De um lado, o Santos de Neymar, completando 100 jogos em Campeonatos
Brasileiros com a camisa do Peixe. Do outro, o já rebaixado Atlético-GO, que,
apesar de mandante, atuou longe de Goiânia e com a torcida praticamente toda
contra. Cenário propício ao time praiano, certo? Não foi o que ocorreu. Jogando
com muita determinação, o Dragão não se intimidou com o rival paulista e, de
virada, superou o Alvinegro por 2 a 1, pela 35ª rodada do torneio, no estádio
Bezerrão, no Distrito Federal.
O resultado não muda o cenário das duas equipes na competição. O
Atlético-GO segue na última posição, agora com 26 pontos, com o único objetivo
de, ao menos, encerrar o Brasileirão longe da lanterna. O Santos estaciona nos
46 pontos e ocupa temporariamente o nono lugar. "Temporariamente"
porque ainda pode ser ultrapassado por Náutico ou Flamengo, que se enfrentam
neste domingo e estão dois pontos atrás.
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Cumprindo tabela no Campeonato Brasileiro, o Santos recebe o
Figueirense, sábado, às 19h30, na Vila Belmiro. O Atlético-GO encara o
Atlético-MG no domingo, às 17h, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
Neymar sofreu com a marcação do
Atlético-GO (Foto: Ed Ferreira / Ag. Estado)
Dragão anula o Santos. Até os 45
minutos...
Nem parecia que o Santos era o time visitante. As arquibancadas do
Bezerrão não lotaram como esperado pela diretoria do Atlético-GO, mas foram
tomadas por santistas - com o jogo fora de Goiânia e o rebaixamento à Série B
já decretado, poucos torcedores do Dragão decidiram se aventurar na viagem até
Gama.
Sentindo-se em casa, o Santos se lançou à frente desde os primeiros
minutos, buscando o ataque pelo meio, com as arrancadas de Arouca em direção a
André e Neymar. O Atlético-GO, por sua vez, investia na forte marcação e nos
contra-ataques, com os laterais Adriano e Eron e o volante Rayllan, nome que mais
se aproximava do armador Ernandes.
Nos 20 minutos iniciais, a estratégia do Dragão levou vantagem,
aproveitando brechas nas costas dos laterais Rafael Galhardo e Gerson Magrão
para avançar, ainda que sem criar lances de perigo - no melhor deles, aos 16, Adriano
recebeu pela esquerda, na entrada da área, cortou para dentro e bateu, mas
mandou a bola à direita do gol de Rafael.
O Peixe, aos poucos, tentava assumir o comando do jogo por meio da
marcação da saída de bola, na expectativa de induzir a zaga adversária ao erro.
O problema é que não conseguia chegar à grande àrea. Apagado e bem marcado à
frente, a saída de Neymar era aproximar-se dos meias e atuar como armador.
Mesmo assim, nem André, nem Felipe Anderson - que "virou" segundo
atacante com o recuo de Neymar - conseguiam passar a barreira feita por Gustavo
e Diego Giaretta.
A etapa inicial, truncada, transcorria para um empate sem gols, até que,
enfim, Neymar apareceu. Na esquerda, o atacante lançou a bola na área na cabeça
de André. O camisa 9 desviou e Bruno Rodrigo antecipou-se a Márcio para
inaugurar o marcador. Uma ducha de água fria na até então perfeita atuação da
marcação rubro-negra.
Determinado, Dragão arranca a virada
O segundo tempo começou tal qual a etapa final se encerrou, com o
Atlético-GO investindo nos avanços pelas laterais e na forte marcação pelo
setor central, e o Santos tentando se movimentar na metade rubro-negra do
gramado. O jogo, porém, estava mais aberto, com os dois times adotando maior
velocidade na ligação entre defesa e ataque.
O Santos foi quem assustou primeiro. Sem espaço com a bola rolando,
tentou a sorte por cima e quase chegou ao segundo com Neymar, que, aos sete
minutos, após falta cobrada por Felipe Anderson para a área, escorou de cabeça
ao lado do gol de Márcio. O Atlético-GO respondeu quatro minutos depois, após
jogada individual de Diogo Campos. O camisa 11 fez o corte para dentro da área
e bateu forte, obrigando Rafael a fazer sua primeira defesa difícil na partida.
Neymar reapareceu aos 15 minutos, agora da maneira como gosta, mesclando
habilidade e velocidade. O atacante recebeu pela esquerda, partiu em direção à
área, deixou dois marcadores (Gustavo e Dodó) para trás e arrematou forte, mas
em cima de Márcio.
A partida ganhou um pouco mais em movimentação. Atrás do empate, o
Atlético-GO lançou-se mais à frente, insistindo nas jogadas laterais, em
especial pela esquerda, com a velocidade de Eron. Atrás, porém, o Dragão já
deixava espaços, que o Santos tentava aproveitar em contra-ataques liderados
por Neymar. Aos 24, por exemplo, o atacante avançou pelo meio e, na entrada da
área, abriu para Felipe Anderson, mas o meia pegou mal e mandou por cima do
gol.
O Santos parecia satisfeito com a magra vantagem e até dava a impressão
de que estava com o jogo administrado. Só a impressão. Aos 36 minutos, Ernandes
mostrou que o Dragão estava vivo no Bezerrão, ao acertar a trave de Rafael. E
três minutos depois, veio o gol. Desta vez, o avanço foi pela direita: Marino
passou e Diogo Campos marcou.
Mas tinha mais. No ataque seguinte do Dragão, pênalti em Diogo Campos. O
goleiro Márcio foi para a cobrança e decretou a virada atleticana.
Varjota Esportes - Ce. / Globoesporte
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