Na volta ao futebol, Amaral cativa a torcida e tem reencontro com Rivaldo Volante de 41 anos estreia no Capivariano com a camisa 5, orienta companheiros e mostra disposição, mas é "atrapalhado" por plano tático e joga apenas 45 minutos

Amaral nunca atraiu tanta atenção em campo. Volante aguerrido, de fôlego invejável, sempre suou para que craques como Djalminha, Rivaldo ou Ronaldo brilhassem com a bola nos pés. A noite de 10 de fevereiro de 2015 foi diferente. O folclórico jogador, após muita expectativa e cobranças públicas do presidente, estreou pelo Capivariano como se fosse o craque do recém-promovido à elite do Campeonato Paulista. Pena, para ele e todos que encararam a chuva para acompanhar sua volta ao futebol profissional, que a experiência tenha durado só 45 minutos. Ao menos, ele pôde matar a saudade dos gramados e também de um antigo companheiro.Ao fim do empate por 2 a 2 entre Capivariano e Mogi Mirim, ele trocou abraços com Rivaldo. Os dois foram companheiros de Palmeiras, na década de 90. 

Sem atuar profissionalmente desde o primeiro semestre de 2013, Amaral foi anunciado com pompas de craque pelo locutor do Estádio Carlos Colnaghi (vulgo Arena Capivari, para os habitantes do município, orgulhosos de participarem pela primeira vez da elite paulista). Fez aquecimento no gramado, distribuiu acenos aos fanáticos que gritavam por ele. Subiu ao campo com a camisa 5 às costas, aquela que se acostumou a vestir nos tempos de Palmeiras, Corinthians, Seleção, Grêmio, Atlético-MG, Benfica...

Só que, ao seu lado, não estavam mais os craques que colocaram o Brasil no topo do futebol mundial nos anos 90 e 2000. O único intacto daquela época era Amaral, que nem pareceu sentir o longo período de inatividade. Mergulhou no gramado para roubar uma bola com carrinho, arriscou lançamentos, quase cometeu um pênalti por excesso de vontade, orientou os colegas. Não parecia sentir o peso dos 41 anos.
Amaral e Rivaldo (Foto: Murilo Borges)Amaral e Rivaldo conversam ao fim do jogo: reencontro entre ex-companheiros de Palmeiras. (Foto: Murilo Borges)


Os companheiros não ajudaram tanto. A seis minutos, o Capivariano já perdia por 1 a 0, resultado que duraria até o fim da participação de Amaral como jogador. Ao fim do primeiro tempo, o volante foi até o árbitro reclamar do que considerou erros de avaliação. Antes de ir ao vestiário, falou o que precisava ser corrigido. Sobrou até um conselho de técnico para Ivan Baitello, que tanto relutou em escalá-lo.

– O campo está bastante pesado, mas dá para jogar futebol. Tem de ter atenção. Professor precisa fazer algumas alterações táticas para tentar empatar e conseguir virar. Estou me sentindo um garoto – comentou.

O garoto não voltou para o segundo tempo. Ao menos não como jogador. Substituído para deixar o Capivariano mais ofensivo – postura recompensada com o empate conquistado nesta noite –, Amaral viveu 45 minutos de torcedor. Do banco, orientou os colegas e ajudou a motivá-los. Pouco para quem já ganhou quase tudo que o futebol poderia proporcionar, mas muito para quem se propõe a ajudar de todas as formas a cidade que o trata como craque. Na saída para os vestiários, mostrou o tradicional carisma. Abraçou adversários, sorriu para todos e deixou o campo ao lado de Rivaldo. Uma cena nostálgica para terminar uma noite especial.  
 

  Varjota  Esportes - Ce.                             /           Globoesporte.

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