do artilheiro, e sim do
camisa 10 da Lusa, Moisés. Aos 36, o meia se aproveitou de um vacilo da zaga do
Sport para ficar com a bola, driblar um adversário com um toque de letra,
deixar o goleiro Magrão no chão e soltar uma bomba para marcar o quarto gol da
Lusa. E não foi o último! Aos 45, quando a torcida gritava olé, Rodriguinho
aproveitou ótimo passe de Luis Ricardo para marcar o quinto da Portuguesa,
deixando o Sport numa posição ainda mais delicada - só nos últimos dois jogos,
foram oito gols sofridos e apenas um marcado.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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