O Vasco divulgou, nesta sexta-feira em seu site oficial, uma resposta a uma matéria publicada pelo GloboEsporte.com no dia 15 de março intitulada “Juninho Pernambucano rebate Eurico Miranda e mostra contrato com Vasco”. Na nota, o dirigente contesta argumentos do ex-jogador e apresenta documentos, inclusive contracheques, para afirmar que o ídolo do clube “jamais jogou de graça no Vasco”.
Na terça-feira, dia 14, participei de um programa na emissora ESPN Brasil. Em determinado momento, um dos entrevistadores questionou a respeito da minha relação pessoal com alguns ex-atletas do clube. Dentre eles, o Sr. Antonio Augusto Ribeiro Reis Junior, conhecido por Juninho Pernambucano.
Confira a nota na íntegra:
Confira a nota na íntegra:
Expliquei aos entrevistadores que não mantenho relação pessoal com aqueles que acionam o Vasco na Justiça. Não por algum tipo de problema pessoal, mas porque, como Presidente da Instituição, não me parece que seja o procedimento mais adequado em casos nos quais se deve manter algum distanciamento.
Faltou mencionar, ainda, que não posso me relacionar com aqueles que se utilizam de suas posições profissionais atuais para fazer política no clube. Não me parece correto que comentaristas de futebol recorram aos microfones disponíveis para tal.
Especificamente em relação ao ex-atleta Juninho, disse ainda que, ao contrário do que foi divulgado à época, ele jamais jogou de graça no Vasco.
O ex-jogador resolveu contestar esta declaração apresentando o primeiro de seus contratos após o retorno ao futebol brasileiro. Ocorre que o contrato apresentado é relativo apenas a um semestre. Como ficará demonstrado abaixo, nos contratos subsequentes, o atleta compensou o seu, digamos, altruísmo de primeira hora.
Ainda no primeiro contrato, aquele apresentado pelo ex-atleta em sua resposta, havia a previsão de uma série de premiações, uma cláusula determinava o aluguel de uma residência no valor de 15 mil reais, enquanto outra previa a percepção de seu direito de imagem. Estipulava, ainda, algumas vantagens não remuneradas, como a dispensa de concentração. Além destas, uma novidade insólita: se Juninho Pernambucano decidisse, ao término do período, encerrar a carreira, o Vasco tinha a obrigação de contratá-lo como assistente técnico por 2 anos, sob a remuneração de 40 mil mensais. Caso único em que o contrato é celebrado para a prestação de um serviço, mas que pode terminar em outro.
Seis meses depois, o ex-atleta passou a receber 50 mil reais por partida. Note-se que não há menção ao tempo de permanência em campo. Portanto, ao pisar no gramado, o valor já estava garantido. Ademais, havia um bônus: 10 mil por gol anotado. O aluguel foi reavaliado para 18 mil reais. Previu-se, a partir de então, a disponibilização de um quarto individual para partidas disputadas fora de casa. Foram mantidas, também, premiações por meta.
Neste segundo contrato, aliás, além das benesses onerosas, verifica-se no parágrafo primeiro do item 3 o custo da prestação de serviços no primeiro contrato, quantia de R$ 2 milhões de reais, equivalente a 611 vezes o valor de seis meses do salário mínimo.
Neste segundo contrato, aliás, além das benesses onerosas, verifica-se no parágrafo primeiro do item 3 o custo da prestação de serviços no primeiro contrato, quantia de R$ 2 milhões de reais, equivalente a 611 vezes o valor de seis meses do salário mínimo.
Encerrada a relação, como a antiga administração não lhe pagou (praxe), o jogador foi atrás do seu e propôs uma reclamação trabalhista que terminou em acordo no valor de R$ 475.036,21.
Além disso, importante dizer que cada contrato com o ex-atleta Juninho deu ensejo um comissionamento de R$ 250.000,00, ou seja, R$ 750.000,00 no total. Como desse valor somente R$ 100.000,00 foram pagos pela antiga administração, fomos obrigados a firmar acordo no valor de R$ 880.000,00 nos autos da cobrança judicial proposta pelo empresário.
Jogadores de futebol são profissionais. Por isso, são remunerados. Se as partes celebram um contrato, independente dos valores, ele deve ser cumprido. A partir daí, a discussão deveria estar encerrada.
