Ex-pipoqueiro, Paulo Rafael fecha o gol no Papão e põe o ídolo no banco Com boas atuações no Paraense e Copa do Brasil, camisa 1 mostra maturidade aos 20 anos e diz que pensa em se aposentar no clube do coração




Goleiro Paulo Rafael relembra os tempos de pipoqueiro (Foto: Gustavo Pêna/GLOBOESPORTEFinal do Campeonato Paraense de 2006 entre Paysandu e Ananindeua. O goleiro Ronaldo defende dois pênaltis e o Papão conquista o título do torneio. Um garoto em especial, de apenas 16 anos, deixava de lado a venda de pipocas no Mangueirão e comemorava a conquista do seu clube de coração. O menino era Paulo Rafael, hoje titular absoluto com a camisa 1 do time que aprendeu a torcer desde criança.
Paulo Rafael nem imaginava que um dia poderia jogar no Paysandu. Aos 14 anos, conseguiu um lugar nas divisões de base do clube. Mas o interesse era outro.
- Nunca pensei que poderia jogar profissionalmente em um time. Gostava de jogar futebol, mas eu torcia muito pelo Paysandu e queria estar perto dos jogadores e da Curuzu. A minha vontade era mais de estar lá dentro, vivendo perto do que clube, do que de pensar em jogar nele.
Porém, para Paulo Rafael não era fácil ficar perto do Paysandu. De origem humilde, morador do bairro do Benguí, em Belém, o jogador tinha que trabalhar para poder pagar as passagens de ônibus até os locais de treinamento.
- Desde criança eu tinha que trabalhar se eu quisesse treinar e ajudar a sustentar a minha família. Já fiz de tudo nessa vida. Trabalhei na feira vendendo farinha e, no Mangueirão, eu vendia pipoca, churrasco e até cachorro quente. Mas era bom porque eu vendia e ao mesmo tempo assistia um pouco aos jogos do Paysandu. Quando não tinha dinheiro, ia de bicicleta para os treinos. Uma vez eu fui pedalando do Benguí e fui até o estádio da Curuzu.
Trabalhei na feira vendendo farinha e, no Mangueirão, eu vendia pipoca, churrasco e até cachorro quente. Mas era bom porque eu vendia e ao mesmo tempo assistia um pouco dos
jogos do Paysandu"
Paulo Rafael, goleiro do Paysandu
A subida para o time profissional do Papão aconteceu em 2008. Após dois anos e poucas chances de jogar, o contrato no clube se encerrou e o goleiro se transferiu para o Sport (PE). Segundo Rafael, a ida para Recife foi essencial para que sua carreira deslanchasse.
- No sub-20 do Sport, fui campeão pernambucano e de um torneio que participamos na Alemanha. Fui para o profissional em 2011, como terceiro goleiro. Joguei como titular em uma partida contra o Goiás e fiz parte do grupo que conseguiu o acesso para a Série A. Foi uma grande experiência, pois trabalhei com grandes jogadores. Se eu não saísse de Belém naquela época, ninguém iria saber quem é o Paulo Rafael.
Ídolo hoje é seu reserva
Após se destacar no Leão da Ilha, o goleiro recebeu proposta para retornar ao Paysandu por empréstimo. Mas, após conversas entre as diretorias dos clubes, o atleta foi liberado e assinou contrato com o bicolor paraense até novembro. No elenco alviazul, encontrou o ídolo que só via das arquibancadas.
- Quando voltei, fiz alguns jogos amistosos com o time, mas minha liberação do Sport estava atrapalhando a minha estreia no Parazão. Foi quando o Ronaldo foi contratado e começou como titular. Depois, consegui a vaga no time no jogo contra o Águia de Marabá. Isso tudo foi normal. Hoje o Ronaldo é meu amigo. A gente conversa muito e temos consciência de que não importa quem começa jogando. Temos é que ajudar o Paysandu.
Futuro
Devido às boas atuações do goleiro no Campeonato Paraense e na Copa do Brasil - quando foi um dos destaques na vitória por 4 a 1 no segundo jogo diante do Sport, em Recife -, Paulo Rafael já recebeu propostas de outras equipes. Entretanto, segundo ele, o pensamento é continuar no Paysandu.
- Foi no Paysandu que tive o meu primeiro contrato como profissional, e meu objetivo é ficar em Belém e ajudar o clube a garantir o acesso para a Série B. Se depender só de mim, eu me aposento aqui. Sempre torci para o Paysandu, tanto que nem cogito ir para um outro time da capital. Minha história aqui é ótima e quero continuar ajudando.
Após a eliminação do Campeonato Paraense 2012, o Paysandu se prepara para a partida diante do Coritiba (PR), pelas oitavas de finais da Copa do Brasil. O primeiro jogo entre as equipes será na quinta-feira (26), às 19h30m, no estádio Couto Pereira, em Curitiba. 
  Varjota  Esportes - Ce.  /   Globoesporte

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