O jornal argentino Olé ironizou neste domingo o fato da prefeitura do Rio de Janeiro planejar a autorização de jogos de futebol com presença de público a partir do dia 10 de julho na capital fluminense.
Segundo decreto da municipalidade, o Rio entraria, a partir de 10 de julho, na chamada fase 3 de medidas contra a pandemia de COVID-19. Nela, são permitidas competições esportivas com capacidade máxima de um terço de público.
Para que isso aconteça, é preciso, de acordo com o texto no Diário Oficial, "respeitar a regra de 4 m² por pessoa" (ou seja, que os torcedores fiquem separados por uma determinada distância).
Em artigo intitulado "Carnaval carioca", o Olé lembrou os trágicos números da COVID-19 no Rio para falar do retorno do Campeonato Carioca em meio à pandemia que ainda atinge com força a saúde pública local.
"Os dados não deixam dúvidas. O Rio de Janeiro é o 2º município do Brasil mais afetado pela COVID-19, depois de São Paulo. O vírus matou 6.366 pessoas e deixou 55.286 casos positivos na cidade carioca, dentro de um marco muito pior: no sábado, nosso país hermano somou mais de 1,31 milhões de casos e 57 mil mortes pelo vírus. E, com tudo isso, o futebol voltará, e também já se pensa em fazê-lo com público", afirmou.
A Argentina, por sua vez, teve 57.774 casos confirmados, com apenas 1.217 mortes até agora. No entanto, os dirigentes locais sequer falam em datas para retomada do futebol, e nem mesmo os treinos estão liberados.
Para o Olé, isso só deixa a situação do Rio ainda mais absurda.
"Com a medida [da prefeitura], o Maracanã poderá receber até 22 mil pessoas por partida, o Nílton Santos umas 14 mil e São Januário umas 7 mil, para se ter referência. O decreto ainda estabelece que, a partir de 1º de agosto, seja permitido aos estádios receber 2/3 da capacidade de público, e, a partir de 16 de agosto, a previsão é que não haja mais restrições. Enquanto isso, quem sabe nesta data estejam acontecendo na Argentina os primeiros treinos...", ironizou.
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