Depois de prestar seu depoimento na Cidade da Polícia, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o presidente Pedro Abad conversou com a imprensa no local sobre a Operação Limpidius, que investiga a relação entre clubes do Rio de Janeiro e torcidas organizadas. O mandatário admitiu que o Fluminense fez um acordo com as organizadas do clube para o repasse de um "pequeno número" de ingressos, em torno de 200, até o fim do ano, mas disse não ter conhecimento de outro destino das entradas - no caso, a cambistas para venda das mesmas.
- Em setembro, após o jogo contra o Grêmio, o clube estava em uma situação complicada, nós chamamos torcedores de todas organizadas e criamos um pacto de união de todas elas em prol do time. Então as organizadas colocaram que estava muito difícil levar os torcedores para tocar bateria, levar as faixas, e nós nos propusemos em ajudá-los com a quantidade bastante pequena de ingressos para que os próprios membros das torcidas pudessem entrar - afirmou Pedro Abad, antes de seguir afirmando que esta decisão foi tomada visando melhores resultados do time atuando em casa, no Maracanã:
- O Fluminense nunca teve nenhum conhecimento de os ingressos serem repassados ou terem destinação diferente. E, de fato, como pode se constatar, a torcida se concentrou no mesmo lugar, com uma bateria só, e teve o efeito (positivo dentro de campo) - afirmou o presidente do clube das Laranjeiras.
A Operação Limpidus, realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público e com Juizado Especial do Torcedor, prendeu três membros de torcidas organizadas do Fluminense na manhã desta sexta-feira: Manuel de Oliveira Menezes (presidente da Young Flu), Luiz Carlos Torres Júnior, (vice-presidente da Young Flu), e Ricardo Alexandre Alves, o Pará (presidente da Força Flu). Carlos Alberto de Almeida (presidente da Fiel Tricolor) ainda é procurado.
A relação entre os clubes e torcidas organizadas, algumas delas banidas dos estádios pela Justiça, caso da Fúria Jovem do Botafogo e Força Jovem do Vasco.
Acompanhado pela advogada do clube Roberta Fernandes e outros advogados, Pedro Abad chegou à Cidade da Polícia por volta das 11h30 e só deixou o local depois das 16h. Segundo o presidente, a condução coercitiva não foi executada e ele se apresentou à Polícia Civil de maneira voluntária e espontânea.
Abad ainda disse que, desde o início de sua gestão, vem sofrendo críticas e até ameaças por ter cortado o apoio institucional as torcidas organizadas. Além disso, afirmou que, caso chegasse ao conhecimento do clube que os ingressos cedidos estavam sendo utilizados de maneira diferente da acordada entre a diretoria e os membros das organizadas na reunião, medidas seriam tomadas.
- O Fluminense tem a presunção de que as pessoas são honestas. Não adianta pressupor que as pessoas com quem estamos nos relacionando são desonestas. Se a gente tivesse conhecimento do que estava acontecendo, iríamos apurar e eventualmente tomar alguma medida - concluiu o presidente.
Eurico Brandão, vice de futebol do Vasco, e Anderson Simões, vice de estádios do Botafogo, também foram à Cidade da Polícia prestar esclarecimentos.
ABAD É ALVO CONSTANTE DE PROTESTOS DA TORCIDA
Com os resultados ruins na temporada, o presidente Pedro Abad é o principal alvo dos protestos da torcida do Fluminense no ano. Além do mandatário, o grupo político Flusócio, que apoiou Abad, candidato da situação na eleição realizada em novembro de 2016, é constantemente atacado nas manifestações dos torcedores - independente de serem membros de organizadas ou não.
Em setembro, Abad reuniu-se com representantes das principais torcidas organizadas do clube na Sede das Laranjeiras. Neste ocasião, o presidente aceitou e promoveu o encontro dos torcedores com representantes do elenco - além do acordo pelos ingressos até o fim do Campeonato Brasileiro. Em 10 de outubro, o zagueiro Henrique, o atacante Henrique Dourado e o gerente de futebol Alexandre Torres receberam as organizadas no CT Pedro Antonio.
Na noite de terça-feira, dia 28 de novembro, cerca de 50 torcedores fizeram um protesto nas Laranjeiras. A manifestação pacífica questionou a diretoria com cartazes e gritos. As mensagens de 'diretoria omissa', 'gestão amadora' e 'promessas mentirosas' atacaram a presidência e a gestão de Pedro Abad.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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