Dois craques, dois amigos, dois xarás de 16 anos. Robert, o camisa 10, é a principal promessa das categorias de base do Fluminense, com direito a multa milionária em seu contrato. Já o camisa 11, Roberth Kennedy, vem sendo o principal nome do time na competição, fez um golaço contra o Real Madrid e deu duas assistências na semifinal, contra o Inter de Milão. Com a dupla no comando, os meninos de Xerém disputam nesta quinta-feira, a partir das 11h30m (de Brasília), o título da Al Kass Internacional Cup Sub-18 contra o PSG, em Doha, no Catar. O GLOBOESPORTE.COM acompanha a decisão em tempo real.
Depois de eliminar o Real nas quartas de final (4 a 3 nos pênaltis) e o Internazionale de Milão nas semifinais (3 a 1), o Fluminense reencontra na decisão justamente o único adversário que já o derrotou. Logo na estreia, o Paris Saint-Germain ganhou de virada por 2 a 1. Nada, porém, que incomode as revelações de Xerém.
- Não vai ser fácil, mas estamos mais unidos do que nunca e vamos fazer de tudo para conquistar o título. Estamos esperando um grande jogo entre duas equipes que se conhecem bem. É uma experiência nova que estamos passando. Enfrentar times da Europa não está sendo fácil. Eles são muito diferentes dos times brasileiros, muita força e toque de bola. Mas estamos conseguindo superar isso jogando com a alegria e a ginga brasileira - resumiu Robert em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, ganhando o coro do amigo.
- Chegar à final foi uma surpresa para mim. Mas agora queremos a taça. O time deles é bom, mas o nosso é melhor (risos) - garantiu Kennedy.
Kennedy comemora o golaço que marcou contra o
'Estou preparado para tudo'
Para quem tem acompanhado a caminhada tricolor na Al Kass, não há dúvida: Kennedy é o destaque da equipe até agora. O atacante marcou gols decisivos contra Al Nasser e Real Madrid, deu duas assistências na vitória sobre o Internazionale e ainda foi eleito o craque do jogo em duas oportunidades. Mas rejeita qualquer menção a seu destaque:
- Eu não jogo sozinho, e sim em grupo. Não estou nem pensando no que fazer com os prêmios (ganhou dois mil dólares por ter sido eleito o melhor jogador de duas partidas). Só vou pensar nisso quando estiver com o caneco em mãos.
Nascido na pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, Roberth chegou ao Fluminense em fevereiro de 2009 depois de passar por clubes como Atlético-MG, São Paulo, Friburguense e Vasco. Não sabe explicar a origem do nome - quase um homônimo do irmão de John Kennedy e ex-ministro da Justiça. Segundo o tricolor, a ideia foi da irmã, e o nome Roberth veio de um ex-jogador de futebol, sem que ele saiba ao certo qual. Já o Kennedy, acha que é em alusão à famosa família da política americana. A grafia correta e marcada na certidão de nascimento, aliás, é Robert Kenedy. Mas ele prefere rescreve à sua maneira, com um H e um N a mais.
Com as boas atuações recentes, Kennedy já sonha até com uma chance entre os profissionais, mesmo aos 16 anos. E, se é reticente ao falar da sua importância na campanha no Catar, ele garante estar pronto para jogar ao lado de craques como Fred e Deco.
- Estou preparado para tudo - garantiu o atacante, que é fã declarado do peruano Paolo Guerrero, herói do título mundial do Corinthians em 2012.
'Eu me inspiro em mim mesmo'
Kennedy e Robert se conheceram no início de 2009, quando o primeiro chegou ao Fluminense. Se hoje a relação é de dois irmãos, o começo da amizade foi meio conturbado. Só que nem eles sabem explicar o motivo.
- Quando ele chegou, a gente não se dava muito bem. Só que nem eu sei o porquê (risos). Mas os anos se passaram, e hoje somos grandes amigos. Nossa amizade é muito bonita. Estamos sempre cuidando um do outro, tanto dentro como fora de campo. Eu o considero o melhor jogador da base do Fluminense - comentou Robert.
Fã de Fred, o camisa 10 é tratado como uma joia em Xerém. Antes de completar 16 anos - em setembro de 2011 - e poder assinar seu primeiro contrato, o Fluminense temia perdê-lo diante do constante assédio de outros clubes. A palavra da família e o carinho dele pelo Tricolor, no entanto, prevaleceram até o fim. Com multa superior a R$ 100 milhões, ele se acostumou a ser o protagonista. E se cobra por melhores atuações no Catar. Até agora, Robert marcou apenas um gol e ainda perdeu um pênalti no tempo normal contra o Real Madrid. Mas sabe que a decisão pode ser a hora certa para fazer a diferença e ajudar seus companheiros a erguerem mais uma taça.
Robert, à direita, comemora seu único gol na competição ao lado do zagueiro e capitão Ygor Nogueira: camisa 10 se cobra para brilhar mais na final (Foto: Divulgação / Al Kass Internacional Cup)
- Eu me cobro muito, pois sei do meu potencial e sei que posso dar mais. Mas meus companheiros confiam muito em mim e eu muito neles. Mesmo que no talento individual eu não esteja me destacando, vou sempre correr pelo grupo. Isso que faz a diferença - garantiu.
| CAMPANHA DO FLUMINENSE | |
|---|---|
| 1 x 2 Paris Saint-Germain | |
| 2 x 1 Al Nassr | |
| 1 x 1 Real Madrid (pênaltis: 4 x 3) | |
| 3 x 1 Inter de Milão |
No que depender da confiança do camisa 10, a torcida tricolor já pode comemorar a inédita conquista da Al Kass Internacional Cup.
- Em quem eu me inspiro? Eu me inspiro em mim mesmo! - encerrou Robert.
Comandado pelo técnico Marcos Valadares, o Fluminense deve ir a campo na decisão com a seguinte formação: Marcos Felipe, Marcelo, Ygor Nogueira, Wendel e Leonardo; Marlon, Ikaro e Robert; Kennedy, Gabriel Vasconcelos e Denílson.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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