A derrota para o Bahia no estádio Presidente Vargas marcou o fim da paciência da torcida do Ceará, vice-lanterna da Série A com 17 pontos. No fim da tarde de ontem, cerca de 60 torcedores participaram de protesto contra jogadores e diretoria do clube. A manifestação, que foi acompanhada por cerca de 11 viaturas da Polícia Militar (PM), ocorreu na rua Major Weyne, em frente ao portão por onde atletas e dirigentes entram na sede do Alvinegro, no Porangabuçu.
Apesar do protesto do lado de fora, o elenco treinou normalmente nas dependências da instituição.
De acordo com um morador da região, que não quis ser identificado, torcedores presentes no protesto jogaram três bombas - duas delas teriam sido arremessadas para dentro da sede. Os manifestantes levaram cartazes e gritaram palavras de ordem, como "diretoria sem vergonha" e "não é mole não o que estão fazendo com a torcida do Vozão". A presença do técnico Lisca também foi pedida pelos integrantes do movimento.
O POVO tentou contato com alguns torcedores, que foram hostis e se recusaram a falar sobre a ação. Nas redes sociais, a torcida organizada Cearamor divulgou a manifestação com uma imagem com a frase: "a paciência acabou".
Policiais do Batalhão de Choque fecharam a rua Major Weyne com as viaturas e isolaram os torcedores. Ninguém foi autorizado a passar do isolamento. Pedestres e motoristas foram surpreendidos pelo bloqueio da via. Enquanto O POVO esteve no local, entre as 16h e 18 horas, não houve confronto.
Dentro da sede, o gerente de futebol do Ceará, Marcelo Segurado, se pronunciou por meio de entrevista coletiva. O dirigente defendeu a existência de livre manifestação, desde que seja pacífica.
"Até agora está tudo muito tranquilo. Eles (torcedores) querem conversar com o treinador (Lisca), inclusive para manifestar o apoio.
Todos sabem que a torcida considera o Lisca um dos ídolos do clube, tem empatia por ele. Os torcedores vieram para manifestar apoio.
Cobrança sim, mas para mostrar apoio", comentou o gerente.
Conforme Segurado, uma comissão de torcedores seria recebida para uma conversa. "Queremos escutar o que os torcedores estão pedindo, saber qual é o anseio deles", disse.
O protesto realizado ontem é o terceiro na sede do clube em pouco mais de três meses. No fim de maio, no dia da apresentação do técnico Jorginho, rojões foram lançados do lado de fora e caíram dentro da instituição. Quase duas semanas depois, no 1º de junho, torcedores conseguiram entrar no local e interromperam o treino para cobrarem os jogadores e a comissão técnica. Na ocasião, o ato foi pacífico.
Já o jogador colombiano Reina, também no fim de maio, chegou a ser agredido por torcedores e revidou após um empate sem gols com o CRB pela Copa do Nordeste, na saída dos vestiários para o estacionamento, no Castelão. (Colaborou Demitri Túlio)
Varjota Esportes - Ce. / O Povo.
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