Na noite de domingo, Pintado comandou interinamente o São Paulo que enfrentou o Santos, na Vila Belmiro. Na tarde de segunda-feira, dia da apresentação de Dorival Júnior como novo técnico, foi ao CT da Barra Funda e recebeu a informação de que não fará mais parte da comissão técnica do time principal. Uma decisão que surpreendeu o ex-volante.
- Fiquei muito surpreso, jamais imaginaria que isso fosse acontecer. Mas entendo, é do futebol. Estão pensando em movimentar e criar uma nova comissão porque nós, o São Paulo, precisamos dessa reação - disse o, agora, ex-auxiliar ao LANCE!
Bicampeão paulista (1985 e 1992) e da Libertadores (1992 e 1993) e campeão mundial (1992) pelo São Paulo como volante, Pintado atendeu ao LANCE! cerca de 24 horas após ser comunicado de que não fará mais parte do time principal, onde já estava há um ano. Ele ainda não sabe se aceitará o cargo para trabalhar em Cotia, no Centro de Formação de Atletas do clube.
Mas Pintado ainda fala como profissional do Tricolor e desmente qualquer problema com Rogério Ceni e seus auxiliares (o inglês Michael Beale e o francês Charles Hembert) ou de atuação como "sombra" aos técnicos com quem trabalhou no time. E confia que Dorival Júnior tirará a equipe da penúltima posição do Campeonato Brasileiro.
Confira a entrevista com Pintado:
Como você foi informado dessa saída do time principal?
Fui ao CT ontem (segunda-feira), tivemos uma reunião e o Vinicius (Pinotti, diretor executivo de futebol) me informou.
Você sente que foi um afastamento?
Não. Já não vou fazer parte do dia a dia do profissional, mas seria o homem da ligação entre o profissional e a base. Na verdade, eles querem me colocar em outra posição.
Como foi a sensação de comandar o time em um clássico e, no dia seguinte, ser comunicado de que está saindo do time principal?
Fiquei muito surpreso, jamais imaginaria que isso fosse acontecer. Mas entendo, é do futebol. Chegou um novo treinador, com uma nova comissão. Vivo do futebol há mais de 30 anos, conheço bem o dia a dia e vejo com normalidade. Estão pensando em movimentar e criar uma nova comissão porque nós, o São Paulo, precisamos dessa reação.
Como era sua relação com o Rogério Ceni?
Nunca tive nenhum problema com ele ou com seus auxiliares estrangeiros. Sempre fomos muito próximos. Tenho contato com eles até hoje e só deixei isso um pouco de lado porque devem estar vendo questões de mudança de país. Tivemos momentos tensos e de discórdia normais em um relacionamento de cinco, seis pessoas, mas nunca houve nenhum problema com ninguém. Tenho até agora comigo uma mensagem que o Rogério me mandou no sábado.
O que ele dizia nessa mensagem?
Ele desejou boa sorte no jogo de domingo, contra o Santos, e que acreditava que poderíamos vencer, porque confiava nos jogadores.
Há quem reclame que o cargo de auxiliar permanente, contratado pelo clube, costuma ser visto como uma sombra para o técnico...
Em um primeiro momento, é normal essa impressão. Talvez tenha uma restrição com alguns com quem você não tem relacionamento, não te conhecem na intimidade, mas, no dia a dia, passando as horas, eu tentava, e sempre vou tentar, ser o mais respeitoso possível. Não invado o espaço de ninguém. Quando a conversa não é para mim, não fico perto. Assim, conquistei respeito. O Ricardo Gomes é meu amigão até agora, tive um super-relacionamento e continuo falando com o (Edgardo) Bauza e seus auxiliares. Nunca tive problema com o Rogério ou com qualquer outro técnico nem no Cruz Azul, do México, onde também fui auxiliar. Entendo quem não me conhece ter essa dificuldade (de ver como sombra), mas, rapidinho, sempre esclareci isso.
O que pensa do Dorival Júnior?
Conversei ontem com o Dorival. Já o conhecia e sei que vai resgatar o que o São Paulo está precisando, e isso não está muito longe. No domingo, quando dirigi o time, deu para perceber que a equipe tem força, que o Rogério deixou boas situações, bons detalhes para a equipe se encontrar. O Dorival tem experiência e vai resolver tudo que o São Paulo está precisando.
Falando do clássico de domingo, por que você não levou o Cueva para Santos?
Foi uma opção minha. Quis colocar um jogador que estava chegando, o Jonatan Gomez. O Cueva tinha problemas para resolver, não estava bem para ir para o jogo. Não quis levar um cara que não se sentia à vontade para jogar ou ficar no banco, preferi colocar alguém que é parceiro do Lucas Pratto, estava motivado e foi contratado para fazer essa função.
O que você pensa do novo cargo oferecido pelo clube?
A princípio, quero entender melhor o projeto. Vim para o São Paulo para participar dessa ligação de Cotia com o profissional e, com a correria e as coisas que aconteceram, isso ficou um pouco de lado. Agora, querem ativar isso novamente. É algo que me interessa. Lutei tanto para voltar ao São Paulo e, se for para ajudar, eu topo. Mas temos de definir como vai ficar.
Pretende decidir quando sobre essa nova função?
Agora estou em Bragança Paulista, resolvendo questões particular e no aguardo de a diretoria me chamar para tratarmos disso.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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