O Vasco ainda sofre os efeitos de contratos como estes acima expostos, que não envolvem apenas o contratado, mas seus representantes legais, os quais, na ocasião, recebiam quantias a título de agenciamento. Parte da dívida hoje composta pelo clube provém destes valores. Seguimos uma rotina diária de enorme esforço para manter o clube saneado financeiramente. No final de 2016, foi apresentado um panorama pormenorizado de nossas dívidas, o que já pagamos e o que compusemos. De lá para cá outras pendências foram equacionadas, estando dentre essas justamente a do empresário de Juninho. Com todas as dificuldades e driblando as irresponsabilidades cometidas entre 2008 e 2014, seguimos firmes e olhando para o futuro.
Procurado pelo GloboEsporte.com, Juninho se posicionou:
"Eu nunca falei que jogaria de graça - e sim que jogaria por objetivo. Pega minha apresentação de 2011. O Vasco me fez uma proposta oficial para voltar por R$ 5 milhões por temporada, feita pelo Roberto Dinamite, Rodrigo Caetano e pelo seu Olavo Monteiro de Carvalho. Eu não quis - disse que jogaria seis meses e só receberia algo se conquistasse objetivo. Pro meu empresário e todo mundo era loucura. Todo mundo foi contra. Na minha apresentação de 2011 eu falei: estou voltando por objetivos baseados na proposta que o Vasco me fez e pra cumprir minha promessa pra torcida. Se eu fosse quinto colocado, não receberia nenhuma premiação. Se eu acabasse do quinto ao vigésimo colocado, não ganharia nada. Eu saí do Brasil com 26 anos, com uma filha e volto dez anos depois, realizado, com minhas filhas e não sabia o que eu ia encontrar. Então fiz esse contrato por objetivo. Se eu atingisse os objetivos, o Vasco me pagava. Se eu não atingisse, não teria que pagar nada.
Agora, em dezembro de 2011, minha promessa estava cumprida. E eu renovei com o Vasco, sendo que poderia ter renovado por R$ 500 mil, R$ 600 mil por mês. Mas renovei mais uma vez por objetivo. Eu joguei entre três e seis jogos por mês. Então, eu poderia fazer três jogos e receberia 150 mil, e podia fazer seis jogos e seria 300 mil. Se eu me machucasse, por exemplo, e passasse seis, sete meses no departamento médico, o clube não teria que me pagar nada. Nenhum jogador na história do Vasco fez um contrato desses.
E é verdade - em nenhum jogo do Vasco na Libertadores eu dormi na concentração, nem nas quartas de final contra o Corinthians. Porque isso estava no meu contrato, além de 300 camisas que eles não me pagaram até hoje. O que mais me impressiona é que o contrato está aí. É só ver quem foi que fez isso na história. Se o Vasco ficasse entre quinto e vigésimo, um abraço meu amigo. Quem é que faz isso? Quem é que arrisca isso? Se eu fiz isso, era porque eu estava preparado para parar. O meu grande erro foi não ter divulgado, na época, os meus contratos.
Agora, em dezembro de 2011, minha promessa estava cumprida. E eu renovei com o Vasco, sendo que poderia ter renovado por R$ 500 mil, R$ 600 mil por mês. Mas renovei mais uma vez por objetivo. Eu joguei entre três e seis jogos por mês. Então, eu poderia fazer três jogos e receberia 150 mil, e podia fazer seis jogos e seria 300 mil. Se eu me machucasse, por exemplo, e passasse seis, sete meses no departamento médico, o clube não teria que me pagar nada. Nenhum jogador na história do Vasco fez um contrato desses.
E é verdade - em nenhum jogo do Vasco na Libertadores eu dormi na concentração, nem nas quartas de final contra o Corinthians. Porque isso estava no meu contrato, além de 300 camisas que eles não me pagaram até hoje. O que mais me impressiona é que o contrato está aí. É só ver quem foi que fez isso na história. Se o Vasco ficasse entre quinto e vigésimo, um abraço meu amigo. Quem é que faz isso? Quem é que arrisca isso? Se eu fiz isso, era porque eu estava preparado para parar. O meu grande erro foi não ter divulgado, na época, os meus contratos.
Sobre outros contratos também - só gostaria de lembrar que voltei ao clube para jogar em 2013 em troca de receber as dívidas de 2011 e 2012".
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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