"Enfim chegou o grande dia."
Foram com essas palavras que Jackson Follmann falou pela primeira vez após ter recebido alta do hospital nesta terça-feira. Em entrevista coletiva, o sobrevivente comentou sobre a recuperação e principalmente sobre o futuro.
Com um discurso otimista, o goleiro não mostrou qualquer abalo por ter amputado a perna direita e expressou a vontade de seguir ligado à Chapecoense. Ele demonstrou também muita gratidão, a ponto de pedir uma salva de palmas aos médicos que o ajudaram na recuperação e concederam entrevista coletiva ao lado dele. Palmas, aliás, que retornaram ao jovem de 24 anos, um exemplo de superação e de força.
Dos três atletas da Chapecoense que sobreviveram na tragédia, Follmann foi o que precisou de cuidados médicos maiores e recebeu depois de quase dois meses do acidente ocorrido em 28 de novembro. Alan Ruschel fora o primeiro a ser liberado em 16 de dezembro, seis dias antes de Neto deixar o hospital.
"Primeira coisa quero fazer é comer meu churrasco (risos). Quero respirar o ar, sentir o carinho das pessoas, quero estar com minha família, passear. Primeira coisa que quero fazer é isso, porque com certeza fez muita falta", declarou o goleiro, que agora irá começar uma nova vida, mas nem tão diferente assim, pelo menos no que depender do cenário onde irá recomeçar.
"Tenho um carinho muito grande pela Chapecoense, quero construir muita coisa pelo clube. É isso o que vou buscar, vou buscar me aprimorar, o que eu sabia era jogar futebol. Na Chapecoense vou estar dentro de esporte, vou procurar coisas grandes dentro do clube. É um momento de aprendizado, e é isso o que vou buscar", afirmou o atleta.
"Ainda não me imagino em uma função dentro do clube, quero crescer e ser grande junto à Chapecoense. Quero levar a Chapecoense paro o mundo afora. Quero ser grande dentro do clube."
Sobre futuro, Follmann também comentou sobre o lado pessoal e não se deixou abalar pela amputação. Agora, a protetização pode durar quatro, seis meses, conforme apontou o ortopedista Marcos Sonagli. "Ou um ano até uma prótese definitiva. Não temos que apressar", afirmou o doutor.
"Eu levo de forma muito natural. Chorando, rindo ou me desesperando, minha perna não vai voltar. Não tem como esconder. Protetizando, espero fazer tudo o que fazia antes. Faz parte do meu corpo, da minha vida, tenho muito orgulho do meu corpo como está hoje. Eu sei que há 50 e poucos dias eu estava muito mal. E agora estou muito bem. Não teria porque eu não mostrar. Indo a São Paulo, protetizando, vou fazer as coisas como fazia antes, até talvez para jogar uma bolinha, quem sabe", declarou Follmann.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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