Loira, olhos azuis e 1,75m. O biotipo e a beleza levaram
a mato-grossense Vanessa Taube às passarelas, mas não
por vontade própria. Apaixonada por futebol e com talento
para o esporte, a jovem de 25 anos foi obrigada
a modelar desde os 13 para satisfazer o
desejo da mãe, que nunca
aceitou sua preferência pela bola.
a mato-grossense Vanessa Taube às passarelas, mas não
por vontade própria. Apaixonada por futebol e com talento
para o esporte, a jovem de 25 anos foi obrigada
a modelar desde os 13 para satisfazer o
desejo da mãe, que nunca
aceitou sua preferência pela bola.
Apesar da resistência de casa, ela batia o pé. Calçava as chuteiras e voltava horas depois, com joelho ralado e pele toda roxa de hematomas. Hoje, ela aproveita o dinheiro obtido nas passarelas, profissão que simpatiza pouco, para bancar os gastos em materiais esportivos e até medicamentos. Zagueira, ela atua no futebol feminino do Amazonas, atualmente.
- Quando mudei para Goiânia, com 13 anos, minha mãe me colocou em cursos de modelo. Fui convidada por uma agência, e a partir daí começou a minha carreira como modelo. Não gostava muito, pois queria ser jogadora de futebol e jogar nas categorias de base, junto com meu irmão, no meio dos meninos - disse, antes de citar a implicância de sua mãe.
- Minha mãe não gostava quando eu jogava em times grandes, que tinha treinos todos os dias. Ela deixava eu jogar apenas na escola, quando treinávamos duas vezes por semana. Eu só consegui fazer testes em clubes grandes perto dos 18 anos. Mesmo ela achando ruim, ficando brava, eu ia jogar. Quando eu chegava em casa machucada, ela me avisava: ''futebol não é coisa para menina, eu te avisei''. Hoje, ela segue não gostando, mas me apoia mais. Fica preocupada apenas quando eu me machuco ou algo do tipo - disse.
O preconceito, claro, não vinha apenas da família. No futebol, era chamada de "modelete patricinha". Nas agências, sofria desdenho pelas marcas do esporte.
Ser modelo e jogar futebol já é ruim. Sofro preconceito dos dois lados. Nas agências, ninguém gostava quando eu chegava toda roxa, com canela machucada, joelho ralado e, no futebol, sofria mais preconceito ainda. Chamavam de patricinha, menininha, falavam que eu não sabia jogar futebol - acrescentou.
<b>Carreira no futebol</b>
As ofensas precisavam ser ignoradas. O sonho de seguir a carreira do irmão, também jogador, falava mais alto. Até que ela alcançou o objetivo. Após atuar no futsal durante a escola, em Mato Grosso e Goiânia, ela, enfim, chegou aos gramados. Defendeu dois clubes no Amazonas: Nilton Lins e, atualmente, o Manaus. Sempre como zagueira.
- Meu pai jogava futebol, meu irmão jogava futebol. Pelo fato de a gente viver pelos campos, comecei a me apaixonar. Comecei a jogar, de brincadeira mesmo, com quatro, cinco anos de idade. Participava de campeonatos de escola, no município em que eu morava, em Mato Grosso. Quando fiz 10 anos, comecei a jogar na equipe sub-17 do time da cidade. Era reserva, mas já fazia parte. Quando fui morar em Goiânia, para modelar, atuei no futsal do Vila Nova. Passei a atuar em campos quando vim morar em Manaus, em 2010 - ilustrou.
Lesões no futebol e consequências na passarela
Nos últimos meses, ela sentiu dores no joelho. Depois, descobriu que estava com menisco medial dos dois joelhos rompidos e que a operação é necessária. Até lá? Nada de desfile ou salto alto.
- Atrapalha para modelar, pois não consigo usar salto. Atrapalha para tudo - lamentou.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário