Convidado para participar do Jogo das Celebridades do All-Star Game da NBA, no dia 17 de fevereiro em New Orleans, Oscar Schmidt diz que não vai para a partida apenas para brincar. Aos 58 anos, o Mão Santa, que voltou a treinar para poder entrar em quadra, afirmou que quer sair com a vitória e com o prêmio de melhor jogador do duelo.
- Eu não estou indo lá para brincar. Eu quero ser o melhor jogador do jogo. Mas como eu estou quebrado, meu Deus, como é difícil treinar. Estou fazendo o possível para ser o melhor do jogo. Eu nunca brinquei de basquete. Vou brincar agora? Vou jogar para ser o melhor jogador do jogo e ganhar o jogo. Não estou indo lá para brincar. Se alguém me convidou pensando que eu vou lá para brincar, eu não vou. Vou para ganhar o jogo - afirmou.
Draftado pelo New Jersey Nets em 1984, o brasileiro recusou o contrato da equipe americana. Entretanto, ele será homenageado nesta segunda-feira, na Barclays Arena, antes do jogo contra o Memphis Grizzlies, com início às 22h30min (horário de Brasília). Na cerimônia, Oscar receberá uma camisa com seu nome e número do Brooklyn Nets, que foi colocada à venda no Brasil e se esgotou rapidamente no sábado. O ex-camisa 14 lembra que quando fez os testes para o draft, já sabia que não aceitaria qualquer proposta e justifica a escolha.
- Eu fiquei sabendo desse draft na Olimpíada de Los Angeles em 1984. Eu sabia que não ia aceitar nada. Porque para jogar naquela época, tinha que abdicar de jogar pela seleção. E a regra era essa. Não tinha como brigar com isso. Falei que ia lá, me esforçar pra burro, que ia ser o melhor do campus, vão me oferecer um contrato, mas eu vou dizer não. E foi o que aconteceu. Rejeitei a proposta do New Jersey Nets, que hoje faz essa homenagem para mim. Algo extraordinário. Dizem que foi um dos melhores drafts da história porque vários deles viraram integrantes do Hall of Fame. E eu virei hall of famer sem ter jogado na NBA. E isso é um orgulho danado. Nunca joguei na NBA e virei hall of famer da NBA. Na Europa, eu tinha contrato assinado dizendo que eu não podia esquiar, andar de moto, pagava imposto sobre o que eu ganhava, mas era amador. Ainda bem que mudou - disse.
O brasileiro ainda comentou a diferença de postura entre os torcedores brasileiros e os americanos. Para Oscar, no Brasil, os fãs dão muito importância para as conquistas com a seleção, algo que não acontece tanto nos Estados Unidos.
- O Brasil é um país muito diferente. Ele só pensa na seleção brasileira. Quem não entender isso, ninguém vai lembrar de você. Pode vencer o que quiser no clube, se não vencer algo na seleção brasileira, ninguém vai lembrar. O brasileiro é assim. Ele gosta da seleção brasileira vencendo. Então esse negócio de time de camisa é muito segmentado. Porque é só um pouquinho de gente que torce para determinado time, tirando Flamengo e Corinthians. Então tem que ganhar com a seleção brasileira. Coisa que o americano é menos. A cidade toda de Boston torce para o time de Boston. Então é bem diferente do que é no Brasil - concluiu.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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