Atlético diz que não demitiu Eduardo Baptista por causa de resultados


 Eduardo Baptista foi demitido do Atlético-PR
© Marco Oliveira/Atlético-PR Eduardo Baptista foi  demitido do Atlético-PR
Eduardo Baptista foi demitido do cargo de técnico do Atlético Paranaense nesta segunda-feira, em seguida, o ex-treinador e então diretor Paulo Autuori pediu desligamento. E os resultados não foram motivo para a demissão de Eduardo, afirmou ao blog o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia. Ele afirma: as portas do CAP estão abertas para Autuori, caso mude de ideia. O blog tentou contato com os dois profissionais que se deligaram do Atlético, mas até aqui não obteve resposta.
Por que Eduardo foi demitido?
Quando convidamos o Paulo Autuori para vir, ano passado, ficou previamente acordado que ele não ficaria por muito tempo no cargo de treinador. Nesse ano iríamos compor uma nova forma de trabalho. Mas tivemos a pré-Libertadores e não houve tempo para mudanças e ele seguiu com o time até encontrarmos o que fosse melhor para ele e para o clube.
E então contrataram o Eduardo Baptista...
O Paulo queria buscar uma alternativa e lamentavelmente, pela nossa estrutura e filosofia de trabalho, não foi possível um entendimento com o Eduardo Baptista. Na teoria a prática é outra, não foi possível continuidade e lamentavelmente o Paulo também resolver não continuar.
Os dois serão substituídos?
Estamos atrás de um novo treinador para o lugar do Eduardo. O cargo do Autuori ficará vago momentaneamente até que ele possa rever sua posição. Os próprios atletas estão muito contrariados com o pedido dele de desligamento. Ninguém aqui gostaria que ele nos deixasse. Mas a escolha técnico é urgente, lamentavelmente não deu certo com o Eduardo.
O que houve?
Um erro na origem. Embora sério, honesto e trabalhador, ele não vê o futebol como nós vemos. Queremos integração e cultura, de equipe, de diálogo, troca de opiniões, sem tirar a autoridade e a decisão final do técnico. Mas entra a parte científica, tudo que deve estar integrado, com profissionais que atuam nas variadas áreas do clube, em multifunções.
Por que não funcionou?
A cultura do treinador brasileiro, sem críticas, é de ser o dono do clube, da escolha de jogadores, indicações de atletas, e o Atlético quer uma gestão compartilhada, não havendo uma pessoa só com a responsabilidade.
Resultados pesaram na saída do Eduardo?
A saída se deve à falta de sintonia, não de resultados. Nenhum resultado interferiu, teve até quatro vitorias seguidas. A questão envolve as diferenças sobre a visão de estrutura e implantação de trabalho.
E para a vaga do Autuori?
Se Paulo não voltar vamos procurar outro, queremos um "Alex Ferguson". Acho muito difícil o Paulo voltar, mas a esperança é a última que morre.
Qual o perfil do novo técnico que procuram?
Moderno, adequado e com participação coletiva de todas as áreas que envolvem o futebol. Aqui no Atlético Paranaense, o modelo de jogo, o sistema tático e o técnico são definidos pelo clube, não pelo treinador.
É difícil?
Eles (técnicos) não aceitam, a atuação é personalista, pela sua forma de pensar. Não é institucional, mas pessoal. O Paulo viu a dificuldade de realizar a mudança que o CAP pretende fazer, ele acha muito radical.
Mudou muito com a saída do Autuori do cargo de técnico e a chegada do Eduardo?
Não houve sintonia, mas descontinuidade do trabalho. A proposta, forma de treinar, gestão de grupo, avaliação dos jogadores, uma série de mudanças radicais que aconteceram imediatamente. Isso não pode funcionar mais assim em nossa visão. Não sabemos se está certo ou errado, não somos donos da verdade, mas é como nós queremos fazer e estamos com nosso projeto nessa linha, de ver o futebol de uma maneira diferente. A gente quer mudar, queremos um modelo europeu para o Atlético na gestão do futebol.
Não seria o caso de trabalhar novos técnicos dentro do clube?
O caminho é esse, mas não há tempo para isso, jogamos quarta-feira e domingo. Estamos com uma lista grande e vendo o melhor perfil que se adapta à nova forma de pensar e de agir, com entendimento e aceitação, não só na forma teórica, mas também prática. 

  Varjota Esportes - Ce.          /     MSN.

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