destaques do São Caetano na Série A-2
Matheuzinho tem apenas 18 anos, mas já é um dos destaques do São Caetano na Série A-2 do Campeonato Paulista. Ele encantou grandes clubes do Brasil depois da Copa São Paulo de futebol júnior de 2015. Mas, com uma multa rescisória na casa dos 50 milhões de reais, a diretoria não pretende liberá-lo com facilidade.
Depois de marcar dois gols e avançar até as quartas de final da principal competição de base, sendo eliminado apenas pelo Corinthians (que foi o campeão), chegaram duas propostas concretas pelo meia atacante.
"Meu empresário me passou que o Corintians tentou me contratar em definitivo e o Cruzeiro me queria por empréstimo, mas o São Caetano não liberou. Depois disso, foram muitas especulações", disse o jogador, ao ESPN.com.br.
O garoto com talento precoce tem objetivos ambiciosos para a carreira, mas é "pés no chão" quanto a vida pessoal.
"Meu objetivo é estar em alto nível, jogando bem aonde estiver. Almejo chegar em times grandes e seleção brasileira um dia. Mas meu grande sonho é dar uma casa para minha mãe e ajudar minha família", projetou.
Para melhorar dentro dos gramados, ele se assiste vídeos na internet de craques internacionais. "Eu sou fã do Zidane, jogava demais. Iniesta, Di Maria, Messi são os caras que eu me inspiro pelo meu estilo de driblar e fazer jogadas. Sou um meia atacante. Com a bola sou atacante pela esquerda e sem a bola volto para marcar", analisou.
"As oportunidades chegam quando menos espero"
Nascido em Paradas de Taipas, na zona norte de São Paulo, ele começou no futebol com sete anos de idade. De uma família humilde, Matheuzinho precisou dar um tempo no sonho de jogar futebol. Por ser longe de casa, eu pai não conseguia o levar para a escolinha de futebol.
Jogando nos campos de uma favela e na várzea, ele foi aprimorando o talento até voltar a um clube, aos 10 anos. Logo depois, as primeiras oportunidades apareceram.
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Em um jogo da escolinha não queria ir porque estava chovendo. Estava frio. então minha mãe falou: 'Vai filho, você treinou a semana toda'. Fui meio assim. Então, foi nesse jogo que me viram e fui bem. Tinha um olheiro do Nacional-SP que gostou de mim", recordou.
"Ele me chamou para um teste e passei. Fui jogar o Paulista Sub-15, fomos eliminados na primeira fase, mas eu fui bem. Como fiz muitos gols fui chamado direto para o Sub-20. No ano seguinte, fui jogar a Copa São Paulo com 15 anos, era cinco anos mais novo do que a idade limite. Achava que nem iria entrar porque tinham muitos jogadores. Mas mesmo reserva entrei nos jogos e acho que chamei atenção", relatou.
"Um empresário me viu e o Fluminense. Fiquei um tempo lá em observação, mas não deu certo. Eu ainda era muito inexperiente, não tinha maturidade alguma", analisou.
"A maior dificuldade foi ficar longe da família com 15 anos no Rio de Janeiro, precisei ter mais responsabilidade. Ficava no alojamento longe dos meus pais. Mas depois em acostumei, fui sempre apegado à família", lamentou.
Logo em seguida, Matheuzinho foi para o Grêmio, onde ficou um ano. "Joguei como titular de lateral um campeonato um campeonato todo, mas fui dispensado sem satisfação alguma no fim de 2013. Lá me adaptei melhor, fui muito bem tratado pela molecada do alojamento, era muito bacana", afirmou.
Mesmo com a desilusão no clube gaúcho, ele não desistiu de batalhar pelo sonho. "Tudo que aconteceu na minha vida teve muitas dificuldades. Meus pais nunca tiveram a condição de dar tudo o que quis, mas faziam o máximo. Eles chegaram até mesmo a ir para Porto Alegre me ver jogar", relatou.
No começo de 2014, ele chegou ao São Caetano, primeiramente para a equipe Sub-17. Com o final da competição foi integrado ao Sub-20, onde era da terceira equipe. "Nosso time era entrosado e íamos bem, então eu fiquei de reserva até o começo do campeonato. Virei titular no último treino antes da estreia na Copa São Paulo", recordou.
Depois de se destacar na Copinha, ele foi promovido aos profissionais. Na estreia no time de cima, pela Série A-2 do Paulista, mostrou seu cartão de visitas.
"Eu entrei no jogo contra o Guaratinguetá no segundo tempo e o treinador mandou ‘dar' no gol uma falta lateral que era para cruzar. Não acreditei que poderia dar certo, mas bati na bola e fiz o gol. Com cinco minutos de profissional tudo isso, foi incrível (risos)".
"Entrei em outros jogos depois, mas não tive tanta sequência na Série D do Brasileiro porque o time estava redondo e muito bem. Desci de novo neste ano para jogar a Copa São Paulo outra vez e voltei ao profissional", relatou.
O meia contou com a sorte outra vez para ter uma chance entre os titulares. "Esse ano no meu primeiro jogo fui relacionado, mas um jogador seria cortado. Eu estava feliz, mas no hotel nosso atacante teve um desconforto muscular. Daí o [treinador] Luis Carlos Martins me chamou para conversar. Para você ver como é o futebol, eu ia ser cortado do jogo, mas virei titular. Dei duas assistências e vencemos o Votuporanguense por 3 a 0", comemorou.
Matheuzinho tirou importantes ensinamentos que aplicou carreira. "Comigo a chance vem sempre quando menos espero. A lição de vida é que precisa estar sempre treinando e preparado porque futebol é oportunidade e precisa agarrar", filosofou.
Varjota Esportes - Ce. / MSN.
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