"Ex-aluno" do Barça, Neymar volta à final do Mundial com fama de decisivo Derrotado com Santos em "aula de futebol" de Messi e cia. em 2011, brasileiro muda de lado e busca ampliar estatísticas de gols marcados em finais, diante do River Plate

Barcelona e River Plate decidem o Mundial de Clubes neste domingo, em Yokohama, às 8h30 (de Brasília). O GloboEsporte.com, a TV Globo e o SporTV transmitem o jogo ao vivo, e o site também acompanha em Tempo Real.
 
TABELA - decisões Neymar títulos gols (Foto: Editoria de Arte)
Neymar não tem vergonha de contar que seu desejo de jogar no Barcelona ganhou um grande impulso em 18 de dezembro de 2011, quando viu o Santos que liderava ser goleado por 4 a 0 na decisão do Mundial de Clubes, em uma exibição blaugrana à qual se referiu como aula de futebol. O atacante observou, aprendeu a lição e trocou de lado. Neste domingo, o brasileiro volta a jogar uma final de Mundial, desta vez junto com o a equipe catalã, diante do River Plate, e com uma fama de decisivo em jogos deste quilate.
A partir daquela derrota no Estádio Internacional de Yokohama, mesmo palco da final deste domingo, Neymar caminhou para deixar de ser um grande talento crescente para se consolidar como um dos grandes nomes do futebol mundial. Dias depois da frustração no Japão, ele recebeu o Prêmio Puskás pelo golaço marcado contra o Flamengo no Brasileirão, coroando sua indicação entre os 23 melhores jogadores do mundo para a Fifa.
No ano seguinte, mostrou ter incorporado bem a aula dada pelo Barça de Guardiola, demonstrando maior maturidade em meios aos inúmeros rumores que já o colocavam no futebol europeu. Neymar foi decisivo na conquista do Campeonato Paulista e na campanha que levou o Santos às semifinais da Libertadores, ultrapassando a barreira dos 100 gols na carreira - com apenas 20 anos de idade. Na seleção brasileira, virou de vez o grande astro, tendo passado por uma decepção marcante: a derrota na final das Olimpíadas para o México, um ano antes de arrumar suas malas para, de ex-aluno, se juntar aos professores de 2011 no Camp Nou.
Daquele time, apenas seis continuam presentes no elenco do Barça: Dani Alves, Piqué, Mascherano, Iniesta, Busquets e Messi. Neymar pode tão não ter a vasta experiência daqueles que hoje são seus amigos e companheiros de time, mas tem a seu favor uma estatística que pode fazer seus fãs aguardarem por um bom papel contra o River neste domingo.
Neymar conquistou 11 dos 17 torneios que possuíam um jogo decisivo no fim e, desta forma, construiu uma fama de artilheiro de finais. Na verdade, criou uma regra em sua carreira: quando venceu uma decisão, deixou sua marca. Foi assim desde o Campeonato Palista de 2010 até a Liga dos Campeões de 2014/15, passando por Libertadores, Supercopas e Copa das Confederações.

