Fred não aparece, e Peter diz que burocracia atrasa acordo com o Galo Com atraso de quase duas horas e meia, presidente fala sozinho com os jornalistas e reitera que negociação, pela parte do Tricolor, está de pé. Atleta não esteve no clube

peter, fluminense (Foto: Edgard Maciel de Sá)Peter explicou situação em entrevista com ausência de Fred (Foto: Edgard Maciel de Sá)
Foram quase duas horas e meia de espera. E Fred não apareceu. Com a burocracia emperrando o acordo do centroavante com o Atlético-MG, coube apenas ao presidente Peter Siemsen falar com os jornalistas nas Laranjeiras. Visivelmente irritado, o dirigente definiu a situação como "chata" e, embora não acredite, disse não poder descartar uma reviravolta na transferência do jogador. Ele garantiu que, da parte do clube carioca, a negociação já está definida.
A entrevista havia sido convocada pelo Tricolor para as 17h30 desta quinta-feira. Pouco antes das 20h, o mandatário apareceu no Salão Nobre. Sozinho. Nem Jorge Macedo, o diretor executivo de futebol, nem Fred, que haviam sido confirmados pelo clube na coletiva, apareceram. Minutos antes, Francis Mello, um dos representantes de Fred, havia deixado o clube. O agora ex-camisa 9 não esteve nas Laranjeiras nesta quinta e, pelo menos até agora, ainda não se despediu dos antigos companheiros.
- Vim falar em respeito a vocês. Só subi em respeito porque vocês esperaram durante horas. Também estou chateado. Não é possível. O que tenho a informar é rápido e simples. Representantes do Atlético-MG e do atleta não se resolveram. Do Fluminense, tudo resolvido. Frustra a possibilidade da coletiva com o atleta e demais pessoas - disse o dirigente, para depois completar:
Difícil opinar sobre a questão Atlético-MG e atleta porque não estou envolvido. Posso falar do Fluminense e não encontramos dificuldade em solucionar nossa parte com o Fred e com o Atlético-MG. Se amanhã o caso não andar, vamos ter que administrar."
Peter Siemsen, presidente do Fluminense
- Difícil opinar sobre a questão Atlético-MG e atleta porque não estou envolvido. Posso falar do Fluminense e não encontramos dificuldade em solucionar nossa parte com o Fred e com o Atlético-MG. Se amanhã o caso não andar, vamos ter que administrar. Eles estão terminando os últimos detalhes. Não deve ser tão difícil.
A rápida negociação, que ganhou força na segunda-feira e foi anunciada na noite de quarta-feira, por ambos os clubes, fica em compasso de espera. Ela, porém, deve por fim à rotina de gols (172 em 288 jogos) e títulos (dois do Brasileiro, um do Carioca e um da Primeira Liga) do jogador pelo Flu.  Fred tem contrato com o Flu até 31 de dezembro de 2018 e custaria R$ 33 milhões até o fim do compromisso.. 
Pelo acordado entre os clubes, além do consequente alívio financeiro, o Tricolor vai receber cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 5 milhões). O roteiro de adeus, caso se confirme, passa ainda pelo aumento salarial negado no início do ano, pela insatisfação de Fred com o problema, pela relação desgastada com o técnico Levir Culpi, pela vontade de parte da diretoria e por uma liderança que já não era mais considerada a mesma no vestiário.
A saída de um ídolo deixa saudades, mas não impede o clube de continuar no seu foco de construir o futuro. Temos dois camisas 9 promissores, o Richarlison e o Pedro, do sub-20
Peter Siemsen, presidente do Fluminense
- A vida é feita de ciclos. A esposa está grávida, a família é de Belo Horizonte, é mais um desafio perto do fim da carreira. É bastante justificável o interesse em atuar em uma equipe de sua cidade - acrescentou o presidente.
Peter disse que as portas do clube sempre estarão abertas a Fred. Afirmou que o jogador tem a sua importância como ídolo na história do Fluminense, mas ressaltou que é preciso olhar para frente. Citou a construção do Centro de Treinamento e jogadores que definiu como promissores, casos dos centroavantes Pedro e Richarlison:
- A saída de um ídolo deixa saudades, mas não impede o clube de continuar no seu foco de construir o futuro. Temos dois camisas 9 promissores, o Richarlison e o Pedro, do sub-20. Não trabalhamos com resultados imediatistas. Temos desafios grandes. O clube tem de pensar grande, na construção do futuro. Fred tem lugar especial na galeria de ídolos, mas o clube tem de continuar construindo seu futuro.

O Fluminense volta a treinar nesta sexta-feira. A atividade está marcada para as 10h nas Laranjeiras.
A íntegra da coletiva
Info Fred (Foto: Infoesporte)
O motivo da demora
Só subi em respeito porque vocês esperaram durante horas. Também estou chateado. Não é possível. O que tenho a informar é rápido e simples. Representantes do Atlético-MG e do atleta não se resolveram. Do Fluminense, tudo resolvido. Frustra a possibilidade da coletiva com o atleta e demais pessoas.
A saída de um ídoloA vida é feita de ciclos. A esposa está grávida, a família é de Belo Horizonte, é mais um desafio perto do fim da carreira. É bastante justificável o interesse em atuar em uma equipe de sua cidade. A questão do ídolo é eternizada. Não muda. É o maior ídolo contemporâneo. São muitos anos de casa. Para nós, é um jogador que nos deu muito, mas a vida passa e novos desafios são impostos. Nós estamos com novos desafios. Tivemos um modelo (parceria com a Unimed) que chegou ao auge, mas hoje estamos olhando para o futuro. Reconheço a contribuição do atleta, mas estamos construindo um time para muitos anos.

ReposiçãoEstamos investindo na base para construir grandes times e novos ídolos. Não estou dizendo que não temos ambições neste campeonato. Nessa posição do Fred, já temos jogadores jovens e interessantes. Nossa prioridade, no momento, é um meia, mas olhamos outras posições. Se aparecer uma oportunidade interessante, o clube não descarta.

Negociação pode melar?
Difícil opinar sobre a questão Atlético-MG e atleta porque não estou envolvido. Posso falar do Fluminense e não encontramos dificuldade em solucionar nossa parte com o Fred e com o Atlético-MG. Se amanhã o caso não andar, vamos ter que administrar. Eles estão terminando os últimos detalhes. Não deve ser tão difícil.
Fred pediu para sair?O Flu trabalha com projeto de longo prazo. Interesse do atleta em deixar o clube tem a ver com desafio novo, estar perto da família... Se justifica, não podemos colocar dificuldades, até pela história do jogador no clube. Vamos continuar investindo, mas nosso projeto é de reconstrução. Passamos por um investimento grande no futebol, mas ficarmos atrasados em outras questões. Estamos construindo um Fluminense forte para o futuro com grandes patrocinadores. Para isso precisamos melhorar o perfil, sua condição financeira, a dívida... Quando assumi, o Fluminense estava perto do primeiro lugar dos mais endividados. Vi um ranking recentemente em que estávamos em sétimo lugar... Ainda estamos construindo Centro de Treinamento.
Tristeza?A saída de um ídolo deixa saudades, mas não impede o clube de continuar no seu foco de construir o futuro. Temos dois camisas 9 promissores, o Richarlison e o Pedro, do sub-20. Não trabalhamos com resultados imediatistas. Temos desafios grandes. O clube tem de pensar grande, na construção do futuro. Fred tem lugar especial na galeria de ídolos, mas o clube tem de continuar construindo seu futuro.
Briga com Levir interferiu?
A questão com o Levir ficou para trás. Não percebi rusga depois. O Fred se dedicou bastante, e o técnico continuou conduzindo o elenco. Não vejo influência na eventual saída.
Homenagem?Acho que uma coisa é quando o atleta deixa o clube no fim da temporada, quando pode convocar uma despedida. No caso do Brasil, no qual tenho críticas ao calendário, com essa situação de jogar seis partidas por um clube e se transferir, é uma regra ruim. Nos impõem situação como essa. Ele não podia jogar contra o Grêmio, tinha que ser uma negociação rápida. Não houve tempo de planejar uma homenagem. Prejudica o apoio da torcida.   
Ele pode voltar?
As portas estarão sempre abertas a ele. Se não puder voltar como jogador, que volte após a carreira. Se não conseguirmos homenagear agora pela velocidade da saída, vamos pensar em algo mais para a frente. 

 Varjota  Esportes - Ce.         /       Globoesporte.

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