A Ponte Preta voltou a sentir o peso de decidir. Voltou a fracassar quando dependia apenas das próprias forças. Como acontece nos seus 114 anos de história. Com a derrota do Joinville para o Oeste em Itápolis, a Macaca precisava da vitória sobre o Náutico, na Arena Pernambuco. Mas não passou de um empate por 1 a 1. Aos 47 minutos do segundo tempo, Adrianinho teve a chance de dar ao clube o primeiro título de expressão da sua história. Errou. E a Ponte amargou mais um vice-campeonato, desta vez o da Série B do Brasileiro. A sina alvinegra continua.
Pelo que fez até confirmar o acesso, há quatro rodadas, contra o Bragantino, a Ponte merecia a conquista máxima. Mas pelo que deixou de fazer nos últimos quatro jogos... Foram duas derrotas (Joinville e América-MG) e dois empates (América-RN e Náutico). Dois pontos em 12 disputados. A distância para os catarinenses foi de apenas um: 69 contra 70. Como alento, estará na elite nacional em 2015, mas será difícil fechar a ferida. Mais uma. Menos de um ano depois de ficar no quase na Sul-Americana.
saiba mais
Depois de um primeiro tempo abaixo da média, com o Náutico dominando as ações e saindo na frente, a Ponte melhorou na etapa final. Chegou a empatar com gol chorado de Renato Cajá. Martelou, acertou a trave, colocou Julio Cesar para trabalhar e viu Adrianinho receber na entrada da pequena área, cortar um zagueiro, mas demorar para bater. Não era para ser mesmo.
Já o elenco do Náutico, após uma semana turbulenta, honrou a camisa do Timbu e se despediu com o 50º ponto na Série B, na 13ª colocação. Agora, só em 2015. Para os dois. Se é que esta tarde de 29 de novembro de 2014 vai terminar para os ponte-pretanos.
Papéis invertidos
Na teoria, era decisão para a Ponte. E só mais um jogo para o Náutico. Mas na prática foi diferente. Quem se desdobrou foi o Timbu. O mesmo time que está com salários atrasados, fez greve durante a semana e ameaçou não entrar em campo. E quem deixou a desejar foi a Macaca. A mesma equipe que passou os últimos dias prometendo suar sangue para vencer. O primeiro lance de perigo até foi da Ponte, com Júlio Cesar salvando chute de Roni. Se o goleiro do Náutico mostrou serviço de um lado, Roberto não evitou finalização de Vinicius de longe: 1 a 0 Timbu, aos 13 mintuos. O meia teve tempo e espaço para dominar, ajeitar, olhar e arriscar. A pressão, que já era grande, aumentou e atrapalhou mais a Macaca. A responsabilidade foi demais até para os experientes. Cajá levou perigo em dois chutes, mas deixou o setor de criação à mercê de ligações diretas. Pouco para quem buscava o título.
Adrianinho perde bola do título
A Ponte deixou o primeiro tempo no vestiário. Com Cafu no lugar de Alexandro, encurralou o Náutico. Martelou com Cajá, a centímetros da trave. Trave que impediu o gol de Roni ao mesmo tempo que o Oeste abria o placar. As esperanças renasciam. A Ponte voltava a depender só das próprias forças. E foi com tudo. Não demorou para a blitz surtir resultado. Renato Cajá dominou de peito na áera e bateu. A bola passou por baixo de Julio César e entrou lentamente. Gol chorado, aos 15 minutos. O tempo passava a jogar contra. A necessidade de buscar o segundo gol obrigava a Macaca a se lançar. O Náutico tinha o contra-ataque, mas os campineiros se desdobravam para atacar e voltar para marcar. Os minutos finais foram de pressão da Ponte. Alexandro parou em Julio César em cabeçada. E a bola do título caiu nos pés de Adrianinho. Aos 48, recebeu na entrada da pequena área, cortou o zagueiro, mas demorou para chutar e perdeu a chance de acabar com a sina.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário