Crise hídrica no Brasil ajuda Ana Sátila a ganhar ouro e prata na canoagem Atletas da seleção tiveram problemas com a falta de chuvas no canal onde treinam, em Foz do Iguaçu, mudaram os planos e viajaram. Resultado: cinco pódios no

Ana Sátila  Canoagem Slalom Pan-americano (Foto: Bruno Miani/Inovafoto/COB)
Ana Sátila com suas duas medalhas no Pan
(Foto: Bruno Miani/Inovafoto/COB) 

Há males que vem para o bem. Essa frase fez total sentido para Ana Sátila e o restante da delegação brasileira de canoagem slalom, que saiu dos Jogos Pan-Americanos com cinco medalhas, um ouro, três pratas e um bronze. A mato-grossense de 19 anos foi a campeã da prova de canoa, e ficou com a prata no caiaque, e explicou que a falta de chuvas no país ajudou a conquista dos resultados: 

- Como não choveu, o canal que a gente treina ficou sem água, então a solução foi viajar para fora do país, Europa e Austrália. Curiosamente foi melhor assim. Ajudou muito, foi até melhor, tivemos experiência internacional incrível, competimos com atletas de alto nível, conhecemos pistas novas. Foi até melhor ter dado esse problema - disse a campeã.

Além das duas medalhas de Ana Sátila, o país ainda subiu ao pódio três vezes. Pedro Henrique Gonçalves foi prata no K1 (caiaque), Charles Correa e Anderson Oliveira também ficaram com a prata no C2 (canoa para duas pessoas) e Felipe Borges foi bronze no C1. O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA) João Tomazini explica como foram pagas as passagens para os treinos no exterior: 

- A gente buscou uma alternativa que deu certo. Ficamos na Austrália, na Europa e suprimos a falta de água. Deu tudo certo, recebemos ajuda do Comitê Olímpico- disse o presidente. 
A canoagem brasileira segue conseguindo grandes resultados nos Jogos Pan-Americanos. Depois de uma ótima campanha nas provas de velocidade (dois ouros, três pratas e quatro bronzes), a modalidade slalom, que é descida em corredeiras, conseguiu cinco medalhas na neste domingo. Ana Sátila levou o ouro na prova de canoa e a prata no caiaque. Pedro Henrique Gonçalves também foi prata no caiaque, e Felipe Borges bronze na canoa. Nas duplas, outra prata verde e amarela na canoa com Charles Correa e Anderson Oliveira. 


Ana Sátila conquista ouro na canoagem (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports)
Ana Sátila comemora o seu ouro (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports) 

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Ana Sátila, de 19 anos, que foi a caçula da delegação nas Olimpíadas de Londres, não teve grandes dificuldades para se tornar a primeira mulher da canoagem brasileira a conquistar o título do Pan. Pela manhã, ela terminou o percurso da prova de canoa com o tempo de 113s91, mais de 18s à frente da medalha de prata, que ficou com a americana Collen Hickey. O bronze foi conquistado pela canadense Haley Daniels. 

A prova de canoa vencida por Ana Sátila não está no programa olímpico dos Jogos de 2016, sendo cogitada a entrada para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio.

No período da tarde, a mato-grossense voltou para a disputa do caiaque, prova que está no programa dos Jogos Olímpicos. Por muito pouco, Ana Sátila não voltou ao lugar mais alto do pódio. Por dois centésimos, a canadense Jazmyne Denhollander garantiu o ouro, deixando a brasileira com a prata. Bronze para a americana Ashley Nee. 

- A de prata eu fiquei muito decepcionada com a descida que eu fiz, queria ter ido muito melhor. Mas estou muito feliz pelo título na canoa. No fim das contas, vou dormir feliz - resumiu a medalhista brasileira.  

EQUIPE MASCULINA CONQUISTA TRÊS PÓDIOS  

No caiaque masculino, Pedro Henrique, 22, completou o percurso em 87s02, mas foi punido em dois segundos por um suposto toque na décima porta (obstáculo). Com isso, acabou ficando atrás do americano Michal Smolen, que completou em 87s14, mas sem punição. A comissão técnica brasileira ainda tentou entrar com um recurso para que o vídeo da prova fosse revisto e o ouro dado ao brasileiro. Após revisão, o resultado foi mantido:

- Eu não toquei em nada, a descida foi limpa - alegou Pepê assim que completou o percurso. 


Pedro Henrique k1 da canogem slalom Jogos Pan Americanos Toronto Canadá (Foto: Bruno Miani/inovafoto/COB/inovafoto)
Pedro Henrique, o Pepê, protestou contra punição sofrida no Pan (Foto: Bruno Miani/inovafoto/COB/inovafoto) 

Ao ouvir isso, o técnico da seleção brasileira, Ettori Ivaldi, foi correndo pedir para que a prova fosse revisada. Após 15 minutos, o resultado oficial foi mantido: 


Pedro Henrique ficam com a prata na prova de canoagem slalom (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports)
Pedro Henrique ficam com a prata na prova de canoagem slalom (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports) 

- A porta não se moveu, a porta não se moveu, como podem ter tocado se nada moveu? - indagou o treinador para os juízes.

A resposta foi imediata:

- Sei o que você deve estar pensando, mas nada é conclusivo. O toque foi dado - alegou o árbitro.

Na canoa masculina, Felipe Silva conquistou a medalha de bronze. Depois de ser quarto na semifinal, ele conseguiu recuperar a posição e terminou no pódio. Casey Eichfeld, dos EUA, ficou com a medalha de ouro. 

No período da tarde, a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira, tinham feito o melhor tempo das eliminatórias, não conseguiram sustentar a ponta na final e acabaram com a medalha de prata. O ouro foi para os americanos Davin Mcewan e Casey Eichfeld. O bronze ficou com os argentinos Lucas e Sebastian Rossi. 


Felipe Silva leva o bronze na canoa masculina (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports)
Felipe Silva leva o bronze na canoa masculina (Foto: Jeff Swinger-USA TODAY Sports) 


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