Força das arquibancadas. Coração de torcedor "acredita" até o fim A vitória por 1 a 0 contra o Moto Club e o time com postura aguerrida satisfizeram a torcida tricolor que projeta um resultado diferente dos últimos anos de batalha pelo acesso


 Torcida do Fortaleza sofreu, mas extravasou com o gol - no segundo tempo - de Ronny JÚLIO CAESAR
Torcida do Fortaleza sofreu, mas extravasou com o gol - no segundo tempo - de Ronny JÚLIO CAESAR
























Se o Fortaleza amarga o oitavo ano na Serie C, ontem a Arena Castelão vestida de azul, vermelho e branco provou, mais uma vez, que não é por falta de torcida. Vindo de apresentações anteriores sofríveis, contra o rebaixado Moto Club a partida foi vitória, mesmo que magra, e também foi reencontro com os mais de 33 mil torcedores. Cada carreira atrás de bola que parecia perdida era seguida de aplauso. Para cada erro, grito de “eu acredito” e uns impropérios que também ninguém é de ferro. Era um balé de ação e reação, dentro e fora de campo, movido por paixão e tensão.

Unhas roídas, olhos na telinha do celular para verificar a tabela, tremelique das pernas e um tal de puxar os cabelos quando a bola teimosa passava perto do gol. Tudo se revertia em torcida. O nervosismo ia aumentando conforme o número de impedimentos marcados. E foram muitos. A raiva inventava de brotar a cada passe errado. E foram muitos. Mas muitos também foram os abraços e os gritos entalados de felicidade quando Ronny acabou com a teima do gol.


Conquistando a classificação para a fase eliminatória com menos facilidades do que das últimas vezes, a reza e o verbo acreditar, muito próprio do papel do torcedor tricolor, tiveram de ser acionados com antecedência. “O time tinha que demonstrar alguma coisa pra essa torcida. Do começo ao fim, eu me arrepiei, porque todo momento que o Fortaleza precisou a torcida respondeu. E nada mais justo que o time também demonstrar garra em campo. Senti orgulho de torcer Fortaleza”, disse, ainda emocionado, o promotor de vendas Kleber Costa, 33.

Com roteiro diferente, a crença do torcedor é que o resultado final também modifique o rumo da história que tem se repetido. “O time sempre disparava na classificação, ia pro primeiro jogo lá e decidia aqui. Esse ano, tá sendo totalmente diferente: Leão sofreu para conseguir a classificação e joga o segundo fora. Tomara que fim também seja diferente. O Fortaleza vem motivado para o primeiro jogo, (contra Tupi), chamando a torcida que hoje foi fenomenal. Os dois unidos não tem pra ninguém”, completa Klebber.

É no que acredita também o motoboy Harrison Rodrigues, 29. “Os dois anos anteriores foram os que a torcida acreditou mais. Com ataque bom e zaga boa não deu certo. A gente ficou no desespero. Este ano, com um time regular, vai que dá certo?”, espera.

“Pode ser justamente um fator diferencial: a gente vai pro nosso quinto mata mata e agora, pela primeira vez, nós vamos começar em casa e decidir fora e isso pode se mais tranquilo. Pro meu coração de torcedor não importa muito, contanto que suba”., dialoga, o universitário Yuri Rodrigues, 25.

Para dar aquela forcinha, o empresário Júnior Benevides, 58, garante que é pé quente e já está organizando o grupo de 15 amigos que vão a Juiz de Fora, em Minas Gerais, assistir ao segundo jogo e a tentativa de acesso a Série B. “Esse ano, o Tricolor não morre: a gente mata aqui e segura lá”, projeta. 
  Varjota  esportes - Ce.      /       O  Povo.

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