O argentino Maxi Baincucchi detesta ser comparado ao primo Lionel Messi. Geralmente, quando algum repórter desavisado fala no parentesco com o melhor jogador do mundo, o atacante faz cara feia, dá uma resposta seca e sai pisando duro. Neste domingo, no entanto, Biancucchi mostrou que o bom futebol deve sim ser uma característica de família. Com um gol e uma assistência, o baixinho comandou o Vitória no triunfo por 3 a 2 sobre o Atlético-PR, no estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana.
saiba mais
Com o Barradão transformado em centro de treinamento de seleções para a Copa das Confederações, o duelo entre os dois rubro-negros precisou ser realizado no interior da Bahia. O estádio escolhido foi o Joia da Princesa, que se transformou em um dos protagonistas do confronto. O gramado irregular e a grande quantidade de buracos prejudicou bastante o andamento da partida e aumentou consideravelmente a estatística de passes errados.
Com o triunfo, o Vitória chega aos 10 pontos, sobe para o segundo lugar e encerra as cinco primeiras rodadas pelo menos no G-4, objetivo que o técnico Caio Junior havia traçado como necessário para ter tranquilidade no mês em que o Brasileirão será paralisado para a realização da Copa das Confederações. A equipe pode perder uma posição caso o Fluminense vença a Portuguesa na quarta-feira, em jogo adiado. O Atlético-PR, por sua vez, estaciona nos cinco pontos e fica na parte de baixo da tabela de classificação, sinal de que haverá muita cobrança para o Furacão até a retomada da Série A, em julho.
Autor do último gol do Vitória, o argentino Escudero afirmou após a partida que o Rubro-Negro tem cacife para continuar brigando pelas primeiras posições na sequência do Brasileirão.
- Sabemos que é difícil. Mas estamos jogando bem e conquistando as vitórias em casa, e pontos fora. Vamos descansar para voltar bem - disse.
Já o zagueiro Luiz Alberto destacou a luta do Atlético-PR, que tem marcado muitos gols, mas não consegue chegar até o final da partida com o resultado positivo.
- A gente não está conseguindo manter o resultado, mas a gente tem lutado, tem feito boas partidas. Sempre buscamos o resultado, dentro e fora de casa. Temos uma equipe muito sólida, forte. Faltam detalhes para conseguir o resultado. Hoje, poderia ter pelo menos conquistado um pontinho - analisou.
Campo ruim e golaço
Donos de ataques bastante produtivos, Vitória e Atlético-PR prometiam um duelo recheado de grandes emoções no Joia da Princesa. O gramado do estádio, no entanto, se mostrou um marcador implacável no início da partida. A bola ganhava vida toda vez que tocava no campo e tornava a construção de jogadas um desafio ainda maior, o que transformou os primeiros minutos da partida em um teste de paciência para o torcedor.
O relógio já marcava a metade do primeiro tempo quando Maxi Biancucchi resolveu colocar a bola no chão e foi recompensado. O atacante argentino avançou pelo meio e passou com açúcar para Caceres, que pegou de primeira e colocou no canto direito, sem chances de defesa para Weverton. A alegria do Vitória, contudo, não durou muito. Logo após o gol baiano, o Atlético-PR chegou ao empate com Ederson, que aproveitou cruzamento de Pedro Botelho e a confusão na área para balançar as redes de Wilson.
O caminho para o gol definitivamente estava no chão, e Biancucchi tratou de mostrar que conhecia todos os atalhos para chegar às redes adversárias. Poucos minutos após o Atlético-PR empatar a partida, o argentino recebeu lançamento na esquerda, aplicou um lindo drible em Pedro Botelho, ignorou os buracos do campo e marcou um golaço. Sempre perigoso, Ederson não igualou o placar por muito pouco quando o primeiro tempo já se encaminhava para o final. Em mais uma jogada pela direita da defesa do Vitória, o atacante aproveitou cruzamento e cabeceou na trave do goleiro Wilson.
Estreia e muita emoção
A exemplo do início da partida, o segundo tempo começou morno em Feira de Santana. Apesar de passados 45 minutos, os jogadores dos dois times davam mostras de que ainda não haviam se adaptado ao gramado. Para corrigir esse problema, o técnico Caio Junior resolveu mexer no Vitória. Chamou do banco o estreante Rômulo, acostumado a jogar no Joia da Princesa com seu ex-clube, o Bahia de Feira. O jovem atacante substituiu Giancarlo, que deixou o campo vaiado pela torcida.
A esperança do Vitória era a de que Rômulo pudesse mostrar intimidade com a velha casa e marcasse o terceiro gol para matar de vez a partida. Entretanto, foi o Atlético-PR que por pouco não chegou ao empate. Paulo Baier cobrou escanteio pela esquerda e Luiz Alberto cabeceou com força para linda defesa de Wilson. O lance era apenas um aviso do que estava por vir. Aos 34 minutos, Paulo Baier cobrou falta na área, a bola passou por toda a defesa do Vitória e sobrou para Luiz Alberto, que mais uma vez livre de marcação cabeceou em direção ao gol, dessa vez sem errar o alvo.
O empate deixou a partida dramática. Cansado, Biancucchi deixou o campo. Caio Junior já havia gasto as três substituições quando Caceres e Willie caíram no gramado reclamando de dores. Como não havia mais como mexer no time, os dois permaneceram em campo na base do sacrifício. Pelas circunstâncias, o empate já parecia ser um grande resultado, mas Escudero mostrou que o time baiano podia mais. No final do jogo, o argentino dominou na área, caiu, se levantou e bateu firme para deixar o Vitória mais uma vez em vantagem. Luiz Alberto, novamente de cabeça, ainda teve a chance de deixar tudo igual, mas colocou a bola na trave, para alegria dos mais de quatro mil torcedores baianos que acompanharam o duelo nas arquibancadas.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário