Em contato com o Diario de Pernambuco, Sérgio relembrou alguns episódios de negociações para conseguir ter uma coleção tão completa. Mas que ainda possui espaço para outras relíquias, já que diariamente o torcedor garimpa outras camisas do Santa Cruz pela internet.
“Essa paixão pelo Santa começou desde criança, pelo meu pai, que nasceu em Campina Grande e torcia pelo Treze. Mas ele tinha um time de várzea lá chamado Santa Cruz. Ele também gostava muito do Santa e trouxe essa paixão pra mim”, iniciou o filho. Companheiros de arquibancada, um presente de pai para filho foi o pontapé para a coleção, mesmo sem intenção na época. “Eu ia para todos os jogos com ele, a partir dos nove anos de idade. Com dez ou 11 anos, ganhei minha primeira camisa oficial do Santa Cruz, em 2001. Essa é uma das que eu não vendo por dinheiro nenhum”, disse Sérgio.
Em torno de dez anos, ele conseguiu reunir mais de cem camisas e incontáveis histórias. Apesar de ser uma tarefa difícil, diante tantas opções, o torcedor consegue elencar as preferidas do seu museu particular. “Depois de um tempo guardando as camisas, eu pensei em colecionar, e venho fazendo isso de uns dez anos para cá. Comecei a guardar todas, nunca joguei nenhuma fora e começou a ser meu hobby número um. São 146 camisas, e para mim, a mais marcante é a primeira que meu pai me deu. É história. Lembro de cada segundo com ela no Arruda”, resgatou.
Além do primeiro xodó, ele também destaca as camisas de 1991 (considerada por muitos a mais feia da história do clube) e a usada pelo goleiro Tiago Cardoso na conquista da Copa do Nordeste de 2016. Essa, devidamente emoldurada. “A do eletrocardiograma, o pessoal acha feia, mas é muito marcante, justamente por ser feia. Ela eu consegui recentemente e fiquei muito feliz. Tem também a que está no quadro e foi usada por Tiago Cardoso, na final que a gente foi campeão do maior título do clube”, complementou.
Em uma dessas tentativas de negociação, encontrou alguém parecido com ele, e nessa situação nem mesmo dinheiro e uma camisa da atual temporada resolveram a questão para Sérgio. “Na Ilha do Retiro, na final do Pernambucano de 2016, contra o Sport, fomos campeões. Lá, tinha um cara com a camisa da CCS, que era de 1993 ou 1994, e ela estava novinha. Eu abordei ele, eu estava com a camisa do ano, e disse que ia dar para ele, e mais R$ 100. Terminou que no final ele não vendeu. E justificou dizendo uma história semelhante a minha. De que era a camisa que o pai tinha dado a ele”, recordou.
E assim, a paixão pelo Santa Cruz vai se renovando. De geração para geração. De pai para filho. De camisa a camisa.
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