Líder do Campeonato Mineiro tem 'dedo' de Neymar


Daniel Alves com a camisa do Uberlândia
 © Reprodução Facebook Daniel Alves com a camisa do Uberlândia
Ausente por cinco anos da elite do futebol mineiro, o Uberlândia lidera de forma isolada o Estadual deste ano e já é a sensação do torneio. Perdeu apenas um jogo, logo na estreia para o Atlético-MG, e depois emendou quatro vitórias seguidas. O momento não é obra do acaso. A equipe tem por trás um ousado projeto de um grupo de empresários, entre os quais Wagner Ribeiro, e conta até com a ajuda de Neymar.
O craque do Barcelona não está envolvido diretamente, mas ajudou ao patrocinador a camisa do Uberlândia no ano passado, durante a disputa da Série B mineira. Na ocasião, o clube exibiu o logo do Instituto Neymar, projeto social do atacante.
O apoio de Neymar também está presente por meio da empresa N&N, da qual ele, ao lado do pai, é um dos donos. A empresa presta um trabalho de consultoria de marketing e ajuda o clube na busca por investidores e patrocinadores.  
"É inegável que o nome Neymar sempre agrega, sempre ajuda, tem peso", reconheceu Ribeiro à ESPN. "O Neymar e o pai dele sempre estão juntos comigo. Hoje, a N&N presta um trabalho de consultoria, de assessoria em marketing. No ano passado colocaram o patrocínio do Instituto Neymar. No futuro esperamos contar com o apoio do escritório em Barcelona para nos ajudar os jogadores."
Ribeiro disse que pretende convidar Neymar para conhecer a estrutura do Uberlândia. O camisa 11 do Barcelona já esteve na cidade para partidas de exibição com amigos, mas nunca visitou o clube alviverde, segundo o empresário.
"Tenho a ideia de convidá-lo no final do ano, quando ele está de férias. Se conseguirmos nossos objetivos nesse ano, a visita dele iria coroar o que estamos fazendo e, obviamente, atraria mais os olhares para o Uberlândia", disse Ribeiro.
O empresário negou que a parceira renda a Neymar ou ao pai qualquer benefício. "Um sobrinho do Neymar [pai] nos foi oferecido neste ano, mas não foi aprovado pela nossa comissão técnica e não foi admitido. Isso é uma prova de trabalhamos como parceiros, mas com independência e sem qualquer privilégio", disse o empresário.
A ideia de usar Neymar para chamar a atenção agrada também. O atacante ainda não vestiu a camisa do Uberlândia, mas o lateral direito Daniel Alves, amigo e companheiro do camisa 11 do Barcelona, vestiu e promoveu o time alviverde em um vídeo.
ELITE DO BRASIL
Jogadores do Uberândia (de verde) no vitória por 2 a 0 contra o Guarani-MG © Divulgação Uberlândia Jogadores do Uberândia  (de verde) no vitória por 2 a 0 contra o Guarani-MG
O 'dedo' de Neymar é apenas uma parte do que o Uberlândia é atualmente. A equipe tem um projeto ambicioso visando a elite do Campeonato Brasileiro.
Este projeto tem envolvimento direto de Wagner Ribeiro. Desde o final de 2014, ele integra um grupo de investidores que cuidam da gestão do clube. O acordo tem validade de dez anos e ao lado de dele estão outros empresários, como Márcio Malamud (que deixou o projeto no ano passado) e Kriss Corso.
Na hierarquia do clube, o grupo gestor está abaixo apenas do presidente do clube, Carlos Augusto Braga, conhecido como Guto. Eles assinaram um contrato com o clube válido por dez anos e estipularem diversas metas nesse período.
O acesso em Minas Gerais já provocou uma melhoria no projeto do Uberlândia. O clube acertou parceria com a Universidade do Futebol, que presta consultoria no futebol profissional e na base com a vinda de João Paulo Medina no final do ano passado.
"Nosso primeiro objetivo é não voltar para a Série B mineira, algo muito comum para um clube logo que ele garante o acesso. Depois buscar vaga na Série D do Brasileiro. Hoje, o Uberlândia não disputa nenhuma divisão nacional. E também queremos uma vaga na próxima Copa do Brasil. Esses são os objetivos iniciais, mas pretendemos alcançar as divisões maiores do Brasileiro no futuro", disse Ribeiro.
A preocupação com o calendário é o que incomoda atualmente o Uberlândia. Ano passado, após encerrada a segunda divisão estadual, a equipe ficou parada de maio até dezembro. Apenas jogadores da base ou do ub-23 jogaram, ainda assim amistosos.
Neste ano, a realidade só será diferente se o clube se classificar para a Série D do Brasileiro - são duas vagas para as duas melhores da primeira divisão de Minas Gerais que não estejam disputando nenhuma outra divisão. Caso contrário a temporada do Uberlândia terminará juntamente com o Estadual, cuja final é em 8 de maio.
ESTRUTURA E RETORNO
A estrutura do Uberlândia é modesta. Os maiores salários chegam a no máximo R$ 10 mil - realidade bem distante do que pagam Atlético-MG e Cruzeiro, por exemplo. São 32 jogadores no elenco, muitos jovens e com contratos curtos.
Agente de jogadores, Wagner Ribeiro afirmou a reportagem que não tem muitos atletas no elenco do Uberlândia.
"Não sei te dizer o número de cabeça, mas são poucos. Não entrei nesse projeto para fazer o clube hospedar meus atletas. É um projeto para o clube crescer. A cidade de Uberlândia está próxima de São Paulo e Belo Horizonte, perto do Rio de Janeiro e no caminho a Brasília. Tem boa estrutura, com 850 mil habitantes, e o futebol faz parte. A torcida abraçou o time, lota o estádio. Apostamos no futuro", disse ele.
Segundo Ribeiro, a ideia do grupo gestor é recuperar o que está sendo investido em um futuro mais distante, por isso não há a preocupação com a venda de jogadores.
"Não tem jeito. No Brasil, a receita maior é da TV e não há retorno jogando as Séries C e D do Brasileiro. E não estamos em nenhuma delas. Se chegarmos na Série B já é possível pensar em retorno. Para ficar claro, o Uberlândia tem uma receita hoje por alugar patrimônio. Tem um shopping dentro do estádio, com 50 e 60 lojas. Esse dinheiro não é utilizado para o futebol. O futebol sobrevive com patrocinadores e por isso temos uma folha salarial modesta, custos baixos. É hora de investirmos, o retorno virá depois", completa o empresário 

  Varjota   Esportes - Ce.         /        MSN.

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