Cruzeiro e Robinho não chegam a acordo para rescisão, mas prometem tentar composição antes de próxima audiência na Justiça

Cruzeiro alegou dificuldades financeiras em dispensa de Robinho © Bruno Haddad/Cruzeiro Cruzeiro alegou dificuldades financeiras em dispensa de Robinho
Cruzeiro e Robinho não chegaram a um acordo para rescisão em audiência on-line nesta quarta-feira, na 3ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Apesar disso, as partes vão tentar uma composição antes do próximo encontro na Justiça, marcado para a sexta-feira da próxima semana, dia 31 de julho.
Conforme a petição inicial protocolada pela defesa de Robinho, o Cruzeiro se comprometeu a pagar ao meio-campista R$ 2.169.792,10, sendo R$ 1.792.348,86 parcelados em 20 vezes de R$ 89.617,44, a partir de 10 de abril de 2021, e R$ 377.771,38 relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Os advogados Rodrigo Puppi Bastos e Carlos de Mattos Sabino também anexaram o aditivo contratual no qual o atleta aceitou repactuar a remuneração de R$ 450 mil para R$ 150 mil em 2020, devido às dificuldades financeiras vividas pela Raposa com o rebaixamento à Série B.
Entretanto, Robinho relatou à juíza Flávia Fonseca Parreira Storti que o Cruzeiro não fez qualquer proposta de acordo tão logo comunicou, por meio de seu site oficial, o encerramento unilateral do contrato, em 5 de junho.
“Foi informado de que estariam rescindindo o contrato pois não tinham dinheiro para pagar os salários, mas não apresentaram nenhum documento ou formalização da rescisão; que há duas semanas Edson, advogado do Clube, e David (leia-se Deivid), diretor, ligaram para o depoente pedindo contato de seu empresário e advogado para negociação, mas até hoje esse contato não foi feito; que após a comunicação à mídia somente recebeu uma carta informando que não precisaria treinar mas não houve tentativa de conciliação da rescisão; que o depoente concordou a redução salarial proposta em decorrência do Covid, para fins de manutenção do emprego”.
Preposto do Cruzeiro no processo, o supervisor administrativo Benecy Queiroz disse que o clube busca um acordo amigável com Robinho e sugeriu que o armador poderia voltar a treinar na Toca da Raposa II. O dirigente representou o clube ao lado dos advogados Gilmara Cristina Seixas e Davidson Malacco Ferreira.
“O processo de rescisão informado seria uma tentativa de conversa para rescisão amigável; que o reclamante não foi dispensado dos treinos; que foi dado um prazo para tentativa da rescisão, mas atualmente o atleta está com contrato em vigor e pode retornar os treinos”.
Benecy também destacou que nem todos os jogadores receberam os salários de junho em razão da situação financeira do clube. Conforme ressaltado pelo supervisor à magistrada, o Cruzeiro busca rescisões amigáveis com os atletas, e o diretor técnico Deivid ficou encarregado de conversar diretamente com os representantes de Robinho para solucionar o caso.
“O último dia treinado pelo autor foi o dia em que deram autorização escrita para se afastar dos treinamentos em busca da solução amigável para o contrato; que não se recorda da data certa; que nem todos os atletas com contrato em vigor recebem salário em junho em virtude da situação financeira; que pelo que tem conhecimento David (leia-se Deivid) entrou em contato com os responsáveis pelo atleta buscando a rescisão amigável”.

Rescisão

No dia 5 de junho, o Cruzeiro comunicou que Robinho e o lateral-direito Edilson foram avisados do processo de rescisão contratual. De acordo com a diretoria, a saída dos jogadores se deu exclusivamente por aspectos financeiros.
À época, em entrevista ao site oficial do clube, o presidente Sérgio Santos Rodrigues explicou a decisão de dispensar os atletas, pediu compreensão aos torcedores e prometeu recorrer ao mercado para reforçar o grupo visando à disputa da Série B do Brasileiro.
“Infelizmente, devido ao cenário que envolve o clube nos últimos anos, precisamos chegar a essa decisão extrema. Robinho e Edilson são atletas vitoriosos, que contribuíram para o time com grandes conquistas, e nós os agradecemos muito. Mas a realidade e necessidade de austeridade do Cruzeiro daqui pra frente nos impõe essa mudança”, declarou.
“Um dos principais compromissos da nossa gestão é preservar a saúde financeira do clube, e foi isso o que pesou na decisão. Continuamos, porém, atentos ao mercado para reforçar o elenco dentro da nossa realidade e contamos com a compreensão dos nossos torcedores para o nosso momento”, complementou o dirigente.
Contratado pelo Cruzeiro em abril de 2016, Robinho disputou 180 partidas, marcou 25 gols e deu 32 assistências. Um dos momentos mais marcantes do camisa 19 foi na final da Copa do Brasil de 2018, quando abriu o placar para a vitória sobre o Corinthians, por 2 a 1, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Ao mesmo tempo em que se mostrou um jogador de qualidade técnica e boa visão de jogo, o meia de 32 anos enfrentou problemas de lesão em sua passagem pela Toca. Ele ganhou duas edições da Copa do Brasil, em 2017 e 2018, e duas do Campeonato Mineiro, em 2018 e 2019. 

 Varjota Esportes - Ce.        /         MSN.

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