O futebol dá chances para todos, inclusive para quem anda desacreditado e quer dar a volta por cima. Em um jogo amplamente dominado pelo Palmeiras, foi o Bahia quem achou a redenção. O time baiano venceu por 2 a 0 na Arena Barueri, nesta quinta-feira, e deixou a zona de rebaixamento do Brasileirão para trás. O herói não poderia ser outro. Com apenas um gol no campeonato, o polêmico Souza fez o dobro em um período de 13 minutos e deu a vitória ao estreante técnico Caio Júnior. Mas não poderá estar em campo nas próximas quatro partidas.
Souza levou o Bahia aos 11 pontos, fora da zona da degola, mas uma suspensão do STJD vai tirá-lo do time nos próximos quatro compromissos. Tudo por causa de uma cotovelada em Antônio Carlos, do Botafogo. De qualquer forma, Caio Júnior terá mais tranquilidade para iniciar seu trabalho, que não é fácil. Ainda falta muito para o Tricolor se tornar um time sólido.
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O Verdão criou, criou, teve a volta de Hernán Barcos, mas nem assim conseguiu sair do zero. Com dez pontos, o time é o primeiro fora da zona de rebaixamento. Ainda é cedo, claro, mas a preocupação já existe pelos lados da Arena Barueri.
O Alviverde reclamou muito do pênalti que originou o primeiro gol do Bahia, e Felipão foi expulso no fim da partida. A arbitragem do carioca Antônio Schneider foi polêmica.
Na próxima rodada, o Palmeiras vai a Belo Horizonte enfrentar o Cruzeiro, domingo, às 18h30m (de Brasília), no Estádio Independência. No mesmo dia, o Bahia recebe o Corinthians em Pituaçu, às 16h.
Obina tenta, Bahia assusta
Obina é o bom baiano, boa gente, sorridente. Mas quando vê o Bahia pela frente, ele parece se transformar – foi formado no rival Vitória e conhece bem o Tricolor. Os primeiros dez minutos do atacante foram primorosos: cruzamento após jogada pela ponta, toque para deixar João Vitor na cara do gol, passe de calcanhar e gol anulado por falta em Marcelo Lomba. Os companheiros no banco de reservas se levantaram para ver mais de Obina, na expectativa de um gol. Um deles era Barcos, que começou como suplente por estar voltando de uma cirurgia.
Com Caio Júnior, este Bahia ficou mais combativo, forte na marcação, um jogador cobrando muito o outro. A principal mudança foi no setor ofensivo, com Ciro ganhando vaga para atuar ao lado de Souza, e Zé Roberto se aproximando muito dos atacantes. Mais pela esquerda, como terceiro homem de meio-campo, Kleberson teve liberdade para avançar. Depois de sofrer por metade do primeiro tempo, o time visitante passou a assustar.
Foram duas chances reais do Bahia, ambas em erros do Palmeiras na saída de bola, aos 23 e aos 36 minutos. O contra-ataque afiado só não funcionou porque Kleberson, nas duas vezes, quis caprichar demais e errou o alvo. Foi o suficiente para Luiz Felipe Scolari levantar do banco de reservas e esbravejar. Pediu mais atenção de Henrique e Márcio Araújo, e fez o primeiro colar em Zé Roberto.
Depois do ajuste, o Verdão voltou a impor seu ritmo. Ainda faltou muito para chegar ao gol, já que Daniel Carvalho e Mazinho não entraram tanto no jogo. Na única boa bola de Daniel, passe perfeito para Obina na cara do gol. O bom baiano errou de onde não costuma perder. Mesmo assim, deixou o campo no intervalo com o nome gritado pela torcida. Coisas de quem tem moral.
Pressão alviverde e gols... do Bahia
Durante a semana, Felipão costuma fazer alguns treinos de ataque contra defesa. Parecia o caso no início do segundo tempo. A entrada de Maikon Leite no lugar de Daniel Carvalho mudou a configuração, e também a velocidade do jogo. O Bahia se retraiu com as duas substituições que fez: Magno e Diones nas vagas de Kléberson e Gil. E apenas tentou segurar a enorme pressão alviverde.
Pressão que ficou ainda maior com a entrada de Barcos, logo aos cinco minutos. O Pirata substituiu João Vitor, lesionado, e foi para a área. Atrás dele, Maikon pela esquerda, Mazinho no meio e Obina pela direita, como havia treinado na quarta-feira. Este último, porém, logo deixou o campo cansado, para a entrada de Patrik, aos 14. Entre a chegada de Barcos e a saída de Obina, foram nove minutos de loucura nas arquibancadas.
Apesar de jogar bem melhor, o Palmeiras não conseguiu traduzir a posse de bola em gols. Chance real, mesmo, só no belo passe de Barcos para Márcio Araújo, que esbarrou em Marcelo Lomba. Como o jogo era disputado só em uma metade do campo, os espaços sumiram, e não houve criatividade suficiente para furar a retranca baiana. Tanto que Barcos teve de buscar o jogo na intermediária, e Henrique precisou se aproximar da área.
O Bahia jogou por uma bola, e a teve nos pés aos 23 minutos. Castigo para o Verdão. Lulinha, ex-Corinthians, havia acabado de entrar e estava na área tentando se posicionar. Trombou com Artur e sofreu um pênalti que gerou muita reclamação alviverde. Na batida, o artilheiro Souza. Com categoria, ele não deu chances a Bruno e ainda tirou onda na comemoração. A resposta veio com objetos atirados em sua direção. Nenhum acertou o centroavante, que prometeu mais.
No fim, mais do mesmo: Palmeiras pressionando, mas sem saber como. Chutando errado, mostrando afobação e deixando todos os espaços para o contra-ataque. Invocado, Souza voltou a ser protagonista aos 36 minutos: lançamento perfeito de Zé Roberto, toque com categoria do atacante para tirar do alcance de Bruno. A vitória na estreia de Caio Júnior faz o Bahia respirar e terminar a rodada fora da zona de rebaixamento. Já o Verdão se vê ultrapassado pelo rival, e fica mais preocupado com o fantasma da parte de baixo da tabela.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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