O sorriso voltou com a boa e velha resenha. Houve quem ficasse preocupado com Zagallo quando o viu debilitado no tour da Tocha Olímpica, pouco antes dos Jogos do Rio, em cadeira de rodas, às voltas com problemas de saúde e se recuperando de cirurgias. Mas o tempo recarregou as baterias do Velho Lobo. Quando, na última quinta-feira, a equipe do SporTV chegou à residência do tetracampeão mundial pela Seleção como praticamente tudo - jogador, treinador e assistente técnico -, não demorou muito a rever a lenda como sempre foi. Falante, brincalhão. Sobre a aparição na Olimpíada, abriu o jogo (assista ao vídeo acima).
- Ali eu estava pra baixo, eu fui no peito e na raça, e hoje eu estou aqui feliz, acompanhando todos os jogos... Minha vida é essa, né?
Dali em diante, Zagallo engrenou como nos bons tempos. Falou, logicamente, do seu assunto preferido, a Seleção. Com a autoridade de maior vitorioso com a "Amarelinha", como costuma se referir à lendária camisa, deleitou-se em elogios a Tite e deu ao novo comandante aquela "bênção" de deixar qualquer um orgulhoso.
- O Tite já deu um verniz. Porque o que ele vinha fazendo no Corinthians ele reproduziu dentro da seleção brasileira. Eu acho até que ele foi além, porque ele pegou a seleção brasileira em sexto lugar, com 14 pontos, e entregou, entregou não, deu a paralisação com 23 pontos na frente do sexto, pra primeiro do grupo. Então o Tite vem fazendo um trabalho sensacional, praticamente com os mesmos jogadores.. Aí é uma questão de dedo. Ele tá com a sensibilidade boa.
Feliz com Tite na Seleção, feliz também com Neymar. Perguntado sobre a possibilidade de abrir hipoteticamente a alguém uma vaguinha naquele time dos sonhos de 70, Zagallo foi logo avisando que ali não daria pra mexer. Mas o atual camisa 10 do Brasil está em alta para o Velho Lobo.
- Quem sabe daqui a pouco ele vai ser o melhor do mundo. hoje a gente fala que é o Messi, o Cristiano Ronaldo, e ele tá em terceiro. Mas ele vem aprontando, tá driblando fácil, vai pra frente, tá com confiança. Nos últimos jogos, então, ele acabou.
Zagallo relembrou 1958 e 1962, como formou o timaço de 1970, a provocação da dança do aviãozinho. É bom relembrar: num amistoso em 1996 em Joanesburgo, contra a África do Sul, quando os donos da casa fizeram 2 a 0, o técnico Clive Barker, esfuziante de alegria, invadiu o campo para comemorar o gol de Khumalo em frente ao banco de reservas brasileiro, imitando um aviãozinho. A Seleção virou a partida, e Zagallo deu o troco da brincadeira.
Teve risada e emoção. Acompanhado da família, Zagallo, sentado no sofá ao lado de uma foto sua com Dona Alcina, companheira por quase toda vida, falou com voz embargada da saudade e da importância da mulher, falecida há quatro anos.
A superstição do 13 não poderia faltar. Aos 85 anos - oito mais cinco, 13 - e morando no apartamento 904 - nove mais quatro, 13 -, respondeu à pergunta sobre "Zagallo eterno" ter 13 letras..
- Só que eu não vou ser eterno, né? Mas.tô seguindo a trajetória da vida, e Deus tá me proporcionando essa vida ainda com 85, com saúde, com mentalidade boa, sabendo o que eu posso fazer, o que não posso fazer. E é vida que segue.
No fim, repetiu a frase-desabafo após a conquista da Copa América de 1997 na altitude de La Paz sob forte pressão na época, que virou o maior de seus bordões.
- Vocês vão ter que me engolir!!!!
E que assim seja, Zagallo. Vida longa ao Velho Lobo e veja abaixo a entrevista na íntegra, por tópicos.
TITE
O Tite já deu um verniz. Porque o que ele vinha fazendo no Corinthians ele reproduziu dentro da seleção brasileira. Eu acho até que ele foi além, porque ele pegou a seleção brasileira em sexto lugar, com 14 pontos, e entregou... entregou não, deu na paralisação com 23 pontos na frente do sexto, e foi pra primeiro do grupo. Então o Tite vem fazendo um trabalho sensacional, praticamente com os mesmos jogadores.. Aí é uma questão de dedo. Ele tá com a sensibilidade boa. Porque vem trabalhando, aí alguém acha que sempre tem aquele ponto de interrogação, ele vai lá e repete a situação. Cada vez a equipe vem melhorando. Eu torço por ele, ele já teve aqui comigo batendo papo. Ele, o Parreira. E é uma pessoa que tem conhecimento total do assunto. E é de uma humildade que não tem tamanho. Isso tudo ele trouxe, como comandante da Seleção, pra ele. Então ele tá com o grupo bem, fazendo substituições, ninguém pode falar nada porque ele tá por cima mesmo, e tomara que fique bastante tempo por cima. Vem dando demonstração, a cada jogo, do que ele vê através do futebol moderno e praticado pela própria seleção brasileira.