Neymar ganha abraço de Messi na final do Mundial (Foto: Reuters) 
MISTÉRIO: MSN COMPLETO?
Em busca de um título que faz falta à sua carreira desde os tempos de Santos, Neymar ainda não tem participação confirmada como titular diante do River. O camisa 11 mostrou grande evolução da uma lesão na coxa esquerda e treinou com o grupo normalmente neste sábado, mas o técnico Luis Enrique afirmou durante a semana que não arriscaria escalá-lo sem que estivesse 100%. Chefe na aula de 2011, Messi também é dúvida, depois de ser cortado do jogo contra o Guangzhou Evergrande, na quinta-feira passada, por uma cólica renal.
Messi e Neymar treino Barcelona Japão (Foto: Reuters)Dupla ainda não tem participação desde o início do jogo confirmada (Foto: Reuters)
Em meio ao destaque para o noticiário vindo do departamento médico, o Barcelona sustentou o discurso de que dá, sim, importância ao Mundial de Clubes e que poder conquistar a competição significa dar ainda mais valor ao título da Liga dos Campeões. Além disso, em caso de êxito, o elenco deixaria seu nome marcado por quase ter igualado o "sextete" de 2009, chegando a cinco de seis conquistas no ano - só perdeu a Supercopa da Espanha, para o Athletic Bilbao, sofrendo a primeira das três derrotas em 27 jogos na atual temporada.
- Realmente, penso que é um titulo que, só pela dificuldade que é estar aqui, ser campeão da Champions, diz tudo. Portanto, para nós, a nível coletivo, é importantíssimo. E a nível pessoal, cada um tem seus objetivos. Há gente dentro do grupo que pode ganhar pela primeira vez, outros podem repetir. Portanto, o ânimo de ganhar esse torneio é máximo. É o que tentaremos fazer diante de um rival complicado, mas sabemos que, se estivermos em nosso nível, temos possibilidade de conseguir - afirmou Iniesta.
Do outro lado, Marcelo Gallardo deve realizar apenas uma alteração, colocando o experiente Lucho González para jogar desde o início. Enquanto no Barça o discurso é de respeito à competição, no River o sentimento é de "vale tudo", como costuma ser para os sul-americanos.
- Creio que os jogadores se preparam mentalmente para enfrentar o jogo. É uma questão de aproveitar, saber que custou muito chegar a essa possibilidade. E agora tem que aproveitar, viver o momento como se merece. Tem que desfrutar, pois esse jogo não se joga toda hora. E me parece que os jogadores vão chegar bem pelo ânimo que têm de fazer um grande jogo, de estar à altura das consequências. De viver como vivemos o futebol, a paixão... Sabemos que nosso público se fará presente, nos sentiremos apoiados e tentaremos jogar um jogo que nos permita orgulharmos.
"HINCHAS" X EUFORIA JAPONESA

O apoio citado por Gallardo será dado por 15 mil torcedores do River Plate que deixaram a Argentina e enfrentaram mais de 24 horas de viagem, além das escalas, para poder assistir ao torneio no Japão. Os "hinchas" já prometeram que transformarão seu setor do Estádio Internacional de Yokohama em uma amostra do Monumental de Núñez, com bandeiras, instrumentos e, é claro, muitos gritos e cantos para empurrar os Millonarios e assustar o Barcelona.
- É verdade, muita gente fez esforço para estar aqui e vai aproveitar o jogo conosco. Temos o compromisso de querer estar à altura disso. É diferente para os jogadores de outros continentes, como é o futebol em nosso país. Muito lindo e muito importante ter o apoio de nossa gente. Sempre é uma força extra que pode ajudar, e para nós fica o compromisso de dar o melhor - disse o goleiro Barovero.
Torcida do River Plate polícia Tóquio Japão (Foto: Reuters)

Entretanto, a invasão argentina não significa que o River vá ter o estádio a seu favor neste domingo. Para o Barcelona, pesa o carinho do torcedor japonês, demonstrado todos os dias desde o seu desembarque na Terra do Sol Nascente, nos treinos e na porta do hotel onde a equipe está concentrada. Lembrando o apoio dos nipônicos na semifinal contra o Guangzhou Evergrande, Iniesta lembrou que o Barça não estará desamparado diante da hinchada millonaria.
- Não sei, de minha parte não ligo, pois aqui nos sentimos muito apoiados. Desde que chegamos, nas ruas, no hotel há pessoas que esperam para ver os jogadores. Portanto, para nós, é nossa torcida também, e não só as pessoas de Barcelona ou de outra cidade da Espanha. A partir daí, estaremos em campo 11 contra 11, e tentaremos fazer o nosso trabalho. O River poderá sentir o calor de sua torcida, que fez um esforço brutal de horas para chegar aqui. E cada um poderá tentar o melhor para seu time.
Barcelona torcida semifinal Mundial de Clubes (Foto: Jorge Natan) 

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