As 6 polêmicas que alimentam a rivalidade entre Brasil e Argentina

Pelé e Maradona durante evento na França, durante a Eurocopa de 2016© Getty Images Pelé e Maradona durante evento na França, durante a Eurocopa de 2016
Brasil e Argentina duelam nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), pela semifinal da Copa América, valendo uma vaga na aguardada final do dia 7 de julho, no Maracanã.
As equipes cimentaram uma rivalidade durante 105 anos, que tiveram mais de uma centena de partidas. E que possuem, também, uma sérir de polêmicas que perduram eternamente.
Veja as seis principais:

1. PELÉ OU MARADONA (E AGORA MESSI)?

Jogadores da Argentina posados antes de jogo contra o Brasil, pela Copa de 1978© Getty Images Jogadores da Argentina posados antes de jogo contra o Brasil, pela Copa de 1978
Ainda que para os mortais escolher entre Pelé e Maradona seja igual eleger seu favorito entre mãe e pai, John Lennon ou Paul McCartney, Raça Negra ou Só Pra Contrariar, brasileiros e argentinos jamais entrarão num acordo sobre quem é o maior da história.
Os brasileiros pontam Pelé, é claro: ganhou três Copas do Mundo, fez mais de mil gols. Os argentinos argumentam que Maradona ganhou o Mundial de 1986 'jogando sozinho', e fez ainda o gol mais bonito da história.
Dunga dá carrinho em Maradona durante Brasil x Argentina pela Copa de 1990© Getty Images Dunga dá carrinho em Maradona durante Brasil x Argentina pela Copa de 1990
A Fifa quem mexer nessa polêmica em dezembro de 2000, e se meteu em uma situação espinhosa. Para não ficar mal com nenhum, nomeou Maradona como o Melhor Jogador do Século XX de acordo com votação feita pela internet e Pelé como Melhor Jogador do Século XX segundo votação feita por membros da entidade máxima do futebol e jornalistas.
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E para "piorar" a situação, houve o surgimento de Lionel Messi, que abriu uma "terceira via" nessa disputa.
La Pulga tem cinco Bolas de Ouro, seis Chuteiras de Ouro e um rendimento de nível máximo durante anos a fio, o que leva muitos a considerarem o canhoto como o melhor de todos os tempos. Só neste Copa América, Messi foi descrito assim por nomes como Rafael Dudamel, técnico da Venezuela, e Thiago Silva, capitão da seleção brasileira.
Messi, porém, não ganhou nenhum título com a seleção principal da Argentina, o que por vezes o coloca à margem na disputa entre Pelé e Maradona.
Na Copa América do Brasil, ele espera acabar de vez com esse "vazio" em sua enorme galeria de troféus...

2. A BATALHA DE ROSARIO E OUTRAS BRIGAS

O jogo entre Brasil e Argentina em 18 de junho de 1978, pela Copa do Mundo, ficou conhecido como "A batalha de Rosario" pela extrema violência entre as partes.
O duelo foi válido pela segunda fase do Mundial. De acordo com o regulamento, o 1º de cada um dos dois grupos avançava à final, enquanto o 2º colocado ia para a disputa do 3º lugar.
Quando Brasil e Argentina se enfrentaram, o time que vencesse praticamente assegurava a liderança e um lugar na busca pela taça mundial. E por isso, mesmo que no campo estivessem jogadores extraordinários como Ardiles, Luque, Kempes, Zico, Dirceu e Jorge Mendonça, os dois times se dedicaram apenas a trocar coices. 
À época, dizia-se que a partida terminou em 0 a 0, mas teve um perdedor: o futebol.
Mas essa não foi a única batalha campal entre Brasil e Argentina.
Na Copa América de 1937, uma partida extra no estádio Gasómetro, do San Lorenzo, decidiu quem seria campeão entre canarinhos e albicelestes. Aos 36 minutos do primeiro tempo, uma entrada violenta do brasileiro Carnera em Pancho Varallo teve revide do argentino, o que iniciou uma batalha campal, com invasão do gramado por torcedores e intervenção da polícia.
A partida ficou 42 minutos paralisadas, e, ao ser reiniciada, teve novos episódios de violência - tanto é que o primeiro tempo sequer durou 45 minutos, já que a arbitragem não conseguia segurar o ímpeto dos jogadores em campo.
Após o intervalo, a situação tensa foi contornada à base de muita conversa. No fim das contas, a Argentina ganhou por 2 a 0 na prorrogação e foi campeã, mas as seleções deram uma prova de desportividade e desfilaram juntas na volta olímpica.
Nove anos depois, na partida decisiva de outra Copa América, desta vez disputada no Monumental de Núñez, o lendário Jair da Rosa Pinto quebrou a perna de Salomón em uma dividida e deu início a uma briga feroz.
A ação da polícia, que usou seus cassetetes contra a equipe visitante, fez o Brasil se retirar de campo e ameaçar o WO. À base da conversa, o time até voltou a campo, mas os argentinos ganharam por 2 a 0 e foram campeões.

