Ressurge o campeão: Goiás empata com Dragão e volta a levar o título Com golaço de Ramon, Verdão empata por 1 a 1, fatura o Campeonato Goiano após três anos de jejum


O maior campeão do estado voltou a comemorar. Depois de três anos, o Goiás está no topo do futebol goiano e comemora seu 23º título. E não foi uma conquista qualquer. Acostumado a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro, o Verdão viu o rival Atlético-GO tomar seu espaço no cenário nacional e ainda conquistar dois títulos goianos seguidos. Mas neste domingo, o empate por 1 a 1 foi suficiente para que o Esmeraldino fosse campeão.
Dono da melhor campanha, o Goiás tinha a vantagem de jogar por dois resultados iguais. O público pagante foi de 32.387 pessoas, a maioria esmeraldina. A renda foi de R$ 522.789,00.
Como prometido, o Goiás não se apegou à vantagem que tinha. Os primeiros minutos da decisão deram a impressão de que o Atlético-GO era a equipe que jogava pelo empate. Os esmeraldinos eram mais incisivos, com maior posse de bola e se mantinham mais no campo de ataque. Egídio era bastante acionado pela esquerda. Mas a equipe de Enderson Moreira tinha dificuldades para encontrar espaços. E deixava espaços. E o Atlético-GO aproveitou.
Na primeira vez que subiu para o ataque, o Dragão foi fulminante. Aos sete minutos, Bida lançou Diogo Campos na área, mas o atacante não conseguiu finalizar na saída de Harlei. Na sobra, Rafael Cruz cruzou na medida para Bida, entre os zagueiros alviverdes, testar firme para o fundo das redes. O gol calou a maioria esmeraldina que estava nas arquibancadas, mas não apagou o ímpeto da equipe.
O Goiás era refém de sua falta de criatividade. Felipe Amorim, nas investidas pela esquerda, era a principal arma da equipe. Mas tal opção ficou inválida quando o jovem atacante alviverde sentiu um problema na coxa direita e saiu de campo aos prantos para a entrada de Thiago Humberto. Enquanto isso, o Dragão continuava esperto nos contra-golpes, principalmente na velocidade de Felipe e Diogo Campos.
Mas a segunda metade do primeiro tempo teve mais lances efetivos do lado verde. O Goiás resolveu insistir em suas principais armas: a bola aérea e a bola parada. E assim conseguiu assustar os rubro-negros. Primeiro aos 26 minutos, quando Egídio apareceu pela esquerda e cruzou para Ricardo Goulart fazer um leve desvio para a defesa do jovem Roberto. O mais perto que o Verde chegou ao empate foi aos 43 minutos, quando Egídio soltou a bomba da intermediária em cobrança de falta, e acertou a trave direita de Roberto.
Pressão e título
Precisando do empate para voltar a ser campeão, o Goiás partiu com tudo no início do segundo tempo. O meia Ricardo Goulart não esperou sequer uma volta do cronômetro para exigir bela defesa do goleiro Roberto. Aos 28 segundos, o jogador passou por três adversários, chutou de fora da área, e o arqueiro rubro-negro defendeu bem, no canto esquerdo. A pressão continuou logo depois, com Thiago Humberto, que chutou desequilibrado dentro da área.
A pressão continuou aos quatro minutos. Com 38 anos, Iarley parecia um garoto ao arrancar pela intermediária de ataque, driblar adversários e chegar perto do gol. Porém, na hora da finalização o atacante ficou sem jeito e chutou fraco, de esquerda. O Esmeraldino não desistiu do ataque, mas ao contrário dos minutos iniciais do segundo tempo, quando criou boas oportunidades, passou a explorar apenas os chutes de longa distância, sem perigo ao gol atleticano.
Ricardo Goulart disputa jogada com Pituca (Foto: Weimer Carvalho/O Popular)
O Dragão estava mais recuado em campo. No intervalo, Adilson Batista havia substituído o atacante Diogo Campos pelo lateral-esquerdo Paulinho. Ernandes foi para o meio-campo. Embora tenha ficado compacto, o Rubro-Negro ficou sem força de ataque. Bida e Elias, que foram muito participativos na etapa inicial, ficaram apagados. Felipe não aparecia.
Aos 22 minutos, o autor do gol, Bida, sentiu a coxa e pediu substituição. Adilson Batista promoveu a entrada do atacante Juninho em campo. Era a aposta na velocidade e, mais do que nunca, no contra-ataque. O cenário era o mesmo. O Goiás jogava no campo do adversário, que estava fechado. Aos 24, mais um chute de fora da área. Desta vez Amaral levou perigo a Roberto.
Gol de campeão
A pressão surtiu efeito quatro minutos depois, com um golaço, um gol de campeão. Rafael Toloi, em uma de suas características mais marcantes, lançou do meio-campo para Ramon. O meia aproveitou a queda de Paulo Henrique, entrou pelo meio da zaga atleticana e fez uma pintura de gol. Ele dominou de peito, girou e chutou de primeira, com a perna esquerda, sem chances para Roberto: 1 a 1.
Ramon, Goias x Atlético-GO (Foto: Carlos Costa / Futura Press)Ramon comemora o gol do título esmeraldino (Foto: Carlos Costa / Futura Press)
Imediatamente, o técnico Adilson Batista chamou o atacante William, que entrou na vaga de Felipe. Mas a troca de um atacante pelo outro não surtiu muito efeito. Embora estivesse sendo campeão com o empate, o Goiás quase ampliou o marcador com Ricardo Goulart, que tirou tinta da trave aos 38 minutos. Somente depois dos 40 minutos o Dragão foi para o desespero.
Tentando usar o último fôlego no Goianão, o Atlético-GO foi para cima, mas sem organização. O cenário piorou após a expulsão de Rafael Cruz, aos 44. O lateral entrou de forma violenta em Ricardo Goulart e recebeu cartão vermelho de forma direta. Goiás campeão! 

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