Power apaga pecha de 'ruim de oval', guia com habilidade de especialista e vence 500 Milhas de Indianápolis

INDY 500 2018; INDIANÁPOLIS; DOMINGO; POLE DAY; PENSKE; WILL POWER© Grande Prêmio INDY 500 2018; INDIANÁPOLIS;  DOMINGO; POLE DAY; PENSKE; WILL POWER
Que dia para ser australiano. Após Daniel Ricciardo vencer o GP de Mônaco da F1 pela manhã, Will Power aumentou a alegria no país de origem. Outrora visto como um piloto sem noção de pistas ovais, Power mostrou compostura, calma, acertos estratégicos e colocou a pressão de Indy no bolso para vencer as 500 Milhas de Indianápolis de 2018 de forma excepcional.

A ultrapassagem para cima de Scott Dixon, com cerca de 14 voltas para o fim, colocou o campeão de 2014 não apenas na quarta colocação da prova: pôs Power atrás de um trio de pilotos que não tinha combustível o suficiente para aguentar o ritmo até o fim. Mesmo após o acidente de Tony Kanaan, que causou a última bandeira amarela da corrida, Stefan Wilson, Jack Harvey e Oriol Servià não tinham como segurar.

Com alguns instantes para o fim, entraram nos boxes e entregaram a liderança de bandeja para Power cravar seu nome da história do Brickyard e seu rosto na base do troféu Borg Warner.
Ed Carpenter manteve a velocidade que tava desde o começo dos testes e ficou com a segunda colocação, enquanto Dixon levou a cada vez mais decepcionante Ganassi ao terceiro lugar. Mais uma prova de que Dixon segue fazendo coisas de Dixon. Ryan Hunter-Reay, Simon Pagenaud, Carlos Muñpuz, Josef Newgarden, Robert Wickens e Graham Rahal fecharam o top-10. Matheus Leist foi o 13º
Além de Kanaan, Helio Castroneves também abandonou na metade final da corrida, após perder a traseira ao tentar atacar Pagenaud. Danica Patrick se despediu com batida. Sage Karam, Ed Jones, Takuma Sato e James Davison também saíram com acidentes, enquanto Kyle Kaiser teve problemas. 
Will Power (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)) 
© Fornecido por Grande Prêmio  Will Power (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio))
Confira como foram as 500 Milhas de Indianápolis

A largada para a Indy 500 de 2018 foi bastante tranquila e até pouco movimentada. Ed Carpenter saiu muito bem e se manteve na frente, com Simon Pagenaud sendo atacado por Will Power. Os dois até chegaram a trocar de posições, mas o francês retomou ainda no giro inicial.

Josef Newgarden manteve a quarta colocação, bem como Sébastien Bourdais seguiu em quinto. Atrás deles, porém, um feroz Tony Kanaan, dono da melhor largada do grupo da frente e que passava rapidinho por Spencer Pigot, Helio Castroneves e Scott Dixon. 

Do pelotão da frente, pior para Danica Patrick, que saiu muito mal e caiu rapidinho para o 12º lugar, brigando com Matheus Leist, que também não saiu tão bem, mas ao menos recuperou a 13ª colocação em cima de Zachary Claman DeMelo.

No final do grupo, Graham Rahal e Alexander Rossi eram os grandes destaques dos primeiros giros e não poderia mesmo ser diferente. Ambos saíram bem, com o piloto da RLL ganhando sete lugares até ser 23º e o da Andretti levando seis posições para virar 26º.

As primeiras 50 milhas da corrida eram completadas e a impressão de que seria um ano com baixo número de ultrapassagens foi se confirmando no início. Carlos Muñoz ganhava a 18ª posição de Kyle Kaiser, mas era basicamente só isso que acontecia em dez voltas.

