Ao contrário das suas últimas convocações, a lista do técnico Tite para os amistosos contra o Japão e a Inglaterra, nos dias 10 e 14 novembro, em Lille e Londres, respectivamente, não trouxe novidades. Em entrevista coletiva, o comandante atribiu a falta de tempo o motivo de ter mantido a base das últimas convocações.
"A realidade é diferente do que queremos que fosse. Tenho que trabalhar com o real, não o imaginário e o que eu queria que fosse. Não dá para dar oportunidades a todos. Se busca uma amostragem para o atleta mostrar seu potencial. Assim como (se busca) a equipe jogar e crescer, não sei o potencial de crescimento. Minha amostragem é de 15 jogos, 1 ano e três meses, mas menos de dois meses comparando com um clube. Não posso ficar no "bota e tira". Tenho que colocar alguns atletas para que possam jogar", explicou.
Tite també precisou explicar as presenças de Diego e Diego Souza, que não vivem grande fase nos seus clubes no Campeonato Brasileiro, além da ausência de Diego Tardelli, que havia sido a principal novidade na lista para encarar Bolívia e Chile, no último mês, pelas duas últimas rodadas das Eliminatórias.
"Diego vem pra Seleção para jogar de área a área, não como ele joga no Flamengo, e eu vejo ele nestas condições. Foi acompanhado por ele ontem, teve acompanhamento, mas menos pelos gols, que são circunstanciais. Mas de ações e a virtude para jogar como articulador "box-to-box" (área a área). Diego Souza é um jogador da bola aérea, da retenção, da qualidade individual. Tardelli é de mais mobilidade. Estamos acompanhando todos esses e vai ter esse acompanhamento até o final", afirmou.
Outra questão que precisou ser abordada foi a de não ter paralisação do Brasileirão. O fato fará com que Cássio, Diego e Diego Souza desfalquem Corinthians, Flamengo e Sport em três rodadas da reta final da competição.
"Sobre o Brasileirão, conversamos sobre. Sempre que possível, a Seleção é o principal, mas associando ao fato de não prejudicar os clubes e a competição. Analisamos em diversos momentos. Se tivesse dois jogadores da mesma equipe e outro jogador da mesma equipe de mesmo nível, não iria convocar. Neste momento não teve influência, pois não posso tirar do atleta a oportunidade de estar na Copa do Mundo", declarou.
"Se eu fosse atleta pensaria "mereço uma chance e não vou porque minha equipe...". Não foi pesado, mas sim o que a gente entende qualidade técnica e merecimento de estar na Seleção", acrescentou.
Confira outras declarações dadas por Tite:
Alex Sandro
"Parece que está fechado com dois atletas de altíssimo nível, Marcelo e Filipe Luís, surge o Alex Sandro diante de lesionados. Isso não tira a oportunidade. Não está fechado nada, eles vão concorrer de forma leal. Eu usei o termo competição. Uma equipe coopera para jogar bem, mas compete para ser convocado e ser titular. Eu já tenho noção do Filipe e do Marcelo, das pessoas e qualidade que têm. Está aberto, e eu falo "durma com esse barulho". Não fica nenhuma situação alijada, esse é um exemplo".
Demora para reencontrar Seleção após amistosos:
"Me angustia, sim. Você abordou um lado humano, vou falar do lado humano. Me deixa incomodado, com energia para observar tudo. Não subi nenhuma vez essa semana para almoçar, porque fiquei voltado para meu trabalho, queria ser o mais justo possível. 23, vou cometer injustiças, até porque sou humano. Não fala que é discursos pastoral, porque é de um cara que tem princípios. Me critiquem de outra forma, porque pastor estudou. Mas de um cara humano, que sabe que o atleta pensa "eu fiz por merecer". Minha esposa disse para convocar mais, para ser justo. E eu disse para ela "Tá, chega!". O lado humano talvez seja o que mais me incomoda".
Seleção japonesa
"A partir deste momento eu confesso que fiquei voltado para as informações de ter uma lista e a gente possa se olhar para pensar que se a gente não convocou foi porque não tivemos competência ou uma ótica diferente. Agora passaremos a mergulhar nas características de Japão e Inglaterra, eles ficam observando e fazendo tudo que todas as equipes fazem. Vamos nos aprofundar agora, assim como o técnico da seleção japonesa a nós".
Fernandinho e Casemiro juntos
"Vai ser agora, a partir dessa oportunidade. Só tomo cuidado para não adiantar essa informação, mas colocá-la no condicional para que veja nos treinos. Continua hipotético, usar Casemiro e Fernandinho juntos. Uma coisa é a teoria, outra é o que o campo fala. A avaliação pode não ser com Paulinho, mas pode ser. Pode não ser com Renato Augusto, mas pode ser. A tendência é que seja com Coutinho, ajuste de peças, combinação de funções. Fernandinho pela esquerda, fazendo a função do Renato, e Coutinho pela direita, para que possa ser o infiltrador".
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