Zagueiro Paulo André critica CBF e diz que só trocar Dunga não é a solução Uma das vozes do Bom Senso FC, jogador publica texto apontando motivos para o momento atual do futebol brasileiro. "Clubes não têm unidade nem coragem"

Paulo André reunião CBF (Foto: Thales Soares)Paulo André é um dos líderes do movimento Bom Senso FC (Foto: Thales Soares)
O zagueiro Paulo André, uma das vozes do Bom Senso FC, publicou um texto nas redes sociais em que critica a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e afirma que só trocar o técnico Dunga não é a solução. O jogador, que atualmente defende o Atlético-PR, apontou vários desafios para que o futebol brasileiro consiga a reabilitação, como a "capacitação de profissionais em todas as áreas do futebol", uma "verdadeira reforma do calendário" e a "inversão da pirâmide de gastos da CBF", com menos custos de administração e mais investimento no futebol.
A CBF deve definir na terça-feira o futuro de Dunga e também do coordenador Gilmar Rinaldi. Tite, hoje no Corinthians, é o plano A caso Dunga seja demitido. A pressão sobre o atual treinador da Seleção aumentou após a eliminação logo na primeira fase da Copa América Centenário, com só quatro pontos em três jogos.
Confira, a seguir, o texto de Paulo André na íntegra:
Por que a CBF continua de pé?
Entraram na sala de casa e viram um elefante. Trocaram o sofá. Foram à cozinha e havia uma girafa. Alguma coisa não ia bem e resolveram trocar a geladeira. Passaram pela CBF e deram de cara com Marco Polo Del Nero, Walter Feldman, Manoel Flores e outros bichos esquisitos. E tem gente inteligente, que eu admiro, achando que a solução agora é apenas trocar o Dunga.
A compreensão da complexidade e da interdependência das partes (formação de atletas, capacitação de profissionais em todas as áreas do futebol, verdadeira reforma do calendário, inversão da pirâmide de gastos da CBF - menos custos de administração e mais investimento no futebol -, democratização do estatuto e da entidade, troca de comando político por comando técnico, gestão profissional voltada para o desenvolvimento do esporte e para o crescimento dos clubes brasileiros, etc...) é apenas o primeiro (compreensão) dos muitos passos que teremos que dar em direção à reabilitação.
Os clubes não tem unidade nem coragem, as Federações Estaduais não tem interesse nem capacidade, os patrocinadores e a TV estão desesperados. Só que a armadura estatutária e legislativa que protege a CBF é praticamente intransponível. É preciso unir os poucos visionários deste sistema para curar (arrancar) o câncer generalizado que asfixia qualquer esperança. 

  Varjota  Esportes - Ce.     /        Globoesporte.

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