NEYMAR EM 70?
A gente não deve misturar as coisas, mexer naquela Seleção ali era difícil. Jairzinho, Pelé, Tostão, Rivellino, Gerson, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza, Everaldo e o Félix no gol....Essa era a Seleção de 70. Agora, hoje você tem um craque dentro do futebol brasileiro. Não tenho dúvida em apontar que é o Neymar. Vem crescendo assustadoramente e quem sabe daqui a pouco ele vai ser o melhor do mundo. Hoje a gente fala que é o Messi, o Cristiano Ronaldo, e ele tá em terceiro. Mas ele vem aprontando, tá driblando fácil, vai pra frente, tá com confiança. Nos últimos jogos então, ele acabou. Olha, tudo depende do Barcelona.
A SELEÇÃO PARA ZAGALLO
O meu sonho, a minha vida, porque eu jogava nos clubes visando à Amarelinha, como eu gosto de falar mesmo. A Seleção não é sonho só meu, é de todo mundo, porque o futebol é uma vida importante dentro do Brasil. E eu espero que recomece, e vai recomeçar, a confiança do povo brasileiro em cima da seleção brasileira.
JAIR VENTURA E ZÉ RICARDO
Eu acho que tá de bom tamanho. Estão aparecendo como se fosse uma novidade. mas essa novidade tá acontecendo. O Botafogo vinha do nada, começou com o Ricardo Gomes, ele saiu, foi pro São Paulo, e entrou o Jair Ventura, filho do Jair, que jogou comigo e dentro da Seleção de 70 sob minha orientação. Vou até fugir um pouco. O Importante da seleção brasileira de 70 foi como aconteceu. A Seleção jogava num 4-2-4, com o Saldanha. Eu assumi a Seleção sabendo que tinha que mudar tudo em dois meses. Ah, não tem tempo. Tenho material humano tem tempo. Tanto que o Brasil acabou sendo campeão dentro dessa situação.
ZAGALLO EM 1958
Eu tinha minha ideia que eu tinha que mexer, senão nós não chegaríamos nunca a campeão do mundo. É o que eu digo: na minha vida eu fui um jogador persistente, raçudo, senão eu não pegava a posição no lugar do Pepe. Houve a mudança total de uma maneira de jogar, que era o 4-2-4, na minha época, pelo 4-3-3, que eu fazia esse vai e vem. Eu sempre falo que é jogador de 100 metros e jogador de 50 metros. E hoje tá todo mundo jogando 100 metros. Na minha época era um ponto de interrogação. Tanto que a minha tomada de posição da ponta esquerda deu uma firmeza total à seleção brasileira. Porque eu era um ponta-esquerda ofensivo, e quando perdia a posse da bola eu estava no meio de campo. Isso deu uma composição nova, foi a primeira vez que o Brasil jogou dessa maneira, e o futebol brasileiro cresceu justamente, por acaso, com o Feola (técnico de 1958) me colocando como ponta-esquerda.
ZAGALLO EM 1970
Quando eu fui para a seleção brasileira, aconteceu a minha ideia inicial, era o 4-3-3 porque eu não podia jogar no 4-2-4, senão não chegávamos a lugar nenhum. Tanto que as coisas foram acontecendo com cinco jogadores número 10, Jairzinho, Tostão, Pelé, Rivellino e Gérson, jogando juntos. .Só que eu não podia fazer uma tática com marcação em cima no tiro de meta. Eles não tinham condições orgânicas pra fazer essa função. Tanto que eu pegava do meio de campo, pra bloquear, e daí, quando a gente pegava a posse da bola, o problema era dos outros..Isso foi fundamental. Porque até pelo Beckenbauer e Platini... eles disseram que foi a melhor seleção que eles tinham visto jogar, foi a da Copa de 70. Mas pela maneira que reunimos cinco jogadores do mesmo quilate e fazendo funções diferentes e que entenderam o que eu vinha falando... "Não podemos marcar em cima, tem que marcar por aqui, por isso, por isso, por isso..." Não tinha condições de aguentar um ritmo de jogo como você vê hoje.
O APELIDO DE FORMIGUINHA
Foi, em 1958. Foi aquele Geraldo José de Almeida, locutor lá de São Paulo... Foi ele que começou com esse negócio do Formiguinha pela função que eu fazia do vai e vem. Ele queria dizer que eu trabalhava como uma formiguinha trabalha, rápido...
A SELEÇÃO QUE MAIS MARCOU
A que marcou mais foi a de 70... Foi o ápice, pelo título, fui bicampeão em 58 e 62, tive a felicidade de fazer dois gols, um em cada Copa, num momento importante. Um foi contra a Suécia, fiz o quarto gol e dei passe pro Pelé fazer o quinto. E a de 62 foi aos 12 minutos do segundo tempo. Fizemos 1 a 0 e aí começou a nossa arrancada para o título também.
COMO ENXERGAVA O JOGO
O meu visual era os obstáculos que eu tinha pela frente. era o Canhoteiro, que era um driblador, e o Pepe, que era o canhão, e o meu chute era desse tamaninho perante eles. Mas a cabeça era bem grande. Fundamental, porque eu tinha noção de tudo. Que eu era um jogador que sabia meter a bola em qualquer situação. Pra fazer boas jogadas. tanto que, até o passe do Pelé, ele saiu do meio de campo, levantou o braço, e eu estava com a bola na ponta esquerda e ele partiu. Eu executei na cabeça dele, e ele entrou e fez o gol. Mas é importante enxergar o jogo. Eu era um dos jogadores que não tinham muita fama, mas era muito importante dentro da esquematização do sistema. E quem gostasse de futebol, olhando o aspecto de um time jogando dentro desse esquema, era uma coisa. Se você jogasse no 4-2-4... Por exemplo, se entrasse o Pepe pra jogar, nós íamos para num 4-2-4, porque era dele. Não que ele não quisesse, mas porque era dele. E o 4-3-3 naquela época foi uma inovação. Que o Feola, como treinador, proporcionou, com a minha efetivação na seleção brasileira nas duas Copas. Sendo que na segunda Copa o Feola não estava porque teve problema de doença. E entrou o Aymoré Moreira.
ADEUS AOS DRIBLES
Tenho que agradecer a Deus o momento de vestir a camisa da seleção brasileira. Isso foi fundamental na minha vida. O aprendizado foi mais com treinador, foi o Fleitas Solich, treinador do Flamengo na época (anos 1950), em que ele mudou a minha característica. Eu era um driblador, passei a tocar mais a bola. Porque toda bola em que eu ia realizar o drible ele marcava falta contra. Então isso tudo aos poucos foi mudando e me tornei um jogador mudando um sistema. Parece que não foi nada, mas foi muito importante para o Brasil.
ALCINA, MULHER DE VERDADE
Tem que agradecer nessa parte toda à minha esposa, Dona Alcina, estava fazendo 70 anos de vida (mostra a foto), a perdi quatro anos atrás, uma pessoa que me deu força, se não fosse ela não chegaria aonde cheguei. Ela me deu apoio total, inclusive na minha ida pro exterior. É importante a família. Ela foi dia a dia, passamos lá sete ano, dois no Kuwait, três anos nos Emirados Árabes, dois anos na Arábia Saudita, e ela acompanhando onde fosse, na hora do almoço... Era a única mulher no meio disso. Foi valente, deu uma lição de vida. Isso vem comigo. Quisera que todas fossem assim. Pelo menos a ideia dela era essa: mostrar a realidade da vida, que ela mostrou quando necessário. Não era qualquer uma que saía com o marido deixando os filhos com a irmã mais velha. Mas sabia o que estava fazendo. Era uma estabilidade que ia trazer pra nós dois e os filhos. Ela me mostrou a realidade nos atos dela, na caminhada dela. Foi fundamental, senão eu não estaria aqui batendo papo com vocês. Ela não está presente, mas não está ausente. Ela está comigo.
A SUPERSTIÇÃO DO 13
Começou porque ela era devota de Santo Antônio, ela ia toda terça-feira no Largo da Carioca, e eu ia com ela, tava junto, e o 13 me trouxe consequências de títulos, eu tava nessa época no Botafogo, fui campeão em 1967 e 68, e galguei depois a seleção brasileira, e o 13 quem fez foi a imprensa. Ainda dizia assim: "Olha, não é só sorte não, hein... É fé." E "vamos que vamos" tem 13 letras.
