Vagner Love deve reestrear pelo Corinthians justamente diante do Palmeiras, clube que o revelou para o futebol. O atacante prevê vaias no Allianz Parque, mas disse gostar de atuar com a torcida contra.
- (Vou ser recebido) com muita vaia, pode ter certeza disso. Mas isso posso trazer a meu favor. Sei que serei vaiado, mas não vai ser a primeira nem a última vez que vai acontecer. Quero chegar lá, fazer meu melhor e ajudar o Corinthians a conquistar os três pontos - disse Love, em sua entrevista coletiva de apresentação nesta sexta-feira, véspera do Dérbi que terá mais uma vez torcida única.
- Já joguei várias vezes com torcida contra, é bom. A maioria das vezes fui muito feliz. É lógico que quando você tem a sua torcida apoiando é sempre bom também. Só desejava que pudesse ter as duas torcida e fosse uma coisa harmoniosa. É bom ver as pessoas nos estádios apoiando o time, sem confusão, a família lá para torcer. Já teve muita confusão em estádio, é algo que nos deixa triste, e já que isso virou lei, a lei tem que ser cumprida. Vamos com torcida única e tomara que a gente tenha bom desempenho. A pressão não estará para cima da gente, mas deles, que estão jogando em casa. Espero que a gente tenha tranquilidade e consiga os três pontos - afirmou o atacante de 34 anos.
Love deve ficar como opção no banco de reservas, já que não atua desde dezembro, quando ainda tinha contrato com o Besiktas (TUR). Após Fábio Carille não esboçar a equipe no treino desta sexta-feira, o atacante brincou e manteve o mistério ao ser questionado sobre a escalação.
- Vou chamar o Carille para responder (risos). Ele levou uns 16 jogadores para fazer um trabalho à parte, está levando todos para o jogo. Algum jogador pode ser que tenha algum problema leve, vamos esperar os médicos avaliarem, e amanhã ele vai decidir o que vai ser melhor para a gente - declarou Love, antes de falar sobre sua forma física.
- Eu vinha treinando, não estava tendo tanto treino com bola, estou precisando ainda, mas é um jogo importante, qualquer jogador quer estar nesse jogo e eu não penso diferente. É um jogo importante para o clube, o Brasil todo para para ver essa partida. Como minha parte física está boa, vou pegar ritmo jogo a jogo. Se eu entrar jogando ou faltando 15 ou 20 minutos, vou dar meu melhor para contribuir - projetou.
Na última pergunta da boa e descontraída entrevista coletiva, Love se declarou ao Corinthians. Flamenguista assumido, ele foi questionado se poderia repetir Ronaldo Fenômeno e "virar" corintiano.
- Isso pode acontecer. Não vou negar minhas origens. Sou de Bangu, sempre torci (pelo Flamengo) e acompanhei. Vamos colocar que o Flamengo é o amor de mãe e o Corinthians é o amor de esposa - afirmou o bem-humorado atacante.
Love assinou contrato com o Corinthians até o fim de 2020, após rescindir com o Besiktas. É a segunda passagem dele pelo Timão. Na primeira, em 2015, conquistou o título brasileiro.
VEJA ABAIXO AS OUTRAS RESPOSTAS DE LOVE
REENCONTRO COM CARILLE:
"Foi muito bom reencontra-lo. Hoje, poder trabalhar com ele comandando está sendo maravilhoso. É uma excelente pessoa e treinador, ganhou títulos importantes. Voltou com outro patamar, e isso é bom para nós. Em relação a posicionamento, temos conversado no dia a dia. Eu já vinha treinando forte. Então agora é tentar ganhar ritmo de jogo o mais rápido possível, dar conta do recado e fazer o que ele me pedir".
VOLTA APÓS TRÊS ANOS:
"A vontade é a mesma de ganhar. Estou mais experiente, lógico, conheço o clube, sei da cobrança que é o Corinthians. O torcedor pode ter certeza de que vou chegar para lutar. Que eles estejam nos apoiando sempre, são o 12º jogador. Quando a torcida do Corinthians vem junto, dificilmente vamos perder jogos".
"Cada ano é um ano, cada história tem sua maneira de ser escrita. Tivemos uma história maravilhosa em 2015, com um elenco sensacional e um excelente treinador. Hoje não é diferente, tem um baita treinador e jogadores com muito potencial. É bom chegar agora no início de temporada, o time está tentando achar a melhor maneira de jogar. Temos um bom elenco, sabemos disso. Agora é colocar em prática o que o treinador coloca para a gente. Se fizermos o que o treinador pedir, vamos colher bons frutos".
SENTIMENTOS POR PALMEIRAS E CORINTHIANS:
"Me identifiquei muito com o Corinthians, estou muito feliz de voltar. O começo da minha carreira foi lá, sou grato por isso, temos que ter gratidão. O Palmeiras fez eu me tornar jogador profissional. Hoje tenho uma identificação muito grande pelo Corinthians, amo estar aqui, amo a torcida. Tenho que retribuir todo o esforço que fizeram para eu voltar. Vou dar meu máximo, tenho que fazer gols porque a pressão é grande. Quero sempre mostrar meu melhor".
NEGOCIAÇÕES PARA VOLTAR:
"Desde dezembro, quando surgiu a possibilidade de eu rescindir com o Besiktas, o primeiro time que me procurou foi o Corinthians. Eles estavam sempre monitorando. Surgiram outros contatos, mas mexeu muito comigo poder voltar e estar em um lugar que eu conheço e me identifiquei. Aprendi a amar o Corinthians. Quando ficou mais perto a rescisão, dei minha palavra ao Corinthians, porque foi o clube que me procurou e ficou diariamente me mandando mensagens. Isso é importante para o ego do jogador, fiquei feliz em saber que as pessoas queriam contar com meu trabalho. Deixei claro que não iria fazer leilão, que a partir do momento que rescindisse o contrato eu ia sentar para resolver com o Corinthians".
FORMA FÍSICA:
Mais ou menos uns cinco quilos a menos (do que quando chegou em 2015, acima do peso)".
"Não sei se aguentaria os 90 minutos, porque minha última partida foi em dezembro. Mas estou à disposição do Carille para a decisão que ele tomar".
"Levei um preparador físico pessoal, trabalhei com ele todo esse tempo, estava treinando muito forte, e por isso consegui chegar dessa forma".
POSIÇÃO PREFERIDA:
"Em campo (risos). Gosto de estar perto do gol. Sair e rodar eu já joguei assim, você consegue até encontrar mais espaços para finalizar. Posso jogar como centroavante ou com um cara como referência e eu rodando como um falso 10".
PROBLEMAS COM O BESIKTAS:
"O problema é que eles não falavam nada, devem e fica por isso mesmo. Não acho isso uma coisa certa. Sou um cara do diálogo. Tem um problema? Chega na minha cara e fala. O clube e o país estão passando por dificuldade financeira. Mas em momento nenhum eles falavam 'vamos tentar pagar tal dia, vamos fazer um acordo, negociar'. Eu estava há cinco meses sem receber. Sou muito feliz pelo que faço, sou grato pelo dom que Deus me deu de jogar futebol. E a gente quer receber por isso. O dinheiro já não é como antes, tenho vida confortável, não estava afetando. Então continuei fazendo meu trabalho, mas gostaria que eles fizessem o que fizeram antes. Eles só me procuraram depois que eu dei uma entrevista falando que ia à Fifa. Aí graças a Deus fiz o acordo e consegui voltar para o Brasil e para o Corinthians".
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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