"Melhor que Eto'o" em 2006, Obina recorda título: "O mais importante" Às vésperas de mais um Fla x Vasco pela Copa do Brasil, baiano que abriu o placar na decisão entre os clubes fala da passagem pela Gávea e da vida no Japão

Obina Flamengo 2006 (Foto: Agência O Globo) Obina foi fundamental naquele título (Foto: Agência O Globo)
O segundo capítulo da história do Clássico dos Milhões na Copa do Brasil passa a ser escrito nesta quarta-feira, no Maracanã, às 22h. No primeiro, em 2006, os arquirrivais decidiram a competição, e o Flamengo levou a melhor sobre o Vasco, com vitórias por 2 a 0 e 1 a 0. Obina, à época aos 23 anos, foi protagonista do primeiro jogo. Saiu do banco para abrir o placar e se tornar um dos grandes xodós rubro-negros. Nove anos depois, o hoje número 9 do Matsumoto Yamaga-JAP, após vestir as camisas de Palmeiras, Atlético-MG e Bahia, não pensa duas vezes quando perguntado se aquele foi o título mais valioso de sua trajetória no futebol. 

- Com certeza é o título mais importante da minha carreira. Tem todos os ingredientes: saí do banco e fiz o gol, foi contra o maior rival e numa final inédita na história da Copa do Brasil. Naquela época, tinha aquela história de que o grande rival era o Vasco e que o Maracanã sempre lotava em jogos contra eles. Poder comemorar com a torcida do Flamengo um título nacional que o clube esperava há muito tempo (o anterior havia sido o Brasileiro de 1992) foi maravilhoso. Ali foi o início de tudo, me ajudou muito a seguir e conquistar as coisas que consegui até hoje - disse. (veja vídeo abaixo com os gols da primeira partida da final - Obina fez o primeiro)

Brasileirão: turno tem 541 minutos a mais de bola rolando do que em 2014 

Obina mudou a cara do time naquele primeiro jogo da decisão. Substituiu o zagueiro Renato Silva, que havia se lesionado, e o 3-6-1 de Ney Franco foi desmontado. O time passou a jogar com dois centroavantes: ele e Luizão, que marcaram aos 14 e 17 minutos do segundo tempo, respectivamente. E a vida do baiano também teve seu rumo alterado na Gávea. De reserva contestado, apesar da participação fundamental na fuga contra o rebaixamento um ano antes, a "melhor que Eto'o", música que o acompanhou durante a maior parte de sua passagem pelo Fla. 

- Eu não lembro bem (quando a música surgiu), mas, se não me engano, acho que tudo começou depois do jogo dramático com o Paraná (pelo Brasileiro de 2005), em que a gente precisava se livrar do rebaixamento e consegui fazer o gol aos 46 do segundo tempo. Aí voltou o ano, comecei a jogar como titular, a fazer mais gols e começaram a cantar a musiquinha. Mas ficou muito mais forte depois da final contra o Vasco. Era uma brincadeira do torcedor que me deixava feliz e me motivava a ajudar o time com gols. 


Obina agora defende o Matsumoto Yamaga (Foto: Divulgação)
Obina agora defende o Matsumoto Yamaga (Foto: Divulgação)
Aos 32 anos, o baiano de Vera Cruz, por considerar que no futebol "tudo pode acontecer", evita assumir um lado no duelo entre flamenguistas e vascaínos. Porém não nega que, após quatro anos defendendo o clube, tornou-se rubro-negro - não revela o time de infância. 

- Acabei virando. Você vive Flamengo, a cidade e o país gostam do Flamengo. É difícil você passar quatro anos numa equipe como o Flamengo, não se identificar e não passar a torcer. Claro que sou profissional de futebol e fico meio nulo nesse negócio de se vai torcer para o Flamengo ou para o Vasco. No futebol tudo pode acontecer, mas, pelo tempo que passei no Flamengo, é normal ter um carinho a mais, mas que vença o melhor.
Confira bate-bola com Obina: 

O Flamengo é o clube com o qual mais se identificou?
O Flamengo foi quem nacionalmente abriu as portas para mim. Sou muito, mas muito grato ao Flamengo por tudo que aconteceu na minha vida e no futebol. Foi o time com o qual mais me identifiquei, que continuo acompanhando. Vivi momentos bons no futebol, de aprendizado e críticas. Não tenho o que dizer do Flamengo. Só quem passa lá sabe o quanto o Flamengo te marca. Quando vai jogar o Flamengo aí é uma coisa inesquecível.
Qual foi o fator mais complicado daquela decisão? 


Mosaico Obina (Foto: GloboEsporte.com)
No alto, Obina comemora o primeiro gol dele pelo Matsumoto Yamaga (Foto: GloboEsporte.com) 

O mais difícil foi esperar o dia da final, a ansiedade. Teve uma parada de 15 ou 20 dias treinando em Manaus para depois jogar a final (devido a disputa da Copa do Mundo). Era uma decisão que todo mundo estava falando. Por ser o clássico, por ser inédito as equipes se enfrentarem em uma final nacional. De positivo foi a nossa alegria desde a concentração ao estádio.
Como está aí no Japão? 

Aqui estou bem. É um time novo, é o primeiro ano na Primeira Divisão. Sou meio largo (risos), fiz o primeiro gol do time na Primeira Divisão. Clube bom, que cumpre com suas obrigações direitinho, e a cultura daqui é legal. Tem muitos jovens, mas está crescendo. 

Em novembro de 2006, você foi pai e batizou sua filha de Sayonara (adeus em japonês). Foi um aviso de que jogaria no Japão?
Não esperava jamais (risos). Todo mundo me pergunta aqui, cara. Como eu ia saber? Sayonara já tem oito anos. Mas é coisa do destino, ela veio para cá, mas todo mundo a chama de Sayô, porque aí não ficam dando tchau, que aqui "sayonara" é tchau.  




 Varjota  Esportes - Ce.           /             Globoesporte.

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