Paulinho foi um dos destaques do Hacken no último Sueco (Foto: Divulgação/BK Hacken)
Levantamento da CBF mostra que 774 atletas deixaram o Brasil para tentarem a sorte no exterior no último ano. O destino preferido é Portugal, seguido por Japão e Coreia do Sul. Mas mercados emergentes na Europa também atraem os brasileiros. A Suécia, por exemplo, foi destino de Paulinho, atacante de 30 anos, que ganhou destaque no nacional e mira Ibrahimovic. O principal sonho é atuar ao lado do "Pelé da Suécia", após confirmar o projeto de naturalização e ser convocado.
Paulo José de Oliveira, o Paulinho, é natural de São José dos Campos, cidade do interior de São Paulo. Com passagens por Bragantino, São José-SP, Paraná e XV de Piracicaba, o atleta chegou na metade da temporada passada no país escandinavo e foi um dos destaques do campeonato local, marcando 11 gols em 14 partidas e se tornando um dos artilheiros da competição com a camisa do Hacken. Ele já está em sua segunda passagem na Suécia. No currículo internacional do atacante também está o Al Dhafra, dos Emirados Árabes.
– Ano passado foi excelente. Fui artilheiro do XV de Piracicaba no Paulistão e quando cheguei na Suécia, já estava no meio do campeonato e a equipe não estava muito bem. Logo na minha estreia marquei dois gols e daí em diante a equipe embalou eu também fiz gols importantes. Fiz dois hat-tricks, sendo um deles em um clássico. Consegui ajudar a equipe a subir na tabela e fui um dos artilheiros do Sueco – disse, em papo com o GloboEsporte.com, pela internet.
A ida para a Suécia, na primeira vez, em 2007, foi por acaso. Estava atuando pelo Democrata-MG, quando se destacou em uma partida pelo Campeonato Mineiro e chamou a atenção dos suecos.
– Eles estavam para observar um jogador de outro time que queriam, não tinha nada a ver comigo mesmo. Mas fui bem nesse jogo, gostaram de mim e aí que as coisas se inverteram e fui pela primeira vez para lá – relembrou.
O clube de Paulinho, o Hacken, terminou o último Campeonato Sueco na sétima colocação e é um dos times tradicionais de Gotemburgo, segunda maior cidade do país, com 550 mil habitantes, atrás somente da capital Estocolmo. Entre os principais nomes que já jogaram na equipe está o ídolo são-paulino, o zagueiro uruguaio, Diego Lugano.
Lugano atuou no Hacken na temporada passada (Foto: Divulgação)
Além do brasileiro, o time conta com mais 10 estrangeiros no elenco, a maioria de origem africana. Bem adaptado, o joseense é só elogios ao país.
– Gosto muito daqui, da minha cidade. O futebol aqui é de força física e tática. Bem diferente do Brasil. No meu clube tem uma estrutura boa, melhores de muitos clubes que joguei. E financeiramente também compensa. Pagam bem e em dia. Dos clubes aqui de Gotemburgo é o time mais novo e tem torcida. A cidade é grande e eles gostam de falar que é a segunda capital do país. É muito lindo aqui. Nosso time é um dos mais ricos da Suécia. A minha família também me ajudou muito na adaptação e minha carreira evoluiu bastante. Moro com minha esposa e meu filho aqui – declarou.
Ao contrário da maioria dois países europeus, a temporada do futebol na Suécia começa em março, por causa do inverno rigoroso no norte da Europa entre dezembro e fevereiro. Antes do início do Campeonato Sueco, o Hacken disputa a Copa da Suécia. Nos primeiros quatro jogos, Paulinho já marcou cinco gols. No país, teve que encarar treinos com frio de até 20 graus negativos.
– Espero que nessa temporada eu possa fazer boas atuações de novo. Os gols serão consequência do meu trabalho feito a cada dia. Acredito que esteja atravessando o melhor momento de minha carreira. (...) Não tive problemas para me acostumar com o frio aqui, pois sempre quis muito vencer e coloquei na cabeça que se escolhi essa profissão tenho que superar barreiras – destacou.
"PROJETO IBRA"
Em 2009, durante sua primeira passagem pelo país, chegou-se a cogitar uma convocação do atacante Paulinho para as Eliminatórias para a Copa de 2010 para defender a seleção da Suécia. No entanto, o processo de naturalização não avançou. O brasileiro ainda mira a naturalização e espera continuar fazendo gols para chamar a atenção do técnico Erik Hamrén.
– A imprensa daqui chegou a falar comigo sobre isso em 2009. Mas acabou não indo muito para frente, porque eu precisaria ter um tempo de residência no país. Estava na Suécia apenas há dois anos. Mas acho que teria espaço (na seleção), até pelo momento que eles vivem. Estão passando por um momento difícil e também estão dando chances a novos jogadores, pois saíram alguns jogadores experientes da equipe. E eu conheço bem o futebol daqui – afirmou.
Se o projeto de naturalização e convocação se tornar realidade, poderia dividir o ataque com um dos principais jogadores do mundo na atualidade: Zlatan Ibrahimovic, astro do Paris Saint-German. Já pensou? Seria a realização do maior sonho de Paulinho, profissionalmente.
– Ele (Ibrahimovic) é simplesmente o Pelé da Suécia. Todos o idolatram aqui. Seria um prazer imenso jogar ao lado de um cara desses. O maior sonho. Eu sonho e espero que se realize, vou trabalhar firme para isso acontecer – afirmou.
* colaborou sob a supervisão de Silas Pereira
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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