28ª RODADA BRUNO MINEIRO FAZ TRÊS, VIRA ARTILHEIRO, E LUSA GOLEIA O DESESPERADO SPORT Portuguesa leva susto, mas reage com grande atuação do centroavante, que supera Fred, do Flu, na artilharia. Time pernambucano segue no Z-4


Graças a Bruno Mineiro, a Portuguesa deu mais um passo para afastar de vez o risco do rebaixamento no Brasileirão. Novo artilheiro isolado da competição, com 14 gols, o atacante marcou três na vitória sobre o Sport, de virada, por 5 a 1, na noite desta quinta-feira, no Canindé. Moisés e Rodriguinho marcaram o quarto e o quinto, já no fim. Agora na décima posição, a Lusa chega a 36 pontos e abre temporariamente nove de vantagem para o Z-4 - se o Palmeiras vencer o São Paulo no sábado, a diferença cai para sete. O Leão da Ilha do Retiro permaneceu somando 27 na classificação, em 17º lugar, por pelo menos mais uma rodada na zona do rebaixamento, já que o Coritiba venceu a Ponte Preta por 1 a 0 e chegou aos 32 pontos.
Autor do gol que deu o acesso ao Sport no ano passado, contra o Vila Nova, no Serra Dourada, Bruno Mineiro mostrou mais uma vez que caiu como uma luva no time da Lusa. Azar do seu ex-clube... Oportunista, mostrou a frieza dos grandes goleadores e, dono da grande área, não perdoou. Com 14 gols, superou Fred, do Fluminense, por um e assumiu a artilharia da competição. Ironicamente, os dois são amigos de longa data, desde os tempos em que atuavam no América-MG.
Diante do público pagante de 2.054 pessoas, com renda de R$ 49.090,00, a Lusa manteve a escrita de nunca ter perdido para o Sport no Canindé - em 11 jogos, ganhou sete e empatou quatro. O desempenho do Leão da Ilha fora de casa no Brasileirão segue pífio: somente uma vitória, um dos piores da competição. Só nos últimos dois jogos foram oito gols sofridos e apenas um marcado. A pressão em cima do técnico Waldemar Lemos é enorme. Jogadores experientes como Cicinho e Hugo não têm sido suficientes para tirar o time pernambucano do buraco.
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O próximo jogo da Portuguesa será na quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), contra o Cruzeiro, no estádio Melão, em Varginha - punido pelo STJD, o clube mineiro não poderá jogar em Belo Horizonte. No dia seguinte, às 21h, o Sport recebe o Grêmio, na Ilha do Retiro.
Hugo, do Sport, e Boquita, da Lusa disputam jogada no Canindé (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press)
Bom primeiro tempo, mas placar ruim para os dois...
Sem o “cão de guarda” Ferdinando, suspenso, a Portuguesa perde grande parte de seu poder de marcação. Contratado justamente para ser o reserva na posição, o volante Zé Antônio começou no banco, por opção de Geninho – Michael, meia, entrou para deixar o time ainda mais ofensivo, e Boquita jogou mais recuado. A formação teve efeito imediato, e a Lusa começou a partida atacando e sufocando o Sport no campo de defesa.
Só nos primeiros dez minutos de jogo, foram três ótimas chances de abrir o placar. De cabeça, Rogério quase marcou após cobrança de escanteio e obrigou o goleiro Magrão a fazer linda defesa, antes de a bola tocar na trave. Hugo também quase fez contra, e Léo Silva deu um susto em belo chute de fora da área, que explodiu no travessão. No entanto, de nada adiantou a pressão se o mesmo problema do time contra o Atlético-MG não foi resolvido: a Lusa criou, mas não colocou a bola para dentro.
Com uma postura defensiva e esperando uma boa oportunidade para marcar, o Sport ensinou como se faz. Após perder grande chance, Hugo animou-se e compensou na jogada seguinte. Aos 15 minutos, Cicinho acertou cruzamento perfeito para o meia, que subiu livre para cabecear e mandou longe do alcance do goleiro Dida. O gol diminuiu o ímpeto da Portuguesa, mas não impediu que a equipe conseguisse o empate.
Ananias mudou de lado no campo, grudou em Luis Ricardo na direita e confundiu a boa marcação do Sport. Aos 24, Michael trabalhou a bola com o camisa 7 próximo à linha lateral, que cruzou na área para Bruno Mineiro. O atacante antecipou-se à marcação e bateu firme, para empatar o jogo. Bom primeiro tempo no Canindé, mas de placar ruim para as duas equipes.
Bruno Mineiro comemora um de seus três gols pela Lusa no jogo (Foto: Leo Barrilari / Ag. Estado)
Goleada no segundo tempo
A opção de Geninho por Michael, no entanto, não agradou ao treinador. No intervalo, o camisa 11 deixou o campo para promover a estreia de Zé Antonio com a camisa da Portuguesa. Se a tentativa de dar mais liberdade a Moisés e Léo Silva daria resultado, mal deu tempo de saber. Logo aos dois minutos, com oportunismo, o artilheiro Bruno Mineiro fez mais um e virou para a Lusa. Em cobrança de falta na área do Sport, Gustavo chutou e a bola bateu na trave. A zaga se atrapalhou, o goleiro Magrão ficou esperando, e o artilheiro da noite não perdoou: mais uma vez, antecipou-se e marcou o segundo.
Com calma e mais segura no meio de campo, a Lusa realmente melhorou na segunda etapa. O Sport se lançou à frente, mas passou a deixar perigosos espaços nos contra-ataques. A missão da Lusa era aproveitar e marcar mais um.
O técnico Waldemar Lemos não teve opção: tirou o veloz Felipe Azevedo e colocou o centroavante Gilberto para buscar o empate. Rondando perigosamente a área da Lusa, o Sport aproveitava pouco a afobação da Lusa na zaga, com Valdomiro e Gustavo. Aos 19, Gilsinho arriscou de fora da área e assustou o goleiro Dida.
Mas assustadora mesmo é facilidade com que Bruno Mineiro tem marcado gols na competição. Aos 21, Moisés aproveitou um rebote próximo à grande área e lançou o atacante. O camisa 9 teve calma para dominar e estufar pela terceira vez a rede de Magrão, chegando aos 14 gols no Brasileirão e deixando a Lusa mais tranquila.
O gol mais bonito da noite, porém, não foi do artilheiro, e sim do camisa 10 da Lusa, Moisés. Aos 36, o meia se aproveitou de um vacilo da zaga do Sport para ficar com a bola, driblar um adversário com um toque de letra, deixar o goleiro Magrão no chão e soltar uma bomba para marcar o quarto gol da Lusa. E não foi o último! Aos 45, quando a torcida gritava olé, Rodriguinho aproveitou ótimo passe de Luis Ricardo para marcar o quinto da Portuguesa, deixando o Sport numa posição ainda mais delicada - só nos últimos dois jogos, foram oito gols sofridos e apenas um marcado. 


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