Gerson celebra 17 anos do seu projeto com festa da bola no Caio Martins Canhotinha de Ouro comanda projeto social em Niterói que recebe 1.200 crianças de sete comunidades diferentes

Quem escuta Gerson comentando há anos os jogos no Brasil, o encara como um crítico ferrenho do futebol brasileiro. Um ex-jogador de sucesso que aos 75 anos não se conforma com o jeito em que a bola é muitas vezes maltratada pelos campos. Porém, é fácil também observar os olhos dele brilhando com a bola rolando. O gramado nem precisa estar tão perfeito. Para isso, basta acompanhar o Canhota de Ouro, apelido carinhoso que recebeu nos tempos de atleta, assistindo ao evento de final de ano do seu projeto social.

O tricampeão do mundo pela seleção brasileira chegou cedo ao Caio Martins, em Niterói, para acompanhar todos os jogos finais de um campeonato que envolve todos os sete núcleos do projeto que leva o seu nome. Não tinha hora para sair. Estava, do alto das cabines, orgulhoso de assistir aos meninos e meninas que são atendidos diariamente. O Projeto Gerson completou 17 anos ajudando, atualmente, aproximadamente 1.200 jovens entre 4 e 17 anos. “Chegam uns de três anos também, acompanhando os irmãos. Sabe como é, não têm para onde ir, então ficam lá também com a gente”, explicou Gerson, que trabalha como comentarista na Rádio Tupi. 

Projeto Gerson 2 (Foto: Márcio Mará)
- Temos parceria com a prefeitura, fazemos parte do Projeto Esportivo de Niterói. A contrapartida nossa é essa: dentista e médico de graça para todos, ainda lanche para eles - disse Gerson.
Todos os jovens participam do projeto de segunda a sexta. Sábado costuma ser dia de jogo. São vários professores que cuidam dos sete núcleos. Um deles é Pires, ex-volante de Fluminense e Bragantino. 
Projeto Gerson  (Foto: Márcio Mará)







O importante, segundo Gerson, é deixar a garotada longe dos perigos das comunidades. Há, no entanto, meninos e meninas fazendo sucesso. Rafael Carioca, volante do Atlético-MG, saiu do projeto. 
- Criamos o primeiro emprego. São vários e vários trabalhando em firmas, como a Uniodont, na Unimed, menina que entrou para a Marinha... Temos meninos que já são professores de educação física, que viraram professor. Tem meninos jogando no Botafogo, Fluminense. Nosso time de menina joga todo no Vasco, temos garotas na seleção brasileira.
Ao todo, cerca de 200 meninas participam do projeto. Há duas na seleção brasileira sub-17. Elas jogam juntos dos meninos nos times dos respectivos núcleos, como pôde ser visto neste sábado no Caio Martins, dia das finais entre as comunidades.
- Hoje aqui foi a decisão do campeonato que fizemos durante o ano todo. Depois, a festa, são sete núcleos, cada um faz a sua. Mandamos bicicleta para sortearem, mas aí é mais coisa de comunidade, eles fazem as festas deles, nós vamos lá participar também. 



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