As estatísticas do Cruzeiro no duelo desta sexta-feira contra o Avaí indicaram mais um episódio de domínio estéril na Série B do Campeonato Brasileiro. O time celeste teve 72% de posse de bola, finalizou 26 vezes e deu 50 cruzamentos. Só que o adversário, que veio ao Mineirão disposto a se defender, encaixou boa jogada aos 33 minutos do segundo tempo e marcou o gol da vitória por 1 a 0, em cabeceio de Pedro Castro, após cruzamento do lado esquerdo de Getúlio.
Novamente, a Raposa se mostrou incapacitada para furar retrancas. Isso deixa o torcedor cada vez mais preocupado, pois a tendência é que os adversários considerados “fracos” na Série B entrem em campo com a retaguarda reforçada diante do único grande clube da competição. E daí surge a pergunta: há tempo para fazer a equipe melhorar a postura de maneira imediata, visto que a distância para o G4 da Série B só aumenta?
Nesta sexta-feira, o goleiro Lucas Frigeri, do Avaí, recebeu a pontuação mais alta do SofaScore, 8.7, por ter feito seis defesas. Talvez a mais difícil tenha sido aos 27min do segundo tempo, em bola chutada por Marcelo Moreno que desviou na zaga catarinense. Aos 44min, o camisa 1 voltou a aparecer ao espalmar conclusão de Régis. No mais, teve trabalho para sair de soco em lances de “chuveirinho” na área, como em cobrança de falta de Filipe Machado, aos 26min da etapa inicial.
Machado, aliás, terminou a partida como recordista em passes (acertou 60 em 71) e cruzamentos (2 êxitos em 17 tentativas). O mapa de calor do camisa 25 mostrou um posicionamento concentrado na intermediária do campo ofensivo. Ele foi também quem mais chutou à meta - oito vezes, sendo uma no gol, quatro para fora e três em cima de defensores do time rival - e cobrou todos os escanteios do lado esquerdo.
O excesso de bolas alçadas à grande área é prova de que o Cruzeiro não conseguiu êxito em jogadas por baixo. A quantidade de arremates de média e longa distância - 15 dos 26 - também é um dado a ser considerado. Outro fundamento com ampla supremacia mineira, mas de pouca eficácia, foi na troca de passes - 85% (427/502), contra 51% do Avaí (104/203).
No revés do último sábado, para o CSA, em Maceió, por 3 a 1, o Cruzeiro contabilizou índices parecidos aos do embate com o Avaí: 71% de posse de bola, 40 cruzamentos e vantagem em finalizações 14 a 8. Todavia, os erros de posicionamento do sistema defensivo permitiram ao time alagoano marcar três gols de cabeça e garantir os três pontos.
A impressão é que a reação, se vier, será demorada. Por mais que os torcedores tentem e se esforcem para tal, é difícil confiar que um elenco com média de um gol por jogo obtenha, nas 27 rodadas finais, campanha equivalente a 19 vitórias (57 pontos). Isso representaria 67,85% de aproveitamento, superior ao do atual líder, Cuiabá, com 22 pontos (66,7%).
Em 15º lugar na Série B, com oito pontos, o Cruzeiro precisa se preocupar, por ora, em não ser rebaixado à Série C. Na pior das hipóteses, o time de Ney Franco pode descer para 18º neste fim de semana. A chance de recuperação será na próxima quarta, às 19h15, contra a Ponte Preta, no Mineirão.
Neste sábado, o Guarani (16º, com oito) visita o Figueirense às 11h, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, enquanto o CSA (19º, com 7) recebe o Juventude às 16h, no Rei Pelé, em Maceió. Já o Oeste, lanterna, com seis, encara o Vitória às 16h30, no Barradão, em Salvador.
O Sampaio Corrêa, 19º colocado, com sete pontos, teve o confronto com o Náutico adiado por causa da final do Campeonato Maranhense, contra o Moto Club. Mas há uma observação importante: o time de São Luís dispõe de uma espécie de "gordura", pois disputou até aqui apenas oito partidas na segunda divisão.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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