O Palmeiras precisava vencer o time misto do Atlético-PR, em sua nova arena, para não depender de ninguém e se livrar de um terceiro rebaixamento em sua história. Não conseguiu. Ficou apenas no empate por 1 a 1. Mas não caiu, graças ao Santos. No Barradão, o rival paulista, "de férias", bateu o Vitória com um gol aos 49 minutos do segundo tempo, de Thiago Ribeiro. O empate em Salvador já serviria ao Palmeiras. Mas foi o gol do atacante santista que trouxe o alívio ao torcedor palmeirense.
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"Vergonha, vergonha, time sem vergonha", gritou a torcida alviverde, cansada de sofrer. Cansada de ver uma instituição entitulada "campeã do século 20" passar vergonha no século 21. Cansada de passar longe do protagonismo de antigamente. Cansada de ser motivo de chacota dos adversários. Cansada de ver jogadores que nem de longe lembram os de um passado recente. "Time ser vergonha" era o que gritavam, como forma de atacar não só os atletas, mas principalmente a diretoria, comandada por Paulo Nobre.
O Atlético-PR, na parte intermediária da tabela, assim como o Santos, fez a parte dele. Mesmo com apenas três titulares, lutou e muito pelo resultado, principalmente no primeiro tempo, afastando o temor de que poderia não se esforçar para poder prejudicar o Vitória, clube com o qual mantém briga judicial. Os jogadores do Furacão mostraram caráter.
O jogo
O nervosismo dos jogadores do Palmeiras era impressionante. A bola parecia queimar no pé de todos eles - menos nos de Valdivia. Com uma lesão muscular na coxa esquerda, o meia não estava 100% fisicamente e se posicionava bem mais recuado do que de costume, quase fixo no meio-campo. O chileno parecia um quarterback de futebol americano: protegido por um ou dois colegas, recebia a bola e tentava lançamentos longos, por trás da defesa atleticana. Faltava alguém com qualidade para receber na frente.
O Atlético-PR, com apenas três titulares, jogava sem pressão alguma e se aproveitava do nervosismo palmeirense e da péssima atuação de Lúcio. Lento, estabanado e quase sempre mal posicionado, o experiente zagueiro levava um baile de jogadores como Nathan e Marcos Guilherme. O primeiro gol saiu literalmente nas costas de Lúcio: em escanteio da esquerda, o zagueiro se abaixou e serviu como apoio para Ricardo Silva subir e marcar de cabeça.
Eram nove minutos de jogo, 17h14 pelo horário de Brasília. Dois minutos depois, Henrique abriu o placar para o Bahia contra o Coritiba, resultado que derrubaria o Palmeiras. Foram oito minutos na Série B, até que outro Henrique, o do Verdão, empatou o jogo na arena, cobrando pênalti com perfeição.
Era de se imaginar que os palmeirenses se encontrassem em campo e começassem a jogar. Nada disso. A tensão continuava no ar. Com o empate na arena, um gol do Vitória em Salvador rebaixaria o Palmeiras. Valdivia, se arrastando, tentava levar o time ao ataque. Mas cada investida do Atlético-PR causava calafrios no torcedor palmeirense. Fernando Prass salvou a equipe em duas oportunidades.
No segundo tempo, suspense. Voltaram 21 jogadores para campo. Faltava um palmeirense. Era o camisa 10. Valdivia demorou a aparecer, mas apareceu - ele ficou até o último segundo do intervalo fazendo fisioterapia no vestiário. A comemoração da torcida foi como a de um gol. Era nítida a dependência do chileno.
Mas era o Atlético-PR quem continuava assustando. E reclamando da arbitragem. Aos 6, em disputa de bola na área do Palmeiras, a bola bateu no braço de Lúcio. O árbitro Leandro Vuaden, que havia dado pênalti no primeiro tempo (acatando marcação de um de seus auxiliares), em chute de João Pedro que bateu na mão de Dráusio, desta vez ignorou e mandou seguir.
Dorival resolveu chamar os argentinos. Trocou Wesley (muito vaiado) e Mazinho por Cristaldo e Mouche. O Verdão passou a ser um time mais vibrante em campo, encurralando o Atlético-PR. Encurralou o Furacão. Faltou precisão nas finalizações. O jogo se encerrou às 18h55 na Arena Palmeiras. Faltava terminar a partida no Barradão, onde o placar mostrava 0 a 0. Thiago Ribeiro, às 18h56, fez o gol do Santos. Alívio palmeirense.
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