PSG: Presidente Nasser Al-Khelaifi é envolvido em escândalo por venda de Pastore e pode ser punido

Nasser al-Khelaifi durante evento do Paris Saint-Germain, em fevereiro de 2019© Getty Images Nasser al-Khelaifi durante evento do Paris Saint-Germain, em fevereiro de 2019
Documentos vazados divulgados pelo jornal The Guardian, nesta segunda-feira, mostram que o presidente do Paris Saint-Germain, o magnata e bilionário catari Nasser Al-Khelaifi, pode ter cometido uma série de irregularidades em processos de transferências de jogadores, além de ter cometido falso testemunho à Justiça francesa.
De acordo com o diário, Khelaifi aparece como signatário de uma carta escrita em 2011 a Tamim bin Hamad al-Thani, que à época era postulante ao posto de emir do Catar (posição que ele passou a ocupar de 2013 em diante), pedindo um pagamento de 2 milhões de euros ao agente do meia Javier Pastore.
Neste período, o argentino se destacava pelo Palermo, da Itália, e viria a ser contratado pouco depois pelo PSG por 40 milhões de euros.
Além disso, Khelaifi ainda pediu outro pagamento, de 200 mil euros, justificado como "despesas extras", a uma empresa privada do Catar, a Oryx QSI, que é comandada por seu irmão, Khalid Al-Khelaifi.
As regras da Fifa, porém, são explícitas sobre a proibição de um presidente de clube executar pagamentos pessoalmente a empresários de jogadores. De acordo com o artigo 7 das regulações da entidade, "qualquer pagamento por serviços de um intermediários devem ser feitos exclusivamente pelo cliente do intermediário para o intermediário".
Consultada pelo Guardian, a FFF (Federação Francesa de Futebol) confirmou que o tipo de operação executada em 2011 por Nasser Al-Khelaifi é uma violação de suas regulações, principalmente do artigo 222-17 do Código Esportivo da entidade, que estipula que só jogadores e clubes podem fazer pagamentos a agentes.
"Um presidente de clube, portanto, não pode, de maneira pessoal, fazer pagamentos de comissões a agentes", escreveu a FFF, em comunicado.
A carta confidencial, que foi escrita em árabe, também mostra que Nasser deu informações equivocadas ao juiz Renaud Van Ruymbeke, que estava investigando esse caso.
O dirigente afirmou que não tinha autoridade para fazer esse tipo de pedido à Oryx QSIem 2011. No entanto, a carta foi escrita em papel timbrado da empresa comandada por seu irmão, e foi comprovadamente assinada por Nasser. 
Procurado pelo jornal inglês, Nasser Al-Khelaifi respondeu por meio de seus advogados. Eles acusam os países vizinhos e inimigos do Catar, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, de "circularem uma enorme quantidade de informações falsas e documentos fabricados, com a intenção de prejudicar o Catar e as atividades de alguns de seus cidadãos ilustres".
Além disso, eles afirmaram que "seu cliente não pode confirmar a autenticidade do material apresentado", e que Nasser "não iria comentar" sobre o caso.
Guardian também procurou Tamim bin Hamad Al-Thani, atual emir do Catar, e Hamad bin Khalifa Al-Thani, que era o emir na época da transferência de Pastore, mas ambos se recusaram a dar suas versões.
Já o agente de Pastore, Marcelo Simonian, afirmou que "não conhece" a Oryx QSI e garantiu que a transferência do meio-campista não foi negociada em nenhum momento com Nasser Al-Khelaifi.
"Com Nasser, a gente apenas conversa e aperta as mãos. Mas a negociação (de Pastore) foi feita toda por telefone com Leonardo [à época diretor esportivo do PSG, cargo que voltou a ocupar recentemente]", salientou. 

 Varjota Esportes - Ce.         /          MSN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário