A incrível sequência de quatro dobradinhas da Mercedes nas quatro primeiras etapas da temporada 2019 da Fórmula 1 e a força demonstrada por Valtteri Bottas, líder do campeonato com um ponto de vantagem para Lewis Hamilton depois de vencer pela segunda vez no ano, faz com que muitos se recordem do embate entre o pentacampeão do mundo e Nico Rosberg entre os anos de 2014 a 2016.
De amigos de adolescência, os dois vivenciaram uma grande rivalidade no momento em que a Mercedes tornou-se a grande força da F1, no início da era híbrida, e protagonizaram momentos de tensão nos bastidores e alguns choques na pista. No fim, Hamilton levou dois títulos neste período, enquanto Rosberg foi o campeão de 2016 para, cinco dias depois de chegar ao título, encerrar sua carreira na F1.
Toto Wolff, chefe da Mercedes, deixou claro que não quer que o cenário de anos atrás se repita dentro das garagens da equipe de Brackley. E avisou a atual dupla que não vai tolerar um novo ambiente de tensão que possa prejudicar o time. O dirigente austríaco inclusive ameaçou “aplicar cartões amarelos e vermelhos” aos seus pilotos.
“Isso me lembra um pouquinho [2014, 2015 e 2016”, declarou Wolff em entrevista coletiva concedida pouco depois do GP do Azerbaijão, vencido por Bottas e que teve Hamilton na segunda colocação.
O chefão da Mercedes entende que, apesar da ampla superioridade da Mercedes, que soma 173 pontos no Mundial de Construtores, a Ferrari jamais pode ser descartada da briga. A rival de Maranello ocupa a vice-liderança, mas está com apenas 99 tentos.
“Você tem dois pilotos que têm a ambição e a capacidade de conquistar um título e cabe a nós, junto a eles, estar muito conscientes desta situação e lembrar que muito rapidamente [Sebastian] Vettel ou [Charles] Leclerc podem estar de volta à briga”, avisou. “Não devemos nos deixar levar pelos quatro primeiros resultados”, complementou.
“E, definitivamente, o relacionamento é importante para evitar o que vivemos entre Nico e Lewis”, acrescentou Wolff, novamente em tom de alerta.
Toto ressalta que Bottas tem uma boa relação com Hamilton. Mas que, com o acirramento da luta pelo título, é possível que o ambiente não seja mais tão harmônico assim. “Temos sorte que eles têm um bom relacionamento. Eles se dão bem, não há muitos joguinhos nos bastidores. E estou muito feliz com isso. Só que, na verdade, temos de estar conscientes. Vimos a relação se deteriorar. Os dois pilotos precisam se respeitar”.
“Somos muito fortes como equipe e não permitiríamos que a relação entre os pilotos se deteriorasse a ponto de afetar negativamente a equipe. Se esse for o caso, novamente, depois de Nico e Lewis, nós aplicaríamos cartões amarelos e vermelhos”, complementou.
Hamilton, por sua vez, chegou a dizer que foi “amável” com Bottas na largada em Baku, sobretudo nas primeiras curvas. O pentacampeão, que lutou pela vitória até o fim contra seu companheiro de equipe, disse que os dois trabalham de acordo com as regras internas estabelecidas pela Mercedes, diferente do que aconteceu tempos atrás, fazendo menção velada ao antigo rival, Rosberg.
“Não posso te dizer o que ainda vai acontecer a mais no ano. Não posso julgar se a personalidade vai mudar ou não. Mas os pilotos no passado não se alinhavam às regras de comprometimento que temos em equipe, e eu e Valtteri fazemos isso”, declarou.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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