No pouco movimentado meio de pelotão, Gabby Chaves conseguiu driblar os problemas aerodinâmicos e tirou James Davison da frente. Mas o #33 apareceu lento e não conseguiu resistir sequer à curta pressão de Sage Karam e Alexander Rossi, perdendo três posições de forma sequencial.
A primeira janela de pit-stops se abriu. Tony Kanaan se adiantou e entrou na 31, enquanto quase todos os outros líderes escolheram a 32, enquanto Josef Newgarden decidiu pela 33. Com a ordem restabelecida, Carpenter seguia na frente, mas Kanaan aparecia na segunda colocação. Um acerto da Foyt, pois. Newgarden aparecia em terceiro.
Notícia mais relevante após primeira janela de paradas foi a punição a Kyle Kaiser. O novato entrou de maneira estranha no pit-lane e acabou golpeando um mecânico. Nada tão grave, mas perigoso e passível de um drive-through. A parada acabou sendo longa demais e jogando o piloto para duas voltas atrás do pelotão.
Aí o agito começou ao melhor estilo oval. Takuma Sato simplesmente subiu em James Davison como se a Foyt vermelha não existisse. Os dois carros ficaram arrebentados ali e a bandeira amarela foi acionada. Eram os primeiros abandonos e a chave para a segunda rodada de paradas.

Praticamente todo mundo foi para os boxes, mas Claman DeMelo ficou na pista e, assim, liderou suas primeiras voltas na Indy. Os pilotos foram para a relargada na volta 55 com o canadense na frente de Carpenter, Kanaan, Newgarden, Pagenaud, Power, Castroneves, Pigot, Dixon e Hunter-Reay. Aliás, Helio tinha problemas com a bomba de combustível na parada.

Carpenter e Kanaan engoliram Claman DeMelo, mas nem tiveram muito tempo de abrir frente. No giro seguinte, lá estava Ed Jones estampando com força o muro na curva 2. Terceiro abandono e segunda amarela.
A relargada veio e Tony saiu com muita ação. Colou em Carpenter e passou de cara, mas tomou o troco poucas curvas depois. A disputa entre os dois esquentava, com o quarteto todo da Penske puxado por Newgarden observando. Quem tomou um tremendo susto foi Bourdais, que tomou um toque de Dixon e caiu para 12º. Se Claman DeMelo seguia com a parada única em sétimo, Gabby Chaves e Zach Veach paravam pela terceira vez, fora do top-20.
Na volta 68, fim de jogo para Danica. A despedida da americana terminava de forma amarga, com a pilota perdendo o controle do #13 e batendo forte na curva 2.
A bandeira verde voltou na volta 73 e Kanaan tornou a superar Carpenter em manobra bem agressiva. Com Newgarden optando por antecipar a terceira parada, Power e Pagenaud apareciam logo atrás dos dois, com Castroneves em quinto. Hunter-Reau, Pigot, Andretti, Dixon e a surpresa Oriol Servià vinham atrás. 
A bandeira amarela passou muito perto de voltar com Rossi e Bourdais disputando a 12ª colocação quase que na grama. O 18º era Chaves, líder do grupo que já tinha parado três vezes. Robert Wickens, Rahal e Newgarden surgiam atrás.
Enquanto Kanaan parava pela terceira vez na corrida na volta 91, Jay Howard dava dois belos sustos na torcida ao ficar muito lento e quase ser acertado primeiro por Power e Pagenaud, depois por Castroneves e Hunter-Reay. Carpenter foi aos boxes na sequência, em parada que durou 8s2, 1s2 a mais que a de Kanaan.
E a rodada de paradas foi cruel com Pigot. O americano, que fazia ótima corrida, passou acima do limite de velocidade nos boxes e tomou um drive-through, basicamente saindo da disputa pela vitória perto da metade da corrida. Os carros foram parando e diferentes pilotos foram à liderança como Power, Servià e Bourdais, que seguia com a escrita de ter ficado em primeiro em todas as corridas do ano.
Aí chegou a hora de Rahal ir para frente e ali certamente ficar um bom tempo, já que tinha os três pit-stops feitos. Wickens, Muñoz, Hildebrand e Claman DeMelo surgiam atrás, com Newgarden parando pela quarta vez. E aí tudo se complicou também para Tony: um pneu furado fez o brasileiro parar de novo e despencar no grupo.
Um momento bem assustador aconteceu quando a corrida rompia sua metade. Veach foi para os boxes e saiu pegando muito fogo no carro #26. Por sorte, tudo apagou sozinho.

Com Power na dianteira, os pilotos chegaram à 120ª volta com um abismo entre o top-6 e Dixon, o sétimo. E Marco, que era quinto, parou bem pouco depois, mas não antes de ver Kaiser ter problemas mecânicos e abandonar.

