Um dia depois de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis terem a prisão preventiva determinada no Paraguai, o advogado da dupla, Sérgio Queiroz, concedeu entrevista coletiva para dar a versão da defesa no caso. Ele chamou a detenção de ilegal.
“É uma prisão ilegal pela qual estão passando os dois. Ilegal porque foram desrespeitadas, a partir de sexta-feira à noite, todas as prorrogativas processuais penais vigentes aqui no Paraguai”, disse.
Queiroz, que é brasileiro, e não foi o profissional que representou os dois no início do caso no país vizinho, revelou que Assis recebeu uma oferta para tirar o passaporte paraguaio e aceitou, pensando em negócios no Paraguai, mas acreditaram que receberam documentos verdadeiros.
“O Roberto (Assis), sim, sabia que tinha sido solicitado, lhe foi oferecido para ter a naturalização paraguaia de ambos, obter o passaporte. ‘Tem interesse?’ ‘Por que vou ter interesse?’ Você pode fazer mais negócios’. ‘Pois bem, se é assim, por favor, o que precisa?’ Encaminha a documentação. ‘Queremos’. É normal, Ronaldo tem outro passaporte, espanhol.”
“Eles solicitaram. Aceitaram a proposta de ter. Quando receberam o documento, para eles, acharam que está ok. Tanto que apresentaram os documentos, mostraram para entrar (no Paraguai). Poderiam entrar com outro. Acreditavam que era lícito”, seguiu.
“Cometeram o ilícito de portar o documento ilegal, mas foi de boa fé, sem dolo. Poderiam ter entrado com o documento deles que poderiam entrar”, complementou.
Sobre o interesse da dupla em negócios no Paraguai, o advogado afirmou:
“Em todos os locais do mundo, eles têm interesse de fazer negócio. A imagem do Ronaldo é mundial, tanto que todos estão aqui hoje vindos do Brasil. Ronaldo é requisitado no mundo inteiro, para marketing, campanhas de futebol. Ronaldo tem interesse não só no Paraguai, mas em qualquer país do mundo de estreitar relações. Mas neste momento (Ronaldinho) não tem nenhuma empresa aqui, nem tinha solicitado abertura de empresa, veio para dois eventos.”
Entenda o caso
Ronaldinho e Assis desembarcaram em Assunção na quarta-feira para participarem de um evento. Os dois foram pegos com documentos aduterados no país e passaram a ser investigados.
Os passaportes haviam sido expedidos em nome de outras duas pessoas e, postoriormente, adulterados.
Além disso, a promotoria acusou outras três pessoas: o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado pela defesa do ex-atleta como responsável pelos documentos falsos, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero, que foram as paraguaias que constavam nos documentos expedidos.
Na quinta-feira, o fiscal Federico Delfino afirmou que Ronaldinho Gaúcho e Assis não seriam presos por entrarem com documentos falsos no Paraguai, tendo apenas que pagarem uma "multa social".
Mas o juiz responsável pelo caso, Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, tomou uma decisão totalmente contrária nesta sexta-feira e determinou a detenção dos dois.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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