Bauza se classifica como "meio-termo" entre estilos de Guardiola e Mourinho Em sua apresentação, treinador diz que dirigir o São Paulo é o maior desafio da carreira e revela que tem trocado ideias com Osorio sobre o elenco tricolor

Bicampeão da Taça Libertadores, o técnico argentino Edgardo Bauza, apresentado nesta quarta-feira pelo São Paulo, afirma que dirigir o clube do Morumbi é o maior desafio de sua carreira. Aos 57 anos, ele terá a missão de remontar o time, que sofreu desmanche ao longo de toda a temporada. Ainda assim, terá o privilégio de disputar a competição continental novamente. Mesmo num ano ruim, o Tricolor conseguiu a vaga, graças ao quarto lugar no Brasileirão. Com contrato de um ano, Bauza mostrou muita empolgação com a chegada ao clube.
– Esse é o maior desafio da minha carreira. Assumo com a mesma responsabilidade com a qual passei por cada equipe. Em algumas, fomos bem. Em outras, nem tanto – disse o treinador, durante a entrevista coletiva de apresentação.
Durante 40 minutos, Bauza falou sobre muitos assuntos. Chamou a atenção ao se definir como um meio termo entre os estilos de dois dos treinadores mais vencedores do futebol europeu: Pep Guardiola, que deixará o Bayern de Munique no final da temporada, e José Morinho, recém-saído do Chelsea. Ao ser questionado sobre qual dos dois mais o agrada, o técnico do São Paulo ficou em cima do muro.
– São dois técnicos que ganharam tudo. Se estou mais perto de algum? Me ponho no meio. Gosto de coisas do Guardiola e gosto de coisas do Mourinho. Suas equipes são equilibradas, defensivamente muito fortes, efetivas. De Guardiola, admiro muito o controle de bola dos seus times. Isso é muito importante.
 (Entre os estilos de Mourinho e Guardiola) me ponho no meio. Gosto de coisas dos dois"
Edgardo Bauza, técnico do São Paulo
 Durante a entrevista, Bauza foi questionado sobre seu estilo de trabalho e se há semelhanças com o estilo de Juan Carlos Osorio, que passou pelo Morumbi neste ano e deixou o clube para assumir a seleção do México.
– A equipe de Osorio é mais vertical, eu gosto mais de trabalhar as jogadas. Mas a metodologia de trabalho em geral é muito parecida. Tive oportunidade de falar muito sobre futebol com ele. Não sou um técnico esquematizado, futebol é um esporte que muda permanentemente – afirmou.
Veja mais respostas de Bauza na coletiva:

Chegada ao São Paulo

– Prometo que no dia a dia vamos melhorar o português, vamos fazer um esforço para que seja em breve. Da minha parte, é um orgulho poder estar em um clube como o São Paulo e ter a responsabilidade de poder dirigi-lo, é um desafio importante. Vou cumprir com muita gana, com muita dedicação. Vamos começar a trabalhar para colocar o São Paulo no lugar onde ele tem de estar. 
Prefere jogador técnico ou lutador?
– Estou vendo vídeos do time e tenho um diagnóstico primário do time. Falei com o Osorio para entender sua opinião a respeito e estamos falando com a diretoria sobre possibilidades para incorporar o time, não falamos de nomes. Estamos vendo quais são as posições que a equipe precisa se fortalecer. Vamos determinar as peças nos próximos dias, depois que eu tiver um diagnóstico mais certeiro. Quero errar o menos possível.
Edgardo Bauza São Paulo  (Foto: Marcos Ribolli)Edgardo Bauza foi apresentado nesta quarta-feira
(Foto: Marcos Ribolli)
Conceitos de futebol
– Sou a favor do equilíbrio. Para ter equilíbrio, é preciso uma equipe com obrigações. Obviamente que o São Paulo, por sua história, tem de tentar ganhar todas as partidas. No futebol de hoje é preciso defender e atacar com os 11. Trabalharemos isso. O São Paulo tem jogadores de grande técnica e acredito poder trabalhar com eles esse equilíbrio para ser uma equipe competitiva.
Libertadores
– Acredito que a Libertadores é uma obsessão para todas as equipes, principalmente para equipes importantes como o São Paulo. Igualmente temos outras obrigações, temos de tentar ganhar todos os campeonatos. Vamos trabalhar para isso. 
Encontro com o elenco
– Fui jogador e sei que, quando chega um técnico novo, ficam todos na expectativa. Não teremos uma relação de amizade, mas muito profissional, vou lhes dar ferramentas para ter o melhor. Tenho que tratar o individual para formar uma equipe competitiva.
Conversa com o Flamengo e política no São Paulo
– Faz três meses a conversa, foi antes de Argentina x Brasil. Foi toda a conversa que tive, depois não falamos mais. O tema político não vou dar opinião porque não conheço e obviamente que não me corresponde.
Vou continuar falando com o Osorio, vai me servir para ter uma análise melhor. Temos uma boa relação e vai ser de muita ajuda sua opinião."
Edgardo Bauza
 Relação com Osorio
– Vou continuar falando com o Osorio, vai me servir para ter uma análise melhor. Temos uma boa relação e vai ser de muita ajuda sua opinião. Falamos da equipe, de alguns jogadores, vou seguir trabalhando com ele, como também com outros treinadores. 
Posições carentes
– Defesa, meio-campo e ataque. Não falamos de nomes. Na Argentina e por aí saíram alguns nomes, muito mais de jornalistas que citam nomes do que outra coisa. Precisamos seguir falando como estamos para determinar quais as melhores opções. Acredito que poderemos incorporar alguns jogadores.
Parte defensiva precisa melhorar?
– Uma equipe que quer ser a melhor tem de defender bem e atacar melhor. É um compromisso que teremos de trabalhar entre todos. Dinâmica, velocidade e técnica são imprescindíveis, precisamos que os 11 estejam preparados para fazê-lo. A ideia é que ataquem todos e defendam todos. Estou convencido de que o São Paulo tem um plantel para fazê-lo. Hoje existe um desequilíbrio que vamos tratar de arrumar.
Dificuldades financeiras para contratar
– Jamais me disseram que tinha muito dinheiro para investir. Quando falo que estamos buscando jogadores, tenho de ver também as possibilidades financeiras do clube. 
Edgardo Bauza São Paulo entrevista (Foto: Marcos Ribolli)Novo técnico aprova trio do San Lorenzo, mas acha difícil contratar (Foto: Marcos Ribolli)
Buffarini, Ortgoza e Caruzzo
– São bons jogadores, mas não acredito que San Lorenzo solte algum dos três. Obviamente que são jogadores que dirigi, disse o mesmo que falo para vocês, vamos reforçar todas as linhas. 
Apelido “Patón”
– Vem de infância, meu irmão era patón grande e eu patón chico (pequeno). Acabou pegando no mundo futebolístico.
Assumir São Paulo sem Ceni
– É um ídolo e vai estar sempre aí. Ídolos são intocáveis. Seguramente, em algum momento vou encontrar com ele, que também vai me ajudar muito para contar sua impressão do que viveu no último ano. 
Grupo na Libertadores
– Não posso pensar na Libertadores mais adiante porque ainda temos duas partidas (da primeira fase, contra o César Vallejo, do Peru). Não quero falar da fase de grupos porque o mais importante que temos é a partida na pré.  

  Varjota  Esportes - Ce.            /          Globoesporte.

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