Enquanto Howard sofria com problemas e perdia uma série de voltas, a coisa apertava pelos primeiros lugares. Mas não propriamente na pista, mas nas estratégias, que se misturavam completamente. Quando todos tinham parado três vezes, Newgarden virava líder, mas isso não queria dizer tanto, já que o americano já tinha 30 voltas feitas no stint. 
Rahal, Wickens e Muñoz chegavam atrás na mesma estratégia, enquanto Power já superava até Hildebrand e puxava o time da tática convencional, seguido por Carpenter, Pagenaud, Hunter-Reay, Castroneves e Andretti.

Na volta 138, quando a corrida parecia mais calma e caminhando para uma decisão baseada na estratégia, logo depois da parada 5 de Newgarden, Wickens e Rahal, Bourdais rodou várias vezes até ir parar no muro da curva 4. Amarela no momento em que Muñoz virava líder.

O colombiano puxava a turma dos boxes junto com Claman DeMelo, que partia apenas para a quarta parada e deixava, assim, o top-3. A nova ordem tinha Power, Carpenter, Pagenaud, Hunter-Reay, Castroneves, Andretti, Sage Karam, Dixon, Rossi e Leist. Kanaan voltava para o giro do líder, mas aparecia em 22º com pouco menos de 60 voltas pela frente.
A bandeira verde voltou com Hunter-Reay e Pagenaud brigando duro pelo terceiro lugar, Rossi fazendo uma manobra absurda por fora para ganhar duas posições e uma nova batida. Castroneves perdeu o controle na entrada da reta e bateu de traseira no muro interno, causando a quinta amarela.

Com a batida de Helio, a corrida foi para seu quarto final sob bandeira amarela. Power, Carpenter, Pagenaud, Hunter-Reay, Rossi - em corrida absurdamente incrível -, Andretti, Karam, Dixon, Leist e Newgarden pintavam no top-10, com Kanaan em 20º.
A história da corrida começava a ficar repetitiva: mais uma relargada, mais uma ultrapassagem absurda de Rossi pela linha de cima e outro acidente. Karam, que fazia ótima prova, voltou a ir para o muro em uma Indy 500, com uma roda soltando e tudo. Nova amarela.

A nova ordem tinha Power, Carpenter, Rossi, Pagenaud, Hunter-Reay, Andretti, Dixon, Leist, Rahal e Newgarden. Muñoz aparecia colado no top-10, com Kanaan já subindo para 14º e voltando ao páreo.

Dixon foi sozinho aos boxes na tentativa de dar o pulo do gato para o final da corrida e a relargada veio logo depois na volta 161. Carpenter, desta vez, mesmo saindo mal conseguiu trancar a porta em Rossi, segurando a segunda colocação. Logo atrás, Leist ficava levemente sem ação e causava uma confusão com cerca de dez carros que foram se enfileirando.
Kanaan aproveitou o momento e, junto com Leist, cercou Muñoz, que ainda perdeu lugares para Hildebrand e Chaves. Tony virou nono e Matheus caiu para 14º.
A última rodada de paradas acontecia com Power, Pagenaud, Rossi, Hunter-Reay, Andretti e Muñoz todos indo aos boxes. Chamava a atenção Servià, Wilson, Claman DeMelo, Harvey e Dixon em cinco dos seis primeiros lugares com potencial para irem até o fim.
As últimas 20 voltas tinham tudo para ser de loucura total com boa parte do grid se arrastando para não parar mais e boa parte tirando tudo do carro para alcançar os ousados.
Mesmo fora da ponta, Power ainda tentava pelear e passava Dixon para assumir o quarto lugar. A tentativa de recuperação de Kanaan, que liderava até o futo de pneu, terminou na volta 189. Agressivo na aceleração, acabou perdendo a frente e indo no muro da parte baixa da pista.
A bandeira amarela para a última dezena de voltas da corrida tinha um trio formado por Servià, Wilson e Harvey na frente, torcendo para de repente terem combustível o bastante para o fim da corrida. Power, com todas as paradas em dia, esperava algo diferente.
Na relargada, a sete voltas do final, quem disparou foi Wilson, passando bem pela frente com Servià atrás. Power passou Harvey e seguiu em terceiro. Mas, a três voltas do fim, os ponteiros jogaram seus carros para o pit-lane. Power cruzou a entrada dos boxes já na liderança e com vantagem. Enfim, após anos de ser motivo de piada nos ovais, Power se vingou. Ele é vencedor da Indy 500. 

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