RONALDO EM 1998
Eu estava certo que nós íamos ser pentacampeões, e foi um dia incrível, uma fatalidade com o Ronaldo, que teve uma convulsão depois do almoço, ele foi pro quarto e teve uma convulsão, Coisa que não aconteceu até hoje, eu acho que foi mais uma coisa do sistema nervoso, sei lá, não sou médico. Mas ele não foi culpado pela derrota, inclusive ele colaborou mesmo vindo de uma clínica francesa, e pediu "pelo amor de Deus" pra não tirá-lo. Isso aí foi uma frase que ficou. "Não me tira dessa, por favor." E eu não tirei, deixei. Além de ser um excelente jogador, caráter, humildade, tudo que você possa encontrar tem... o Ronaldo foi esse atleta. Eu estava na concentração e ele tava já no hospital, na clínica, fazendo os exames. Então eu fiz a preleção com o Edmundo. Se fosse hoje eu repetia a mesma coisa que eu fiz. Colocar o Ronaldo. Não que fosse eu que quisesse mudar, Ali no caso de ele não poder jogar, era com o departamento médico. Não aconteceu. Ele falou pra mim. "Zagallo, eu vim de uma clínica francesa, não é qualquer uma não. Não me tira dessa." Esse foi um problema que aconteceu, fui parar até em Brasília, o Lídio Toledo (médico da Seleção à época) foi interrogado primeiro, depois eu fui. eu disse que não o tinha visto, só vi no estádio. Teve um deputado que achou que eu estava mentindo porque o Lídio comentou eu estava lá, mas é o de menos. Eu estava no meu quarto vendo um teipe do jogo da França, e só vi o Ronaldo no estádio, quando nós fomos jogar.
VINGANÇA DO AVIÃOZINHO
O jogo já tava 2 a 0 quando terminou o primeiro tempo. Só que quando fez um gol o técnico deles... (fez o gesto do aviãozinho). Na hora que fizemos o terceiro, eu não esperei outra coisa. Saí direto, fui atrás do Américo, veio a comissão técnica toda. Invadimos o gramado pra dar o exemplo de que não se deve gozar antes do fato.
COPA AMÉRICA
Eu também não podia dar resposta nenhuma no momento, faltavam três partidas, e apesar de a Seleção estar ganhando, estavam fazendo onda pra eu sair. E no final nós ganhamos o título lá na Bolívia. Ali eu tive que tirar o Edmundo, que deu um soco na cara do beque lá, e eu tirei na mesma hora que ele deu o soco, a bola estava lá dentro da grande área. Chamei o Paulo Nunes e falei. "Joga o teu jogo ,que eu não tenho que falar mais nada. eu quero que você entre no campo de qualquer maneira." Que eu tinha que tirar o Edmundo, porque a torcida deu uma vaiazinha, mas tirei antes de o árbitro prestar atenção. Não é fácil ganhar naquela altitude não. A 3.600 metros de altitude, falta ar.. Até pra quem vai irradiar sente falta de ar, é muito sério.
OS PAIS ERAM CONTRA
Meus pais não queriam porque na época o jogador de futebol era considerado vagabundo. Então eles não queriam que eu seguisse uma carreira naquele momento. Tinha um irmão mais velho do que eu nove anos que deu apoio, veio o diretor na época lá do América pra pedir pra deixarem eu jogar, e foi assim, aos trancos e barrancos, que eu comecei a minha vida. Eu sempre falo que comecei em 1948 e 1949, mas em 1947 eu já tava jogando no infantil, mas não era oficial. Depois foi a transferência pra Niterói, via Canto do Rio, aí eu fui pro Flamengo. No Exército tinha um soldado que jogava lá no Flamengo, aí fui, e minha vida acabou indo de vento em popa.
PASSE LIVRE
N época ninguém tinha passe livre, e eu também não exigi no juvenil não. Quando fui pro profissional eu falei. "Olha, eu quero o meu passe." Mas não pode. "Se não pode, eu vou trabalhar com o meu pai. Vou largar minha vida e vou trabalhar com meu pai." Diante disso, eles cederam. Cederam em parte. "Então deixa 30 mil reais, o meu preço do passe." Acabei eu saindo depois porque o próprio Flamengo não tinha dinheiro pra me pagar. Saí do Flamengo para o Botafogo. O Botafogo tava dando uma quantia boa. O Flamengo não tinha situação financeira pra me pagar as luvas com que o Botafogo me comprou, e eu saí do Flamengo. Não que eu não quisesse, mas aconteceu o fato assim.
QUEM É O ZAGALLO
O importante é que eu deixei uma condição de ser lembrado. A minha ascensão nos clubes em que eu participei, mostrando qualidades. Sem qualidade você não chega a lugar nenhum, e mostrando a minha vida, disciplina. Exemplo de uma pessoa correta na vida, numa vida difícil, e tracei uma meta e consegui mostrar quem é o Zagallo, não só como jogador, mas como homem. Tô com 85, outro dia, saindo pra almoçar, aí me disseram assim: "Zagallo, poucas pessoas são iguais a você. Você é um cara honesto..." Como se honestidade fosse alguma coisa. Honestidade todo mundo tem que ter, mas tem tanta coisa acontecendo no mundo que honestidade te deu uma situação diferente. E é melhor você ser honesto do que desonesto.
ZAGALLO ETERNO?
Só que eu não vou ser eterno, né? Mas.tô seguindo a trajetória da vida, e Deus tá me proporcionando essa vida ainda com 85, com saúde, com mentalidade boa, sabendo o que eu posso fazer, o que não posso fazer. E é vida que segue... Vocês vão ter que me engolir!!!
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