3. AS SUSPEITAS DE ARGENTINA x PERU

Um dos episódios mais obscuros da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, foi uma suspeita de um acordo entre ditaduras para que a Albiceleste chegasse à final. Uma polêmica que segue viva depois de tantas décadas, cimentada por depoimentos de alguns dos protagonistas daquele jogo.
Argentina x Peru foi a continuação da "Batalha de Rosario". Sabe-se lá o motivo, a Fifa permitiu que a última rodada da fase de grupos fosse jogada em horários diferentes. O Brasil, que abriu a rodada, fez 3 a 1 na Polônia, o que obrigava a Argentina a ganhar por quatro gols de diferença do Peru para superar os brasileiros no saldo e ir à final do Mundial.
Em Rosario, a Albiceleste enfiou 6 a 0 nos peruanos, em uma tarde para lá de infeliz do goleiro Ramón Quiroga, um argentino nascido na própria Rosario e que era naturalizado peruano... 
José Velásques, titular do Peru naquele encontro, acusou posteriormente seis companheiros de equipe, inclusive Quiroga, de terem se vendido. O técnico Marcos Calderón fez a mesma acusação.
Naquela época, falou-se também em um acordo entre as ditaduras dos países. Depois do Mundial, por coincidência ou não, o Governo do General Videla, da Argentina, doou 14 mil toneladas de trigo ao Peru...

4. A 'ÁGUA BENTA' DE TURIM

14 anos depois da Copa do Mundo de 1990, Maradona revelou tudo na televisão. A denúncia de Branco, lateral esquerdo do Brasil, que assegurava ter passado mal depois de beber água oferecida pelo massagista da Argentina, tinha fundamento!
O técnico da Albiceleste, Carlos Bilardo, ordenou que fossem dissolvidas doses de Royphnol, um sedativo, em uma das garrafas de água, que eram identificadas por um código de cores para não serem confundidas.
Depois de uma falta de Ricardo Rocha em Pedro Troglio, o jogo ficou parado, e, sob o forte calor de Turim, decidiram ir à lateral do gramado para tomar água. Branco bebeu justamente da garrafa "batizada", que foi oferecida por um massagista argentino, e voltou muito lento ao jogo.
A Argentina aproveitou e, em uma jogada genial de Maradona, fez o com Caniggia, eliminou o Brasil e foi à semifinal da Copa.
Mas a justiça seria feita na final, com a equipe sendo vice da Alemanha...

5. A MÃO DE TÚLIO (OU DA VIRGEM MARIA)

"Os argentinos choram até hoje. Tudo bem, mas eles não podem reclamar, porque não falaram nada do gol de mão de Maradona em 1986. O deles foi 'A mão de Deus'. O meu foi o da Virgem Maria, a quem eu amo mais que Deus".
Com essa frase nas redes sociais, o folclórico Túlio Maravilha se lembrou recentemente de seu lance mais polêmico na carreira.
Com a mão, ele dominou a bola para marcar o gol do empate por 2 a 2 com a Argentina, nas quartas de final da Copa América de 1995, e levou a decisão para os pênaltis. Na marca da cal, o Brasil foi melhor e eliminou a rival, que reclama até hoje da mão de Túlio.
karma, porém, foi forte com o "Maravilha". Na final contra o Uruguai, ele perdeu o único pênalti da disputa final e viu o Brasil ser vice do Uruguai.

6. TROCAS DE FARPAS

A chama da rivalidade é mesmo eterna. Ela começou a ser aquecida em 1920, quando uma sátira do jornal Crítica, com uma canção que chamava os brasileiros de "macacos", fez com que o Brasil não levasse jogadores negros à Copa América de 1921, realizada em Buenos Aires, como forma de protesto.
Desde então, cada declaração cria uma nova polêmica.
No começo dos anos 2010, o meia Oscar, então no Chelsea e titular da seleção brasileira, disparou que "o inferno congelaria antes da Argentina voltar a ganhar uma Copa".
Depois, Pelé tuitou uma foto ao lado do lendário Di Stéfano com a seguinte legenda: "Era tão bom que poderia ter sido brasileiro".
Roberto Carlos colocou a cereja no bolo: "Se Messi fosse brasileiro, já teria sido campeão do mundo faz tempo".
A guerra entre as torcidas também é eterna. Na Copa do Mundo de 2002, os brasileiros cantavam "Don't cry for me Argentina" depois da equipe de Marcelo Bielsa, que era a grande favorita ao título, ser eliminada ainda na primeira fase.
A resposta argentina veio em 2014, com a música "Brasil, decime qué se siente", que virou um dos grandes hits do Mundial.
Para estar Copa América, uma rede de lojas está oferecendo R$ 500 de desconto a todos que compraram uma TV se a Argentina for vice-campeã do torneio. Nas redes sociais, a hashtag usada foi um tapa na cara: #ViceDeNovo

 Varjota Esportes - Ce.          /             MSN.

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