A fase de testes no Fortaleza parece ter finalmente chegado ao fim. Não, nós não falamos de peneiradas ou algo do tipo, mas das muitas formações lançadas por Rogério Ceni a campo durante todo o Campeonato Cearense.
Se por um lado elas não resultaram no título Estadual e confundiram a cabeça do torcedor, por outro serviram como grande laboratório para o trabalho que o técnico demonstra hoje na Série B do Brasileiro.
Foram apenas dois jogos, é fato, mas é impossível não notar uma evolução no time, que inclusive parece ter encontrado o grupo ideal para começar as partidas. Com exceção de Alan Mineiro — apresentado ontem no Vila Nova —, Ceni repetiu toda a equipe do jogo contra o Guarani na partida diante do Boa Esporte. O meia Dodô, pelo menos num primeiro momento, se encaixou perfeitamente.
O departamento médico ainda não se pronunciou, mas se as lesões que Adalberto e Osvaldo apresentaram ao fim da última partida não forem graves, terça-feira, diante do CRB, o técnico tricolor pode repetir um time de forma consecutiva pela primeira vez desde que assumiu, atendendo a um anseio da torcida. Repetir escalação, no entanto, é o mínimo apresentado.
Nada de três zagueiros ou três volantes. O Leão passou a jogar de forma menos engessada com as mudanças na defesa e meio campo. A utilização de um meia de criação nato tira a sobrecarga dos pontas, que por vezes tinham que alimentar o ataque quando na verdade deveriam ser municiados para finalização e tabelas com o centroavante Gustavo.
Aliás, isso gerou mais opções de ataque para o Leão, que caminha para se livrar de uma dependência de seu artilheiro. Dos quatro gols marcados na Série B, só um é de Gustavo.
Duas peças têm muita importância na nova mecânica de jogo do Tricolor. A primeira é Jean Patrick, volante que também atua como meia e tem gerado maior qualidade na transição defesa-ataque por errar poucos passes (somente quatro em dois jogos). Foi ele também o autor do passe para o gol de Tinga, contra o Guarani.
Outro que merece destaque é Edinho. Jogador fundamental para contra-ataques, esbanja disposição e tem se mostrado excelente dupla para tabelinhas. Em sintonia com o lateral direito Tinga, chega a desequilibrar o jogo, fazendo o Leão utilizar bem mais o lado direito.
É claro que o Fortaleza ainda está longe do ápice de desempenho. Os gols, por exemplo, ainda demoram a sair (todos foram marcados no segundo tempo) e algumas jogadas sequer têm desfecho. Com o passar da competição, no entanto, a tendência é o aperfeiçoamento.
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