Gallo não é mais o técnico da Ponte para a sequência de 2016 (Foto: Fabio Leoni/ PontePress)
As mudanças na Ponte Preta para a sequência da temporada vão além da reformulação do elenco. Elas também atingiram a comissão técnica. Em decisão surpreendente, a Macaca anunciou na noite desta sexta-feira a demissão de Alexandre Gallo. Apesar do aproveitamento de 63,8% em menos de dois meses no Majestoso, o relacionamento com o elenco comprometeu a continuidade do trabalho do técnico.
A saída de Gallo abre caminho para a diretoria alvinegra realizar um antigo sonho e buscar Eduardo Baptista, sem clube desde que deixou o Fluminense, no fim de fevereiro. É ele o favorito para assumir o cargo e comandar a Ponte nas disputas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil - além da possibilidade da Sul-Americana. A confirmação é apenas uma questão de tempo.
Além de Gallo, deixaram o Moisés Lucarelli o auxiliar Valdir Benedito e o preparador físico Lucas Benchimol. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, o clube agradeceu os serviços prestados e desejou sorte aos profissionais nos futuros desafios. O comunicado ainda explicou que "a diretoria entendeu que havia necessidade de mudanças e que elas deveriam ser feitas neste momento para que fosse aproveitado o período de praticamente um mês que antecede a estreia da Macaca no Brasileiro".
Gallo chegou ao Majestoso em 22 de fevereiro, com a Ponte em crise no Paulistão e ameaçada pelo rebaixamento, e cumpriu a missão de recuperar a equipe. Em 12 jogos, entre estadual e Copa do Brasil, foram sete vitórias, três derrotas e dois empates. O desempenho eliminou o risco de queda, mas foi insuficiente para levar o time à classificação às quartas de final. Seu último jogo foi o empate por 1 a 1 com a Caldense, na última quinta, pela Copa do Brasil, em atuação que deixou o treinador bastante irritado - apesar da vaga à segunda fase.
Se os resultados em campo melhoraram, a relação entre Gallo e jogadores estava desgastada. A insatisfação do técnico com o baixo rendimento da equipe deixou os atletas incomodados. Diante do atrito, a diretoria entendeu que não havia mais clima entre as partes, e como seria impossível dispensar todos os jogadores - por mais que muitos serão liberados, a corda estourou em Gallo. As críticas internas do treinador à preparação física, com até algumas cutucadas públicas, também influenciaram na saída de Lucas Benchimol, revelado na própria Ponte. Em pelo menos dois jogos Gallo precisou ser contido para não externar os problemas em entrevista coletiva.
É o segundo treinador desligado pela Ponte em 2016. O primeiro havia sido Vinícius Eutrópio, que saiu com duas derrotas e dois empates em quatro partidas. A expectativa agora não é quem será o novo treinador, mas, sim, quando a Macaca vai oficializar o acordo com Eduardo Baptista. Uma foto que circula pelas redes sociais mostra o treinador conversando com o coordenador técnico Cristiano Nunes em um restaurante de Campinas.
A Ponte, principalmente o gerente Gustavo Bueno, nunca escondeu o desejo de contratar Eduardo Baptista. A presença dele no mercado sempre foi uma tentação. Gustavo e Eduardo trabalharam juntos por ano no Sport. Baptista, aliás, estava cotado para assumir a Ponte após a saída de Vinícius Eutrópio, mas o vínculo com o Fluminense, apesar estar na berlinda, impediu o acerto à época. A Macaca, então, apostou em Gallo. Quatro dias depois, Eduardo Baptista perdeu o emprego nas Laranjeiras. Eduardo é filho de Nelsinho Baptista, com trajetória marcante no Majestoso tanto como jogador quanto como treinador.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte.
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