Lewis Hamilton encaixou a terceira vitória seguida na F1, mas de um jeito diferente do habitual. O britânico se manteve em segundo no GP da Rússia deste domingo (30) e, após se manter próximo de Valtteri Bottas ao longo das voltas, só concretizou a ultrapassagem da vitória através de ordens de equipe. Para escapar da ameaça de Sebastian Vettel, terceiro colocado e próximo, a Mercedes optou por evitar riscos e assegurar mais um resultado favorável na briga do Mundial de Pilotos.
Mas seria injusto dizer que Hamilton não fez ultrapassagem de verdade em Sóchi. O britânico perdeu posição para Vettel durante o ciclo de pits, voltando em terceiro. Sem se abalar, Lewis trabalhou para fazer uma ultrapassagem precisa na curva 4. A manobra se mostrou fundamental, já que Sebastian não conseguiu ganhar terreno – seja sobre Lewis, seja sobre Valtteri – em solo russo.
O quarto lugar ficou com Kimi Räikkönen, que pouco influenciou a corrida – o finlandês não atacou Vettel, nem foi atacado por quem vinha atrás. O quinto lugar foi de Verstappen, que, curiosamente, foi quem mais liderou voltas. O holandês retardou a parada o máximo possível, fazendo bom uso dos pneus macios. Além de fazer o pneu render, o holandês se destacou por escalar o grid com facilidade após largar em último. Daniel Ricciardo foi sexto, último entre as equipes de ponta.
Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)
O melhor do pelotão intermediário foi Charles Leclerc, em mais uma bela atuação com a Sauber. Kevin Magnussen foi oitavo, uma recompensa por segurar Esteban Ocon e Sergio Pérez na segunda metade da corrida. Sem ultrapassar, a dupla da Force India terminou respectivamente em nono e décimo.
A corrida quase não teve abandonos. Foram apenas dois, da mesma equipe e na mesma volta. Brendon Hartley e Pierre Gasly rodaram em incidentes separados e, com problemas ainda não identificados, precisaram recolher aos boxes, encerrando a corrida da Toro Rosso na volta 6.
O resultado do GP da Rússia deixa Hamilton com 50 pontos de vantagem sobre Vettel no Mundial de Pilotos. Restam cinco corridas em 2018, significando que 125 pontos ainda estão em jogo.
A próxima etapa da F1 é já no próximo fim de semana. A categoria parte para Suzuka, palco do GP do Japão.
A próxima etapa da F1 é já no próximo fim de semana. A categoria parte para Suzuka, palco do GP do Japão.
Saiba como foi o GP da Rússia de F1
Sóchi amanheceu nublada e até com uma ameaça, ainda que pequena de chuva. Isso foi percebido na F2, quando a pista chegou a molhar. Na F1 a pista já estava seca, mas uma garoa minutos antes da largada colocou essa certeza em risco.
Acontece que a garoa não foi um fator. Tão logo os carros foram para a volta de apresentação, ficou claro que o asfalto seguia praticamente o mesmo de antes.
A largada teve Bottas disparando enquanto Hamilton tentava se afirmar frente a Vettel. O britânico usou o vácuo do finlandês para seguir em segundo, mantendo a posição da largada. Vettel, Räikkönen, Magnussen, Leclerc, Ocon, Pérez, Grosjean e Ericsson eram os outros pilotos da zona de pontos. No fundo do grid, Gasly rodava sozinho e ficava muito atrás.
Mais atrás, Verstappen começava a dar seu show. Largando em 20º e último, Max entrou na zona de pontos já na terceira volta, passando Ericsson pelo décimo lugar. Ricciardo, que tinha desafio semelhante, aparecia em 15º ainda.
A escala de Verstappen seguia rendendo. O holandês conseguia extrair o melhor desempenho dos pneus macios, tirando proveito da degradação dos hipermacios e ultramacios. Na volta 7, já era sexto, tendo apenas Leclerc na frente dentre os pilotos de equipes medianas. Na 9, a manobra sobre o monegasco veio.
Na rabeira do grid, drama para a Toro Rosso. A equipe conseguiu a proeza de abandonar com os dois carros virtualmente ao mesmo tempo. Ainda não estava claro qual foi o motivo, mas tanto Gasly quanto Hartley foram vistos rodando na pista.
O alto desgaste dos pneus macios começou a adiantar o ciclo de pits. Alonso foi o primeiro, colocando macios. Stroll fez o mesmo, enquanto Magnussen se queixava pelo rádio e considerava o mesmo. Depois de segurar ataques de Ocon, o dinamarquês veio na volta 10, uma após Grosjean.
Leclerc e Ocon reagiram ao pit de Magnussen de imeadito, enquanto Pérez esperou mais uma volta. Dessa forma, Hülkenberg e Sainz colocavam a Renault na dianteira do pelotão, fazendo os ultramacios durarem um pouco mais.
Na volta 13, o ciclo de pits alcançou os pilotos de ponta. Com os três primeiros separados por poucos segundos, Bottas foi aos boxes. Hamilton e Vettel, separados por 1s9, esperavam um pouco mais. O alemão não muito, vindo na 14. Nem o britânico, que veio na 15. E se deu mal: Vettel, ao fazer uma volta com pneus novos, conseguiu ganhar posição nos boxes.
Hamilton estava fora da zona de conforto e precisava atacar. O britânico quase passou na reta principal uma volta depois, sendo bloqueado. Duas curvas depois, o ataque e a ultrapassagem certeira: Lewis estava de volta ao segundo lugar virtual – afinal, Räikkönen e Verstappen estavam na frente ao retardar as paradas.
Depois de tanto demorar, Räikkönen veio aos boxes na volta 18, voltando 10s atrás de Vettel. Verstappen virava líder, e com pneus macios em bom estado, mas perdendo terreno para Bottas.
Verstappen logo virou um problema para a Mercedes. O holandês estava segurando Bottas, Hamilton e Vettel, que estavam colados. Situação ruim para Lewis, que começava a ficar ameaçado. Do pit-lane, a equipe prateada tomou uma atitude drástica: pediu para Valtteri abrir caminho para o companheiro. Hamilton virava o líder virtual, enquanto Bottas virava escudeiro começava a segurar Vettel.
Hamilton logo tirou proveito da ajudinha de Bottas. A vantagem para Vettel, com um carro entre os dois, subiu para 3s8. Curiosamente, o britânico não conseguia se aproximar de Verstappen da mesma forma que Bottas fazia.
#iconeimagem Sebastian Vettel (Foto: Ferrari)Mais atrás, a corrida entre equipes médias estava mais indefinida. Magnussen não conseguia se aproximar de Hülkenberg – ainda sem parar – e Leclerc. Além disso, segurava a dupla da Force India. Ocon tentou passar, falhou e permitiu que Pérez tentasse. Os dois trocaram de posição momentaneamente, mas o mexicano seguia com tanta dificuldade quanto o francês.
Hülkenberg parou na volta 38, cedendo o sétimo lugar para voltar em 11º. O alemão agora tinha pneus ultramacios para lutar contra os rivais de macios, mas precisando cortar uma diferença de 6s para pelo menos colar nos adversários. Com 14 voltas para o fim, somente Verstappen e Ricciardo ainda precisavam parar.
Os dois vieram aos boxes pouco depois. Verstappen, apesar de liderar por muitas voltas, não tinha vantagem suficiente para voltar dos boxes na frente das duplas de Mercedes e Ferrari.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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