O ano era 2014. O Palmeiras, então dirigido por Dorival Junior no Campeonato Brasileiro da Série A, precisava de um goleiro mais experiente para o seu elenco, especialmente porque o titular, Fernando Prass, estava machucado e os reservas, Fábio e Deola, não inspiravam confiança. A ideia era não gastar com direitos econômicos.
Dorival então fez uma lista de jogadores da posição que se encaixavam no perfil. Um dos nomes era Jaílson, reserva do Ceará na Série B. O técnico lembrava das atuações do arqueiro na época de Guaratinguetá. Ele o tinha observado em ação pelo Ceará.
O presidente em exercício do Alvinegro, Robinson de Castro, assim que foi comunicado do interesse da equipe paulistana, não colocou obstáculos para a saída do goleiro, justamente porque ele era um dos reservas de Luís Carlos e já estava com 33 anos. “Chegamos a um acordo amigável. Ele rescindiu, e temos que agradecer pelo que ele fez pelo Ceará e desejar boa sorte”, contou o dirigente.
Discreto e com a desconfiança da torcida, Jaílson chegou ao Palmeiras em outubro de 2014, mas não entrou em campo. Em 2015, o arqueiro jogou apenas uma partida oficial, contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil, empate por 1 a 1. Mas chegaria 2016, o ano que mudaria a sua vida profissional.
Ídolo palmeirense, Fernando Prass sofreu fratura no cotovelo durante treino da seleção brasileira que disputaria os Jogos Olímpicos do Rio. Vágner, que tinha feito boa temporada no ano anterior pelo Avaí, havia sido contratado e assumiu a vaga, mas não foi bem. Recebeu muitas críticas por comprometer alguns resultados do Palmeiras na Série A. O técnico Cuca agiu. Com base na necessidade e na observação dos treinos, deu a oportunidade para Jaílson, que estreou no Brasileirão contra o Vitória, em São Paulo, com ótim desempenho no triunfo verde por 2 a 1. Era a senha para a sua permanência e para uma história rara. Seguro, Jaílson caiu nas graças da torcida e dos companheiros. De um coadjuvante que nunca havia atuado na Série A, tornou-se um dos nomes relevantes do título brasileiro que o Palmeiras conquistaria. Foram 19 vezes em campo, apenas 12 gols sofridos, atuações soberbas, prêmio de melhor goleiro do Brasil e nenhuma derrota.
O sucesso de 2016 não foi repetido em 2017. Jailson teve uma lesão importante no quadril e fez apenas oito partidas, número que ele já superou e muito na atual temporada. Titular absoluto do técnico Roger, que chegou no começo do ano, o ex-reserva do Ceará já acumula 14 jogos e grandes atuações em 2018. No Campeonato Paulista, foi responsável direto por levar a equipe até a final, brilhando na disputa de pênaltis contra o Santos, na terça, 27.
FICHA TÉCNICA
Nome: Jaílson Marcelino dos Santos Naturalidade: São José dos Campos/SP Nascimento: 20/7/1981 Altura: 1,86m Peso: 84 kg Clubes na carreira: Joseense (2000-2002), Campinense-PB (2003-05), Ituano (2006), Guaratinguetá (2007-09), Juventude (2009), Guaratinguetá (2010-12), Oeste (2012-13), Ceará (2013-14) e Palmeiras (desde 2014) Títulos: Copa do Brasil (2015) e Campeonato Brasileiro (2016)
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