Como jogador, entre muitas conquistas, Leonardo ganhou títulos mundiais, pela Seleção Brasileira e pelo São Paulo; Brasileiros, por Flamengo e São Paulo; e da Liga dos Campeões, pelo Milan. Após pendurar as chuteiras, virou braço direito do presidente do clube italiano, onde também foi treinador, além de ter dirigido, em seguida, o seu maior rival, o Inter de Milão. Até o meio do ano passado, era o principal executivo do Paris Saint-Germain. De passagem pelo Brasil, após assistir à Copa do Mundo da Europa, Leonardo analisou a atual situação do futebol brasileiro.
Em entrevista ao Jornal O Globo, ele defendeu mudanças radicais, conclamando a união de todos os envolvidos no esporte: "Bom Senso, Romário, clubes, CBF, todos precisam se unir para uma grande reformulação. "A gente tem que mudar a visão do todo. O Brasil é a sétima economia mundial, o futebol é nossa grande paixão, mas, apesar de todo esse potencial, o mundo corporativo, e até o próprio futebol, ainda vê o esporte como organização social, sem fins lucrativos. Isso limita a entrada de qualquer investimento. A visão tem que ser comercial, com fins lucrativos", declarou o ex-atleta.
Inconformado como o futebol brasileiro é visto lá fora, Leonardo disparou sobre o quanto estamos distante da realidade.
"Precisamos criar uma nova estrutura para entrar no mercado. Estamos fora dele. Trabalhando direito, temos condições de fazer uma NBA. Quanto custa o Neymar pra ficar aqui? Para o tamanho do negócio que se pode gerar, não é nada. Se, ao menos, fizéssemos um campeonato local forte, não precisaríamos nem competir com a Europa. A NBA não compete com ninguém e é um sucesso no mundo todo. O Campeonato Brasileiro não passa em lugar algum do mundo. Não é reconhecido no mercado. Os jogos são desinteressantes. E ainda se chama Brasileirão. Esse nome, nenhum estrangeiro entende. Não vende lá fora ...".
Neymar
Por falar no camisa 10 da Seleção Brasileira, o ex-lateral do Flamengo não poupou críticas à maior estrela nacional.
"Neymar falou que no Brasil se treina pouco. E ele só descobriu isso aos 22 anos! Será que não poderia ser melhor se tivesse descoberto isso aos 18? Se tivesse tido outras opiniões táticas, poderia ser um autêntico 10. Taticamente estamos muito atrasados. No Brasil, a gente aprende a jogar bola, não a jogar o jogo. A Alemanha hoje tem talento, mas tem também estratégia. A Itália ganhou em 2006 só na estratégia. Materazzi foi o artilheiro do time! Isso também é jogo! Só que a gente acha feio. Está todo mundo mais organizado taticamente. E, para você fazer prevalecer nosso talento, tem que estar organizado. A gente precisa ter a visão do todo e depois pôr o talento".
Investimento
Para os clubes melhorarem a situação, Leonardo aconselhou a eles tomarem as rédeas. "Os clubes têm que tomar a iniciativa. Sem eles não tem campeonato, Seleção, não tem nada. E eles não podem estar tão enfraquecidos. E não adianta só sanear a dívida. Se não mudar o sistema e gerar riqueza, vai dever de novo. Precisamos abrir as portas dos clubes para as riquezas existentes no Brasil ou às estrangeiras.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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