TV e sócio-torcedor: Como o River Plate se financia para brilhar na Libertadores contra o Flamengo

Jogadores do River Plate comemoram gol sobre o Patronato, pelo Argentino© Getty Images Jogadores do River Plate comemoram gol sobre o Patronato, pelo Argentino
Na semana passada, o presidente do River Plate, Rodolfo D'Onofrio salientou a diferença de dinheiro recebido em direitos de televisão entre sua equipe e o Flamengo, rival na final da Libertadores - nas palavras do cartola, uma desvantagem "abismal".
De acordo com D'Onofrio, o Fla recebe R$ 200 milhões da TV em sua liga nacional, enquanto o River ganharia apenas R$ 12 milhões no Campeonato Argentino. E os números do cartola argentino são quase precisos.
Segundo seu balanço, o clube carioca recebeu R$ 222,4 milhões em direitos de televisão na temporada 2018.
Já os Millonarios teriam embolsado 193.750.254,00 pesos argentinos, de acordo com a Superliga local, o que, na cotação atual, dá pouco mais de R$ 13 milhões.
Ou seja: a diferença entre Fla e River, em 2018, foi de R$ 209,4 milhões.
Como é, então, que o clube de Buenos Aires se financia para ter um elenco tão forte e encarar de igual para igual o poderoso (e rico) Rubro-Negro?
A resposta está na paixão da torcida: é com seus sócios-torcedores que o River Plate hoje paga a maior parte de suas contas.
De acordo com o orçamento previsto para 2019/20, que já foi aprovado pelos sócios do clube, a expectativa para a temporada é de arrecadar 1.568.672.000,00 de pesos argentinos com associados. Na cotação atual, daria R$ 105.495.984,24.
Isso corresponde a cerca de 30% do faturamento anual da equipe, sendo a maior fonte de renda ao lado da bilheteria (também 30%).
Na sequência, os patrocinadores aparecem como 2º maior receita, com 20% do total, enquanto os direitos de TV e as premiações de competições só correspondem a 10% cada.
No sócio-torcedor, aliás, o River consegue brigar no mesmo patamar do Flamengo, já que, em seu último balanço, o clube brasileiro mostrou ter faturado R$ 106 milhões com torcida e estádio - praticamente o mesmo montante que os argentinos estimam embolsar em 2019/20.
A diferença é que, para o Fla, o sócio-torcedor corresponde a só 19,7% da renda total, valor bem menor que o do River Plate.
A importância do associado para a equipe de Buenos Aires é tão grande que, no balanço da temporada 2016/17, o tesoureiro do time, Andrés Ballotta, fez até um agradecimento público aos fãs.
"Os sócios do River foram as pessoas que permitiram o clube subir degraus e chegar a outro patamar financeiro, com seu aporte de pagamento de mensalidades e ingressos", definiu.
"Hoje, o River tem sua independência econômica e financeira graças aos sócios-torcedores, que foram o principal motor do ressurgimento de nossa economia", acrescentou. 

 Varjota Esportes - Ce.        /         MSN.

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